2. Bugs
Quotando o craque neto, é brincadeira ter uma sessão para falar disso. Uma baita de uma sacanagem, diga-se de passagem. É a mesma coisa que chegar no Mc’Donalds e pedir para eles cozinharem o hamburguer de minhoca de cavalo antes deles te servirem.
Não há software perfeito, isso é sabido. Sempre existirão pequenas falhas e bugs, mas isso nunca pode ser perceptível ao ponto de estragar um jogo, ou mesmo de o tornar não jogável.
A Bethesda é conhecida por seus grandes e muitas vezes divertidos bugs, mas um desses descuidos por pouco não faz com que The Elder Scrolls: Skyrim fosse absolutamente impraticável no PS3. Não sei até onde é culpa da tecnologia alien do terceiro console da Sony ou da Bethesda que testou o jogo com igual perícia de uma chinchila morta, mas o jogo era tão problemático que saves corrompiam porque sim.
Ports são naturalmente difíceis de se fazer e, justamente por isso, deveriam ter atenção triplicada no beta-teste. Quem tentou jogar Bully no Xbox 360 que o diga.
E muito disso se deve as empresas testarem o jogo por cerca de dois minutos para se certificar de que eles estão ao menos ligando nas plataformas portadas, esperarem a reclamação dos trouxas que compraram e então lançar um patch de correção.
No meu mundo perfeito, patch de correção seria uma vergonha tão grande que o valor do jogo seria reembolsado e uma carta com um pedido de desculpas seria enviado via mensagem holográfica.
A preguiça (e sem-vergonhice) das empresas continua a níveis alarmantes quando elas fazem jogos que travam em consoles.
É possível entender que não há como agradar gregos e troianos no mundo dos jogos de PC. Cada PC é diferente, com especificações diferentes, sistemas operacionais diferentes e o máximo que se pode fazer é declarar as especificações mínimas e torcer pelo melhor. Agora, você exatamente o que tem dentro de um console.
Cada PS3, cada Xbox One, cada Gamecube, cada console é exatamente igual. Eles são produzidos industrialmente em larga escala para serem clones em absoluto. Não há sequer um motivo para que jogos estejam travando por culpa dos gráficos ou perdendo frames numa parte com muitos inimigos. Se o jogo não roda no console, não lance. Pagamos por jogos. E pagamos caro. O mínimo que queremos é respeito. É impossível não ficar #chateado quando vem aquela tela de loading que demora seis dias porque o jogo não foi otimizado o suficiente para o console que você tem.
Aliás, telas de loading. Não importa como ou se é possível, apenas parem com telas de loading. Façam jogos menores, bolem um meio de carregar o jogo enquanto se joga, façam uma animação (curta!) para abrir portas, eu não ligo. Passamos dessa fase já.
Condenados ao Fogo do Inferno (travado na tela de loading): Skyrim pra PS3, Bully pra Xbox 360 e muitos, muitos, MUITOS outros.
1. Presunção
Ao contrário do que alguns leitores desavisados pensam, nós do Critical Hits (e eu posso falar pelo time nessa parte) não achamos que gráfico seja igual a inovação.
Desde o salto da era 2D para os polígonos do Playstation One, se criou um pensamento coletivo de que gráficos são a parte mais importante de um jogo. Não importa se a jogabilidade é porca ou se a história é ruim. Se os gráficos são bons, o jogo é bom. E isso se acentuou com o avançar das gerações, com o salto surrealista do segundo Playstation e beirando o absurdo com o salto para geração passada com os gráficos mais reais já feitos na história dos joguinhos até então.
Essa visão, além de equivocada, é extremamente nociva para a industria dos jogos. Sony e Microsoft pensaram apenas no poder bruto de seus consoles de renderizar mais poligonos, mais detalhes, mais luz, mais beleza, e foram atropelados pelo realmente inovador Wii.
Não estou dizendo que evoluir os gráficos é ruim. Muito pelo contrário. The Last of Us e GTA V são belíssimos jogos e isso só acrescenta pontos somados a boa jogabilidade e histórias incríveis que estes games trazem para os sortudos que puderam jogar .
Mas se basear somente nisso é um erro. E o risco é de termos cada vez mais belos jogos com histórias estúpidas, muito por culpa da falta de preocupação sobre o que esses bonequinhos realistas estão fazendo durante o jogo.
Essa ausência de preocupação com a história se caracteriza principalmente pelo total relaxo na hora de contratar um escritor talentoso ou ao menos profissional para o roteiro do jogo e deixar a dublagem para companhias terceirizadas e que provavelmente nunca fizeram algo antes na vida.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=-5FTJxfV3pc
Olha isso.
O retardado vídeo acima é de um jogo que custou 32 milhões de dólares para ser feito. Hoje isso não é muito, se comparado com o custo extraordinário de Watch_Dogs e GTA V, por exemplo, mas na época foi um absurdo. E mesmo assim, temos essa belíssima pérola que uma gigante como a Square Enix deixou passar. Se bem que ficou tão bom que as vezes foi proposital.
Com a união de um bom roteirista e boa dublagem (legendas só se for opcional, também já passamos da fase da lingua do the sims), temos uma boa história. E isso já é meio caminho andado para um jogo de videogame.
Também não adianta por os esforços no começo do jogo e esquecer do final. Ultimamente, os jogos tem tido finais cada vez mais insossos e chatos. Eu falei que não ia citar jogos ruins, mas para firmar a exceção da regra, quem jogou Mortal Kombat vs DC sabe que os finais são retratados de maneira muito semelhantes ao Mortal Kombat de Super Nintendo, o que é inadmissível. E eu não vou nem falar da zoeira que foi o Mass Effect 3.
Yep, ok. Whatever.
É realmente desapontador enfrentar o inferno na Terra, e as vezes em outros planetas e dimensões, para ver uma imagem com texto sobre o que você acabou de fazer. Não estamos mais no Metroid. Cadê aquele ânimo sobre gráficos fodas? Agora que é a hora de exarcebar belas animações, como faz o Final Fantasy desde que começou a usar CG. Até os “finais” do Tekken são divertidos, com CGs bonitos e bem trabalhados.
Condenados ao Fogo do Inferno (com gráficos realistas) : Sony, Microsoft, maioria das grandes desenvolvedoras e você que acha que gráficos são o mais importante.
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