A série Fringe, criada por J.J. Abrams e transmitida pela Fox, parecia ter todos os ingredientes para o sucesso. Com uma premissa instigante, uma equipe criativa experiente e um público inicialmente receptivo, o drama de ficção científica teve um início promissor. No entanto, mesmo com o envolvimento de nomes renomados e uma base fiel de fãs, a produção foi encerrada após apenas cinco temporadas. O que levou ao cancelamento de uma série com tanto potencial?
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Uma estreia instável e um início promissor
Fringe estreou em 2008 com uma proposta ousada: mesclar mistérios científicos, teorias de universos paralelos e conspirações governamentais, em um formato acessível ao grande público. A trama acompanhava a Divisão Fringe, uma unidade especial ligada ao FBI responsável por investigar fenômenos inexplicáveis. Liderada pela agente Olivia Dunham (Anna Torv), a equipe contava ainda com o excêntrico cientista Walter Bishop (John Noble) e seu filho, Peter Bishop (Joshua Jackson), além do agente Phillip Broyles (Lance Reddick).
Apesar da recepção inicial morna, marcada por críticas à narrativa dispersa e à escrita pouco inspirada, Fringe conquistou parte do público e ganhou força ao longo da primeira temporada. Na segunda, encontrou seu tom e passou a ser mais elogiada. Ainda assim, esse reconhecimento não se traduziu em crescimento de audiência.
A queda gradual de audiência
Logo após a estreia, Fringe chegou a registrar cerca de 10 milhões de espectadores. No entanto, esse número começou a cair já na segunda temporada, que teve pouco mais da metade desse público. O padrão se repetiu ao longo dos anos seguintes. Mesmo com boas críticas e episódios marcantes, a série viu sua base de espectadores encolher até alcançar pouco mais de 4 milhões na quinta e última temporada.
Parte dessa queda foi atribuída à decisão da Fox de mover o programa para a noite de sexta-feira, conhecida no meio televisivo como o “horário da morte”. Esse deslocamento comprometeu a audiência ao vivo, especialmente porque o público da série era mais propenso a assistir por reprises ou gravações — algo que, na época, não era valorizado nas métricas da emissora.
Custos altos e decisões comerciais
Outro fator decisivo foi o alto custo de produção. O episódio piloto custou cerca de 10 milhões de dólares, e embora os episódios seguintes tenham tido um orçamento menor, ainda exigiam investimentos significativos. Com a audiência em queda e a manutenção de um orçamento elevado, Fringe se tornou uma aposta difícil de justificar financeiramente.
Apesar desses obstáculos, a Fox ainda concedeu uma quinta temporada, embora mais curta, com apenas 13 episódios. A decisão teve uma motivação estratégica: alcançar a marca de 100 episódios, número considerado ideal para que uma série possa ser vendida em pacotes de reprises para outras emissoras e plataformas — uma forma de garantir retorno financeiro mesmo após o fim da transmissão original.
O fim inevitável e a ausência de continuidade
Já em 2010, os roteiristas tinham consciência de que a série dificilmente passaria da quarta temporada. Por isso, começaram a desenvolver uma espécie de encerramento antecipado da trama. A quinta temporada, portanto, serviu como uma conclusão planejada, mesmo que mais enxuta do que os fãs esperavam.
Após o fim da série em 2013, surgiram rumores sobre um possível filme ou retorno especial, mas nada se concretizou. John Noble, intérprete de Walter, chegou a comentar essa possibilidade, mas o projeto nunca saiu do papel. Hoje, com o elenco envolvido em novos trabalhos e a franquia considerada “encerrada”, são poucas as chances de Fringe voltar de forma significativa.
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