No universo de Demon Slayer, Tanjiro Kamado se tornou um símbolo de empatia, esperança e redenção — alguém capaz de tocar até os corações mais endurecidos. Porém, há uma personagem que permaneceu imutável diante de sua bondade: Shinobu Kocho, a Hashira do Inseto. E, segundo muitos fãs, essa foi uma das decisões mais acertadas de Koyoharu Gotouge como autora da obra.
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O ódio de Shinobu é justificado
Shinobu carrega uma dor profunda que não pode ser amenizada com palavras suaves. Sua irmã mais velha, Kanae Kocho, foi brutalmente assassinada por Doma, o Segundo Lua Superior. Essa tragédia moldou sua visão sobre os demônios e a transformou em alguém que, mesmo sorrindo, guarda um ressentimento imenso.
Enquanto Tanjiro tenta entender os demônios e reconhecer suas dores passadas, Shinobu segue um caminho oposto: ela luta com ódio e propósito, movida por uma dor que Tanjiro, mesmo tendo perdido a própria família, não consegue alcançar completamente. Isso mostra que nem todos podem ou devem ser “salvos” pela empatia do protagonista.
Tanjiro não conseguir mudar Shinobu fortalece sua narrativa
A força narrativa de Tanjiro está justamente em sua humanidade — ele não é um herói perfeito e não é onipresente em sua capacidade de inspirar os outros. Ao não conseguir mudar Shinobu, Gotouge mostra ao público que nem todas as feridas podem ser curadas com esperança. Algumas dores são profundas demais, e cada personagem tem seus próprios limites e razões para lutar.
A morte de Shinobu durante o confronto final com Doma, no Arco do Castelo Infinito, reforça essa ideia. Ela escolheu se sacrificar para derrotar o assassino de sua irmã, passando o legado da vingança para sua discípula e irmã mais nova, Kanao. Isso não apenas fecha seu arco com coerência, mas também fortalece a continuidade emocional da história.
O papel único de Shinobu em Demon Slayer
Shinobu ocupa uma posição singular entre os Hashira. Além de ser a única com uma sucessora direta, sua inteligência e domínio do uso de venenos a destacam como uma combatente fora do padrão. Sua abordagem estratégica mostra que há mais de uma forma de lutar contra os demônios — mesmo sem força física bruta.
Embora o uso de venenos não seja amplamente adotado por outros membros da Corporação, a habilidade de Shinobu em manipular substâncias letais revela o quanto ela era engenhosa e perigosa — qualidades muitas vezes subestimadas dentro da obra.
Uma das melhores decisões da autora
Koyoharu Gotouge acertou ao não fazer de Tanjiro um salvador universal. Demon Slayer é, acima de tudo, uma história sobre dor, superação e diferentes formas de lidar com o luto. E Shinobu Kocho representa perfeitamente aqueles que, apesar de ajudarem os outros, carregam feridas que jamais cicatrizam.
Essa escolha dá mais profundidade ao mundo de Demon Slayer, tornando-o mais realista, humano e emocionalmente ressonante. Afinal, nem todo mundo pode — ou quer — ser salvo.
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Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba, é uma série japonesa de mangás shōnen escrita e ilustrada por Koyoharu Gotōge.
O mangá é serializado desde fevereiro de 2016 na revista semanal Weekly Shonen Jump, sendo compilada, até o momento, em 17 volumes tankōbon pela editora Shueisha.
Demon Slayer acompanha a história de Tanjiro, um jovem que tem sua família exterminada por Muzan Kibutsuji, o líder dos Oni, e sua irmã mais nova, Nezuko, transformada em Oni. Depois deste acontecimento, ele se junta aos exterminadores de Oni em busca de uma forma de reverter a transformação da irmã e salvá-la desse destino.
Demon Slayer atualmente possui duas temporadas completas. Além disso, os filmes de Demon Slayer adaptam arcos importantes da história entre estas temporadas.
Você pode assistir ao anime de Demon Slayer na Crunchyroll e parcialmente na Netflix. Já o mangá de Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba é publicado no Brasil pela Panini e você pode comprá-lo aqui.