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The Talos Principle – Review

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A filosofia, meus caros leitores e gamers. Aquela matéria da escola e faculdade que nos fazia questionar problemas fundamentais da vida relacionados à existência, valores morais, éticos e estéticos, assim como a verdade o certo e o errado. De tudo que aprendemos, sabemos principalmente que o berço desta bela e complicada ciência se deu com os grandes Gregos e Egípcios, mas o que acontece se você mixar todos esses valores, com ambientes deste glorioso berço unificado a tecnologia? Isso da The Talos Principle!

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The Talos Principle é um Puzzle, ponto. Esqueça armas de portal, charadas point and click e atente-se somente ao lindo gráfico, o ambiente grego e egípcio e a uma forte voz que se auto intitula Deus e te guia pelo misterioso clima deste indie que é uma das maiores surpresas de 2014. Jogar The Talos Principle é ficar se questionando horas após a sessão de jogatina sobre os questionamentos feitos pelo próprio jogo, e estes são muitos. A misteriosa aura do jogo sobre o que você é, onde está e porque está lá realmente incomoda muito.

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O jogo se passa em um tempo desconhecido, futuro muito provavelmente. Você é um robô (?) que acorda em um antigo pátio grego (??) sendo confrontado por Deus (???) que te desafia a enfrentar diversos puzzles para avançar na historia e levantar os questionamentos éticos sobre sua existência e propria vida, afinal, você proprio é um ser não vivo, um robô. A mensagem é clara: avançe no jogo, resolva os misterios e lembre-se, jamais vá a grande torre, pois lá encontrará a morte.

É impossível passar por The Talos Principle sem nem ao menos se lembrar de Portal. Fica óbvio que este foi a maior inspiração do game. Sentry guns, turrets, raios lazers, portas de plasma e cubos dão vida as centenas de puzzles que vão desde o nível mais simples até o nivel insano somente para Einstein. Este jogo mostra que não são necessárias hiper produções e centenas de itens para dar qualidade a puzzles dos mais diversos tipos (sim, eu amo os desenvolvedores indies). Apenas alguns itens distribuidos em um esperto ambiente, uma boa história e voala! Você tem um excelente puzzle, e neste item os desenvolvedores caprixaram muito.

Tudo isso descrito acima ainda é envolto na misteriosa aura transcendente entre o passado e o antigo, afinal, não basta passear por territórios milenares, você ainda tem que ser um robô e ainda vivenciar itens futurísticos, tudo isso auxiliado por computadores e QR Codes espalhados pelo jogo que muitas vezes apenas aumentam o mistério e algumas poucas vezes dão pistas do que está acontecendo. Aliás, mesclar puzzles e filosofia foi uma idéia genial. Quer algo mais preciso do que unir filosofia e cerébro? Essa mistura perfeita cria uma excelente harmonia para seguir o jogo, e por mais que seja difícil em muitos momentos, você vai continuar por horas e horas e horas apenas pela glória de gritar “AHA!” ao resolver um grande puzzle.

Ainda assim, outros elementos dão vida ao jogo. Além do “exemplarmente construído” ambiente, o mistério da trama por si só já pode fazer o jogo acontecer. Muitas vezes é mais interessante percorrer as dezenas de cenários atrás de novas pistas do que ir atrás de novos puzzles para juntas novas peças para avançar. O reconhecimento de território é uma das coisas mais divertidas a se fazer por aqui, além de claro, aproveitar a bela vista que o jogo proporciona.

The Talos Principle, além de oferecer essa grandiosa experiência, ainda leva toda a experiência à um nivel que eu nunca havia experimentado. O jogo convida-o a perguntar para você mesmo grandes questões filosóficas e pensar muito sobre questões atuais relacionadas com ética e tecnologia. Se me permitem arriscar, este jogo é uma mescla de Stanley Parable com Portal, e enquanto Portal trás sua trama e alguns momentos de ação, e Stanley Parable questiona nossas vidas com toques ácidos de humor, The Talos Principle não traz um momento de humor muito menos de ação. Apesar do grande jogo e da grande ideia, infelizmente nenhum momento do jogo é memoravel, mas fica ainda assim os questionamentos e o prazer da aventura.

