Com a criativa proposta de inserir os mais famosos personagens de animes e mangás no cotidiano do Rio de Janeiro, Edson Cura, fotógrafo morador do Morro do Fallet, tem feito sucesso no Instagram com a página Anime Dicria. Criada em fevereiro deste ano como forma de colocar em prática ideias que já cozinhavam na sua mente, a página já conta com mais de 17 mil seguidores.
Em entrevista ao O Globo, Ed conta que começou a página com uma montagem relacionando o calor de Bangu com um demônio de Fire Force, “Comecei por diversão, fiz uma montagem de um demônio de “Fire Force” em Bangu, brincando com o calor do bairro”, conta Ed. “Aí fui postando as colagens dos desenhos nas fotos e as pessoas gostaram, muita gente que curte anime e é da periferia ou de comunidade passou a seguir”.
Crescendo assistindo animes como Dragon Ball e Pokémon na casa da sua avó, Ed conta que embora ainda exista o estereótipo “do homem negro periférico, que não consome outras coisas além de futebol e funk”, aos poucos isso vem sendo desconstruído. “Hoje isso mudou, tem uma cultura forte de anime nas comunidades. Até porque, com todas as séries na internet, o acesso ficou mais fácil”, afirma o fotógrafo.
Uma vez por semana Ed também publica o Jornal Dicria, reunindo algumas das principais notícias da semana acompanhadas das suas montagens, como Vegeta preocupado com o aumento do preço da gasolina ou Senku nada feliz com a manchete de que o Brasil tem o menor investimento em ciência dos últimos 12 anos.
Além disso, Ed ainda se dedica ao projeto da criação de uma gibiteca no Fallet, que irá reunir mangás e quadrinhos ocidentais. “A ideia é fazer uma campanha de arrecadação para o aluguel do espaço. Já vi alguns pontos vazios, mas quero que seja mais no pé do morro, para que as pessoas que têm medo de subir também possam visitar”, explica Ed. “Se der certo, pretendo levar para outras comunidades, ter um espacinho do Anime Dicria na Maré, no Alemão, na Cidade de Deus”.
Caso queira acompanhar e apoiar o trabalho de Ed, basta segui-lo no Instagram ou Twitter. Você também pode apoiar financeiramente o fotógrafo através de uma vakinha, que é destinada à compra de um novo computador para melhorar o processo de produção da página.
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