Poucos animes discutem temas como liberdade e livre-arbítrio com tanta intensidade quanto Attack on Titan. A obra de Hajime Isayama mergulha de cabeça na dualidade entre agir por vontade própria e viver sem correntes físicas. É nesse contexto que surge um dos personagens mais complexos da série: Eren Yeager. A busca incessante de Eren por liberdade acaba se tornando sua prisão — uma contradição que o transforma, ironicamente, no maior escravo da narrativa.
O mundo onde a liberdade é uma ilusão

No universo de Attack on Titan, a ideia de liberdade é um privilégio que poucos conhecem. Quem nasce na Ilha de Paradis vive cercado por muralhas e ameaçado por Titãs. Já os eldianos fora da ilha são marginalizados e tratados como cidadãos de segunda classe. Neste cenário de opressão, Eren surge como um símbolo de resistência, mas suas decisões revelam algo mais profundo: sua verdadeira prisão é interna.
A diferença entre livre-arbítrio e liberdade
É importante destacar a diferença entre livre-arbítrio e liberdade. Livre-arbítrio é a capacidade de tomar decisões conscientes, enquanto liberdade é o estado de não estar sob controle de outro. Eren acredita estar lutando por liberdade, mas na prática, ele está respondendo a uma compulsão interna que o obriga a seguir adiante — mesmo quando isso significa destruir tudo ao seu redor.
A influência de Armin e a insatisfação constante

Desde cedo, Eren é influenciado pelos sonhos de Armin, que desejava conhecer o mundo além das muralhas. No entanto, quando Eren finalmente alcança esse objetivo e vê o oceano, sua reação não é de felicidade. Ele não se sente realizado. Esse momento expõe uma verdade cruel: nenhuma conquista o satisfaz porque sua obsessão por liberdade é insaciável. Ele nunca está em paz, pois sempre vê algo à frente que o impede de descansar.
O poder do Titã Fundador e a escravidão ideológica
Mesmo quando obtém o poder absoluto com o Titã Fundador, Eren escolhe o caminho da destruição ao invés da reconstrução. Ele poderia ter usado suas habilidades para criar estratégias defensivas, mas sua mente já estava tomada pela ideia de que apenas o genocídio poderia garantir a liberdade de seu povo. Na prática, Eren se torna escravo da própria ideia de liberdade. E o mais trágico: se tivesse sobrevivido ao estrondo, provavelmente encontraria outra razão para continuar lutando.
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