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The Talos Principle foi muito bem construído. Eu nunca estive na Grécia e muito menos no Egito, porém se um dia estiver por algum destes lugares, eu realmente espero me sentir em ambientes como estão no jogo, porém infelizmente a sensação de estar em belos locais muitas vezes se perde durante a partida. Não há linearidade do cenário e em muitos momentos do jogo temo a impressão que a atmosfera se perdeu. As opções gráficas variam do mais simples até o ultra super que exigiriam o diabo de sua máquina.

O jogo todo é dotado de cenários estáticos. Não espere um abuso de efeitos especiais a não ser uma chuvinha aqui ou ali, mas ainda assim o cenário impressiona pelo seu tamanho e detalhes. Cada construção antiga foi minunciosamente construída através de diversos detalhes, porém este não seria nada se não pertencesse ao seu habitat natural, e eles estão nos locais certos.

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A falta da trilha sonora no jogo passa completamente despercebida. A ambientação sonora dos ambientes foi bem construída, tornando a experiência um belo passeio, muitas vezes interrompidas pela voz de Deus para trocar uma idéia com você durante alguns momentos do jogo, e sabe qual o melhor disso tudo? O jogo é COMPLETAMENTE em português, o que torna a experiência ainda melhor.

O trabalho de dublagem não é de primeira ponta e honestamente não agrada como deveria, mas se tratando de um jogo que não conta com centenas de personagens e que praticamente a unica voz ouvida é de Deus no jogo, não há muito o que reclamar por aqui, pois apesar de todos os anos de cursinho de inglês, ter que jogar The Talos Principle sem ao menos contar com legendas em português ia fazer muitos jogadores largarem a aventura por ser apenas um jogo com puzzles.

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Jogos puzzle sempre são uma ótima ideia frente a tantos lançamentos de diversos gêneros que temos por aí. Sempre que um jogador se cansa de tudo que já jogou, esta sempre é a melhor saída para gastar seu tempo, porém raros são aqueles puzzles que realmente nos prendem e mantém ocupado por mais de 15 horas, felizmente The Talos Principle é um desses jogos.

Poucas falhas de execução se dão durante o jogo, tornando-o sem dúvida o melhor puzzle de 2014. Admito que a matéria de filosofia nunca foi meu grande forte durante meus tempos de faculdade, porém sempre mantive um contato bem próximo com ela em leituras vagas por aí, porém este jogo realçou meu interesse por esta sensível ciência, me fez questionar diversos fatores da vida e sem dúvida aprendi muito mais do que em qualquer aula que tive.

Ah, se aprender fosse assim.

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Resumo para os preguiçosos

The Talos Principle é um lindo jogo com belas paisagens com movimentações um tanto quanto esquisitas e rapidas, mas nada que atrapalhe a experiência. O que o torna o melhor puzzle de 2014 é o tamanho mistério filosófico que envolve toda a trama e todas as questões que o jogo faz a você, e você faz ao resto do mundo.

Com belos cenários que retratam o berço da sensível ciência da filosofia mesclados com tecnologia de ponta como robos, lasers e afins, o jogador fica preso ao gameplay e se obriga a desvendar cada mistério e cada porquê dos centenas de porquê da filosofia. Com pouquissimas falhas de execução, pode apostar seu tempo e dinheiro neste título.

Além do mais, o jogo oferece uma avaliação psicológica gratuíta. O que poderia dar de errado?

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Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Filosofia e puzzles definitivamente se misturam muito bem
  • Extremamente desafiante, prendendo o jogador por horas e horas
  • Belos gráficos com excelentes cenários
  • Imersão profunda
  • História conexa e interessante
  • Jogo completamente em português

Contras

  • A movimentação por muitas vezes parece surreal demais
  • O cenário se perde muitas vezes, tirando assim o foco do jogador na imersão do ambiente
  • A história tira o foco do objetivo principal do jogo – os puzzles
  • Dublagem fraca
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