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World of Warcraft Classic – Review

Quando World of Warcraft Classic foi anunciado oficialmente na BlizzCon 2017, a novidade foi recebida com um sentimento misto de alívio e ceticismo, porque enquanto essa era uma das solicitações mais pedidas pelos jogadores, alguns acreditavam que apenas o sentimento nostálgico do WoW vanilla não se refletiria de forma prática no engajamento da comunidade. Entretanto, quando o jogo finalmente foi lançado em agosto deste ano, além de bater recordes de audiência no Twitch, o WoW Classic tem trazido diversos novos jogadores e provado ser bem mais do que fogo de palha.

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Embora eu tenha começado as minhas aventuras no mundo de Azeroth no Mists of Pandaria, as coisas já eram consideravelmente diferentes, e muitas das “facilidades” que temos hoje no jogo já estavam implementadas. Assim, ter a experiência de jogar WoW sem nenhuma das suas expansões é algo proveitoso tanto para os veteranos como para os novatos.

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Logo de cara, se você está acostumado a jogar outros MMOs uma das coisas que mais vai chamar a sua atenção e talvez até afaste alguns jogadores é a falta de um tracker para as missões. A ausência dessa ferramenta foi tão espantosa que muitos chegaram até a reportar como bug no beta do jogo. No entanto, por mais que esse aspecto torne algumas quest mais demoradas, sem dúvida torna o ato de upar bem menos mecânico e meio que obriga o jogador a entender um pouco do lore do jogo, já que basicamente você sempre vai ter que ler um trecho da missão para entender o que é preciso fazer e onde você deve ir. Embora isso possa deixar alguns um pouco perdidos no começo, com o tempo é bem fácil de ser acostumar, principalmente quando você já conhece o mapa ou com o auxílio de addons.

O mesmo acontece para diversos outros aspectos, como o fato de ter que comprar flechas para o Caçador ou ter que retornar para o instrutor da sua classe sempre deseja que aprender uma nova habilidade. A princípio, essas características podem parecer “desnecessárias”, mas acabam tendo uma importante função, principalmente para os novatos. Como o ritmo do leveling é mais lento, os jogadores têm mais tempo para entender melhor a sua classe e se adaptar com cada nova skill, algo bem diferente do que acontece no leveling atual, onde de uma hora para outra você já possui trocentas habilidades.

Essas características do seu gameplay acabam trazendo de volta também o espírito de comunidade do jogo, que como já foi destacado pela própria Blizzard, sempre foi o grande foco do World of Warcraft. Assim, em vez de entrar como PUG para fazer Pedras Míticas ou raidar através do LFR, no WoW Classic é preciso manualmente formar um grupo e ir até a porta da Dungeon. Dessa forma, além de tornar o papel das guildas ainda mais fundamental, já que facilita ter um grupo fixo de pessoas para jogar, a experiência de simplesmente conhecer novos jogadores é bem mais prazerosa e frequente, já que mesmo sem a utilização de Discord ou TS a comunicação via chat ainda é extremamente necessária.

Por mais estranho que possa parecer quando se fala de jogos online, nessa primeira semana em que estou jogando com dois personagens (um no Thalnos e outro no Faerlina) a maioria dos jogadores foram muito civilizados e solícitos, seja formando filinhas para completar a quest ou ajudando novatos com algumas rotações. O WoW sempre teve um aspecto cooperativo muito forte, principalmente no PvE, mas a impressão é que o Classic tornou isso ainda mais forte. Nos grupos de DG que participei com jogadores aleatórios, não lembro de nenhum deles ter reclamado de forma tóxica que um DPS estava causando pouco dano ou que um Tank estava movimentando o boss de forma errada. Esse aspecto também traz outro grande contraste com as expansões mais recentes do WoW, onde o ego de alguns jogadores em topar o DPS ou ter o maior ilv acaba ficando na frente da própria diversão.

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Por isso, mesmo que você seja aquele típico jogador que prefere upar sozinho, provavelmente não terá dificuldades em encontrar bons grupos para fazer os conteúdos mais difíceis. Já para os jogadores veteranos o aspecto nostálgico sem dúvida também vai contar muitos pontos, seja revisitando dungeons clássicas como Gnomeregan e Scarlet Monastery, ou simplesmente revendo alguns personagens como Thrall, que na época ainda era o Chefe Guerreiro da Horda.

Mas para não dizer que tudo são flores, o WoW Classic ainda apresenta pequenos problemas, como as já conhecidas filas para logar, principalmente durante a primeira semana, e a questionável escolha de manter os modelos antigo dos personagens, que embora tenha faça sentido pelas limitações da época, os modelos mais novas acabam representando melhor cada raça e classe.

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Em suma, World of Warcraft Classic é uma recriação perfeita da versão original de um dos mais importantes MMOs do mundo. É um enorme acerto da Blizzard, que dessa vez ouviu direitinho o pedido dos seus jogadores. Embora ainda seja um pouco cedo para pensar nisso, o sucesso a longo prazo do Classic também dependerá de como a Blizzard evoluirá o jogo, se eventualmente serão adicionados conteúdos de Burning Crusade e Wrath of the Lich King, ou se teremos algo totalmente novo, quase como se fosse uma linha paralela no mundo de Azeroth.

Resumo para os preguiçosos

Ao recriar com perfeição basicamente todos os aspectos do jogo original, WoW Classic consegue agradar tanto os jogadores novatos como os  veteranos. Tendo um ritmo bem diferente dos MMOs da atualidade, as suas principais características podem representar uma barreira para alguns, mas no fim acabam servindo como uma ferramenta para potencializar o sentimento de comunidade e cooperação dos jogadores.

Nota final

95
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Recriação perfeita da experiência da versão original do jogo
  • Nostalgia de revisitar e refazer alguns conteúdos
  • Curva de aprendizado de cada classe bem mais justa
  • Resgate do sentimento de comunidade

Contras

  • Em servidores muito populares as filas podem acabar sendo frustrantes
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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.