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Diablo III 2.0: como reciclar um jogo de forma correta

Não escondo e nunca esconderei de ninguém o grande fã que sou dessa mítica série, e assim como vocês, caros gamers e leitores me angustiei de diversas formas ao ver o rumo que a série tomou em seu lançamento. Para começo de papo o sistema de loot era uma vergonha por ser assinada pela própria Blizzard. Os itens achados eram extremamente inúteis e fracos, e a única forma real de conseguir montar um char com equipamentos decentes era apelando para a casa de leilões, tornando o jogo com um gosto um tanto quanto amargo de “pay-to-win”.

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Tirando isso ainda tinha o nível de dificuldade do jogo. Era obrigatorio fechar o jogo inteiro a fim de poder avançar para a próxima dificuldade. Não interessa qual sua experiência com a franquia e jogos do estilo, você vai enfrentar Diablo na dificuldade mais fácil. Tudo isso sem mencionar a famigerada discussão sobre o excesso de cores em Diablo III (discussão chata e sem sentido)…

dificuldade
Finalmente, Diablo III como deveria ter sido desde o começo.

Mas finalmente a luz se fez para a Blizzard, e alguma revolução aconteceu lá dentro. Finalmente alguém se tocou “ei, isso não é Diablo”, e começou uma grande alteração do jogo para seu lindo patch 2.0, que transformou a coisa toda em praticamente um novo jogo. Praticamente as vesperas do fechamento da casa de leilões, o que nos resta é desfrutar dessa nova experiência.

cutediablo

Esse mês a Blizzard lança o primeiro DLC de Diablo II, o Reaper of Souls, porém para receber sua primeira expansão, era necessário preparar o terreno para isso, e portanto há uma semana recebemos a expansão definitiva do jogo, que transforma a experiência em outra coisa, que deixa completamente pra trás os quase dois anos de jogo “pau mandado” que experimentamos.

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Com o lançamento do patch não temos apenas uma atualização, temos um jogo novo a ser explorado. Agora o sistema de loot lhe dá uma chance real de encontrar itens preciosos e significantes para seu personagem. É possível achar itens lendários em baús (coisa praticamente impossível antes do 2.0), e a coisa é tão restrita que o item é vinculado a sua conta, e te dá um prazo de duas horas para trocar o item com outro jogador que está na mesma sala que você. Caso esteja jogando uma partida privada, esqueça mandar seu item para algum amigo. A troca de itens está totalmente liberada para seus personagens da mesma conta. A coisa está seria.

Além do lindo Loot 2.0, temos também o novo modo de dificuldade que, além de lhe dar a opção do nível de dificuldade do jogo, ela ainda é interativa. Isso significa que você pode ter o melhor char do mundo, ainda assim os monstros sobem de nível segundo sua experiência no jogo, e claro, quanto maior a dificuldade do jogo, melhor será sua recompensa. Os monstros do jogo também tiveram alterações de inteligência artificial. Já me vi sendo flanqueado por zumbis, o que leva o jogador a adotar novas técnicas de combate, e usar novas misturas de poderes para enfrentar os inimigos. Enfrentar monstros elite, campeões e afins também é um novo desafio. Esqueça tudo que sabe sobre combate em Diablo III, os monstros tem novas estratégias de combate. É hora de repensar todas sua estratégia e combinação de poderes.

Ah sim, prepare-se para um “kill-streak” de até 50 monstros, coisa que não é nem um pouco rara.

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Outro ponto forte é o fato de que após o nível 60, é possível distribuir pontos de experiência para seus personagens ao seu bel prazer, o que nos remete aos bons e velhos tempos de Diablo I e II. Além disso os personagens receberam novos poderes, que serão desbloqueados após o nível 61, porém estarão acessíveis somente com a aquisição do pacote de expansão Reaper of Souls, que aumentará o limite de level de 60 (máximo em Diablo III) para 70.

Novo pacote gráfico

Outro item muito esperado para o novo patch, foi o novo pacote gráfico, que valeu muito a pena. As texturas para pc estão mais suaves e belas. Os poderes foram remodelados e agora os ataques apresentam novas animações.

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A renderização de imagens ficou mais suave, e agora as animações “in game” são mais precisas com movimentações muito mais reais. Em PC’s não tão velozes a melhoria gráfica trará só benefícios, afinal de contas, a renderização gráfica ficou mais inteligente e as opções de vídeo aumentaram, para assim trazer a experiência para jogadores que não investem tanto assim eu seu hardware, e querem experimentar o gameplay aonde Diablo foi desenvolvido para: o PC.

Outro fator que não pode ser deixado pra trás é a “randomização” de mapas. O sistema já era aplicado, porém agora ele ficou mais preciso e muito mais randômico, gerando mapas gigantescos que não se parecem nada com o que você passou anteriormente. Experimente em uma campanha single player passar por um pedaço de mapa, e depois reiniciar o jogo e ver que o mesmo mapa mudou completamente, com exceção dos pontos chaves do jogo.

reaper

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Veredito

Este não é um review, e sim apenas mais um artigo, porém tratando-se de uma atualização tão grande, é necessário um veredito.

Ao fim da experiência, a Blizzard deu um grande exemplo de como respeitar os fãs de uma série e reciclar um título para se “reaproximar” do que era esperado por nós, jogadores e amantes da série. Trazer um título seguinte de uma franquia de sucesso significa sim inovar ao ponto certo da nova geração, e trazer uma experiência ampliada do que foi o anterior, porém é necessário sempre enxergar até que pontos queremos o novo, e partir de onde queremos o “novo novamente”. Não adianta transformar uma série, se em seu capítulo seguinte foram feitas tantas alterações, que nem ao menos se parece de perto com o seu anterior.

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A Blizzard aprendeu com seus defeitos neste novo título e atualizou seu jogo para a experiência que todos nós estavamos esperando desde o lançamento, mesmo que isso tenha significado mais alguns milhões para a empresa, para recebermos de portas abertas o primeiro DLC da campanha principal. Que venha o Reaper of Souls, então.

Que esse exemplo fique registrado para outras grandes empresas. É possível aprender com os erros e reinventar usando o mesmo, para trazer ao jogador e fã tudo que ele espera, e muito mais.

Até a próxima!

Agradecimentos ao leitor Gustavo Henrique Nava pelas dicas de edição.

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