Jujutsu Kaisen e Attack on Titan são duas das séries mais influentes dos últimos anos. À primeira vista, elas parecem muito diferentes: enquanto Jujutsu Kaisen abraça seu estilo shōnen com energia sobrenatural, Attack on Titan aborda questões mais fundamentadas e complexas, com um cenário de guerra contínua. No entanto, ambas compartilham uma conexão sutil que aborda a guerra, a verdade e o valor da vida sob perspectivas únicas.
Embora a guerra em Attack on Titan seja explícita, apresentada como o pano de fundo da narrativa, em Jujutsu Kaisen ela surge de forma implícita, manifestando-se nos conflitos internos e nas escolhas morais dos personagens. Essa diferença é o que torna a conexão entre as séries tão fascinante e relevante.
A guerra sob perspectivas diferentes
Em Attack on Titan, a guerra é o núcleo da narrativa, começando com a luta contra os Titãs, passando pelo confronto com Zeke e, eventualmente, culminando no conflito entre Eldianos e Marleyanos. A série foca no impacto global da guerra, explorando como ela molda sociedades e indivíduos, frequentemente apresentando os conflitos internos dos personagens como revelações secundárias.
Já Jujutsu Kaisen aborda a guerra de forma mais subjetiva e emocional. Os conflitos são definidos pelas lealdades e pela visão de mundo dos personagens. Após os eventos do Arco de Shibuya, a narrativa se torna mais parecida com uma guerra ao explorar as motivações e ideologias de sorcerers e curses. No entanto, o foco está menos nos eventos externos e mais nas escolhas e na evolução pessoal dos personagens.
Essa diferença reflete dois lados da guerra: enquanto Attack on Titan explora a guerra como um fenômeno externo, Jujutsu Kaisen se concentra em como as pessoas a internalizam, decidindo como dominam ou resistem umas às outras.
A política da verdade em Jujutsu Kaisen e Attack on Titan
A verdade é um tema central em ambas as séries, mas tratada de maneiras diferentes. Em Attack on Titan, a verdade muitas vezes é uma revelação que redefine o cenário. Por exemplo, Zeke Jaeger apresenta uma visão de mundo moldada por seu ódio interno e conflitos sociais, culminando em seu plano de eutanásia Eldiana. Essas verdades impactam diretamente as escolhas e os destinos dos personagens.
Em Jujutsu Kaisen, a verdade é construída lentamente diante do leitor. Por exemplo, a transformação de Geto Suguru de protetor dos não-usuários de energia amaldiçoada em alguém que os vê como inferiores é gradual e profundamente explorada. A série não apresenta essas mudanças como um choque, mas como um processo que reflete a profundidade emocional e moral dos personagens.
O valor da vida e a conexão central entre as séries
No centro da guerra está a questão do valor da vida: quem merece viver? Essa pergunta permeia ambas as séries, mas de formas diferentes. Em Attack on Titan, o valor da vida é amplamente determinado pelas ideologias e preconceitos dos personagens. Por exemplo, Gabi Braun inicialmente vê os Eldianos como monstros, mas sua visão muda lentamente à medida que ela passa a entendê-los como humanos.
Em Jujutsu Kaisen, o valor da vida é simbolizado por personagens como Mahito. Nascido como uma maldição que cresce matando humanos, Mahito personifica a ideia de como ideologias podem desumanizar o outro. Sua busca por validação de figuras como Kenjaku e Sukuna reflete a luta humana por significado e aceitação. Mesmo assim, Mahito desafia o leitor a empatizar com ele, entendendo suas motivações sem justificar suas ações.
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Jujutsu Kaisen (traduzido para Batalha de Feiticeiros no Brasil) é um mangá japonês escrito e ilustrado por Gege Akutami, e publicado na revista Weekly Shōnen Jump desde 5 de março de 2018.
Jujutsu Kaisen conta a história de Yuji Itadori, um jovem gênio do atletismo que acaba juntando-se a um clube de ocultismo e então descobrindo ser o receptáculo perfeito para Ryomen Sukuna, a maldição mais poderosa de todos os tempos.
Jujutsu Kaisen tem um anime desenvolvido pelo Studio Mappa (o mesmo de Attack on Titan) com duas temporadas disponíveis no Crunchyroll.
