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Wolfenstein: The New Order – Review

A geração atual de gamers talvez não faça a mínima ideia de que Wolfenstein foi um dos primeiros jogos de tiro em primeira pessoa. O jogo foi o primeiro grande sucesso da dobradinha Carmack e Romero, que na sequência lançariam Doom, duas franquias que têm bastante em comum: foram grandes nos anos 90 mas na virada do milênio meio que ficaram esquecidas, ou passaram a ser ignoradas pelos mais novos. Poderá esse capítulo mostrar que Wolfenstein ainda é uma franquia relevante?

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Em Wolfenstein: The New Order, você controla novamente William B.J. Blazkowicz, um espião americano que já enfrentou muita guerra pela frente. O jogo se passa em dois momentos, sendo o primeiro durante a segunda guerra mundial e o segundo quatorze anos após os eventos dela. Os Nazistas venceram a guerra e dominam o mundo, e você quase morreu no processo, tendo passado todo esse tempo se recuperando dentro de um manicômio.

Após retomar o controle das próprias faculdades mentais, Blazkowicz fica sabendo da realidade em que está, num mundo onde os nazistas venceram e onde a opressão come solta. Você começa o jogo na Polônia, mas logo está em Berlim procurando pela Resistência e por uma maneira de lançar uma contra-ofensiva contra o Reich.

Apesar de começar de um lugar comum, a MachineGames coloca bastante ênfase (mesmo que não obrigatório) na narrativa de como a Alemanha ganhou a Segunda Guerra. O jogo conta que os EUA capitularam após ataques nucleares dos nazistas, por exemplo, e que foram eles os primeiros a chegarem na lua. O nível de detalhes espalhados pelos cenários, seja em recortes de jornal, seja em aspectos da cultura nazista, é realmente impressionante.

Durante o jogo, você descobre que os nazistas descobriram uma série de inventos tecnológicos desenvolvidos por uma sociedade secreta de judeus, e que foi essa tecnologia que os ajudou a vencer a guerra. Apesar disso, há uma mistura bastante interessante da tecnologia dos anos 60 com um pseudo-futurismo, com soldados em exoesqueletos e drones voando por aí.

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Por falar em mistura de moderno com antigo, a MachineGames aproveitou-se de características tanto do Wolfenstein de 1992 quanto de características de jogos atuais em The New Order e o resultado é interessante. Aqui, você não carrega apenas uma arma principal e uma arma alternativa, como nos Call of Duty da vida. Blazkovicz é um armário humano que carrega shotguns, metralhadoras, maçaricos, enfim, exatamente como era feito nos anos 90.

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Além disso, o seu personagem também tem uma quantidade limitada de pontos de vida, que vai sendo melhorada conforme você encontra power ups no jogo. Apesar disso, há um pequeno fator de regeneração de vida, algo como você perde 40 pontos de vida e recupera uns 10 ou 20. Felizmente, há uma boa quantidade de itens de recuperação de energia espalhados pelo cenário para os que costumam levar tiros pra caramba, além de uma mecânica de cover, pro caso de você não ser do tipo que sai correndo e atirando em tudo o que se movimenta.

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Por falar nisso, o jogo apresenta maneiras diferentes de combater os oponentes, indo do stealth (com o uso de facas e ataques furtivos) ao porralouquismo total, com você carregando uma shotgun em cada braço e distribuindo a morte e a destruição por aí. Eu particularmente achei a segunda alternativa bem mais divertida, mas é possível ir alternando os modos de combate.

Cada modo de combate do jogo tem uma série de talentos que você vai ganhando conforme vai vencendo desafios impostos pelo jogo. Esses desafios são bem simples, como matar 5 inimigos com takedowns, ou dar 10 headshots com uma arma específica, e vão liberando habilidades que ajudam bastante no progresso.

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Wolfenstein: The New Order apresenta 16 “fases” para você e cada uma delas dura entre uma hora e uma hora e meia para ser concluídas. Nela, você enfrenta uma grande gama de inimigos, que vão de soldados à pé até robôs armados até os dentes, sendo alguns deles bem fáceis de serem enfrentados e outros completamente apelões e verdadeiros exércitos de um homem só.

O desafio oferecido pelo jogo é bem interessante e divertido na maioria do tempo, mas vai haver vezes em que você certamente vai ficar bem frustrado, com inimigos que te matam rápido demais ou situações completamente estúpidas que te fazem repetir uma mesma cena várias vezes. Outro problema do jogo é talvez a forma mais oldschool de apresentar os objetivos. Até há um ponto brilhante no mapa dizendo para onde você deve ir, mas ele só aparece quando você está a 10 metros dele.

Olha a lei de Moore aí, gente!
Olha a lei de Moore aí, gente!
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Graficamente, Wolfenstein: The New Order bem interessante. É bem legal ver como o rosto de Blazkovicz evoluiu desde 92 até hoje e lembrar da lei de Moore. Além disso, os movimentos dos inimigos são bastante fluídos e as reações deles, dependendo de onde levam tiros, é bastante fiel. Aliás, é bem engraçado ficar atirando nas pernas dos inimigos para vê-los contorcerem-se de dor. O meu lado sádico dá pontos positivos para essa “feature” do jogo.

A música de Wolfenstein: The New Order não faz mais do que cumprir o seu papel. Não há grandes destaques para as composições em si, mas algo que eu gostei bastante foi o fato do jogo, por se passar na Europa, apresentar uma série de idiomas. Os alemães raramente falam inglês, por exemplo e, felizmente, o jogo apresenta legendas de tudo o que é dito. Por falar nisso, não há legendas em português do jogo em nenhuma das versões dele, então fique atento a esse detalhe caso você não manje muito de inglês.

Resumo para os preguiçosos

Wolfenstein: The New Order apresenta um FPS bom, porém não espetacular, que vai fazer você se entreter por cerca de 15 a 20 horas. Há momentos em que o jogo brilha, e a mistura de características clássicas com atuais é bem feita, mas para mim esse é o tipo de jogo que você joga uma vez, termina, e nunca mais toca novamente, o que significa que você provavelmente irá querer pagar menos do que os R$ 120,00+ que o jogo está pedindo no momento.

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Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Bom desafio
  • Belos gráficos
  • A mistura do velho com o novo ficou muito legal
  • Personagens carismátivos

Contras

  • Não há legendas em português
  • Pouco fator replay
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.