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Tales from the Borderlands – Review

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Borderlands não conquistou um lugar na história dos videogames apenas por ser uma mistura quase que perfeita entre RPG e FPS, ser um jogo imenso e apresentar todo um universo ao jogador, muito além dessas coisas, Borderlands tem algo que todo jogo almeja ter: personalidade. E se tem uma coisa que os jogos da Telltale Games têm (pelo menos os bons) é justamente personalidade. E o que teríamos se misturássemos o universo da Gearbox com o estilo de arte de gameplay da Telltale? Tales from the Borderlands, o melhor jogo de ambas as produtoras.

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Tales from the Borderlands te coloca em Pandora, o mundo caótico de Borderlands, no controle de não um, mas dois protagonistas. Rhys é um executivo da Hyperion, companhia do falecido Handsome Jack, que agora busca ascender na empresa seguindo os passos de seu ex-chefe e agora ídolo. Fiona é uma golpista que vive em Pandora e cresceu habituada ao mundo e a lutar para sobreviver. Os personagens são completamente opostos em seu jeito de ser e como a mesma história é contada sob o ponto de vista de cada um deles, podemos esperar uma narrativa bem diferente do habitual.

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O jogo se passa após os eventos de Borderlands 2, mas não é necessário ter jogado nenhum dos jogos da franquia para entender tudo o que se passa. As explicações dadas aqui são suficientes para que qualquer um entenda todo o plot do game e a única real diferença é a identificação com personagens icônicos da série que estão presentes em Tales como Scooter, Athena, Zer0 e o próprio Handsome Jack.

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Rhys tenta subir de posição na Hyperion e por isso tenta passar por cima de algumas pessoas para conseguir o que deseja. Ele conta com a ajuda de seu amigo Vaughn e após bolar um plano mirabolante os dois acabam em Pandora. Durante a execução de seu plano a dupla esbarra em Sasha, irmã de Fiona e igualmente golpista.

Fiona e Sasha foram treinadas na arte do golpe por Felix que foi como um pai para elas e desde a infância as ajudou e ensinou a sobreviver em Pandora. Ambas são bem próximas, apesar de ter estilos próprios, e sua história se cruza com a de Rhys e Vaughn durante o plano deles que era também o plano delas, mas que acaba dando errado para ambos os lados.

A maior parte história é contada por Rhys e Fiona após todos os eventos do jogo, como uma recapitulação de tudo o que ocorreu anteriormente, portanto, jogamos com os dois separadamente enquanto a história de fundo de cada um nos é apresentada. O desenvolvimento dela, aliás, é muito bom durante todo o jogo, com um balanceamento dos dois personagens para que você não prefira um ou outro e não queira que nenhum deles morra.

A história do jogo é muito bem escrita e convida os jogadores durante o decorrer da jogatina a descobrir mais e mais sobre os personagens e este mundo, não se surpreenda se acabar jogando todos os episódios em sequência. O humor tem lugar garantido tanto pela parte de Rhys como de Fiona, e os demais personagens introduzidos só somam neste quesito que torna o jogo bem mais divertido de se jogar.

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A jogabilidade de Tales from the Borderlands tem algumas diferenças dos outros jogos já lançados pela Telltale e felizmente todas são para melhor. Como nenhum dos dois protagonistas é um perito em lutas, a jogabilidade se limita aos movimentos com analógicos e repetição de botões, mas a real diferença aqui está como ela é empregada nos momentos de ação que são quase constantes e nunca repetitivos.

Os protagonistas também trazem suas próprias características ao gameplay, o que ajuda a tornar o jogo ainda mais único. Como uma boa moradora de Pandora, Fiona faz saques e carrega uma certa quantidade de dinheiro consigo que você pode ou não gastar durante o jogo para algumas coisas que não irei comentar. Já Rhys tem um echo-olho, o que o permite hackear sistemas e escanear objetos. Pode parecer coisa pouca, mas a diferença na jogabilidade com essas adições é notável. A única coisa que realmente incomoda em termos de gameplay é a forma que alguns botões são empregados em certas partes do jogo que muitas vezes utilizam o analógico direito e A/X para duas ações que devem ser executadas juntas, sendo que nós obviamente usamos o mesmo dedo para os dois.

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O sistema de opções de diálogos continua o mesmo de sempre da Telltale, com a adição do humor característico de Borderlands nas respostas. As opções são bem variadas e temos diversas escolhas importantes pelo caminho que tem um efeito a longo prazo no jogo, é bacana ver que a Telltale conseguiu manter a mão nisso. Há um ótimo balanço entre ação e narrativa, o que faz o jogo não ficar enjoativo de tanto texto e ainda assim manter-se como um bom adventure.

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Um dos trunfos de Tales from the Borderlands é colocar os jogadores no controle de pessoas comuns dentro deste universo cheio de seres fantásticos e pessoas habilidosas. Rhys e Fiona não são exímios coisa nenhuma e a dificuldade que eles têm durante o jogo faz tudo parecer mais real, leva o jogador para perto dos personagens e cria uma atmosfera que já estamos acostumados a ver nos adventures da desenvolvedora.

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Na parte gráfica, Tales from the Borderlands segue o mesmo estilo visual que a Telltale empregou em The Wolf Among Us e The Walking Dead, mas adaptado ao cell shading de Borderlands. O resultado é um jogo muito bonito e detalhado, aproximado a uma HQ e com um estilo “faroeste” que fica mais forte com a trilha sonora que também é muito boa.

O jogo conta com músicas diferentes que tocam na abertura de cada capítulo que geralmente mostram os personagens se ferrando legal e algumas outras trilhas que tocam durante os momentos de ação que sempre combinam com o contexto das cenas. A dublagem do jogo é simplesmente perfeita, com cada voz condizendo com o estilo e personalidade de cada personagem.

Tales from the Borderlands possui uma interface disponível em vários idiomas, inclusive português, e as legendas traduzidas são uma bela mão na roda. Ponto para a Telltale pelo suporte aos jogadores.

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Um destaque especial deve ser dado aqui ao último episódio do jogo (sem spoilers), já que ele é simplesmente maravilhoso. Se você achar que os primeiros foram bons, o episódio final será a cereja do bolo e colocará Tales from the Borderlands numa posição bem alta do seu ranking de melhores jogos já jogados. O final segue mais uma vez o “Telltale Style”, então pode ser que tenhamos uma continuação vindo aí, ou pode ser que não.

O jogo tem alguns aspectos que modificam completamente o jogo dependendo de suas escolhas durante toda a campanha e é bem provável que você o jogue outra vez apenas para ver as diferenças que pequenas escolhas podem fazer (e não são poucas).

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Resumindo, Tales from the Borderlands briga de igual para igual com The Walking Dead e Wolf among Us, os melhores jogos da Telltale até então (e na minha opinião é melhor que ambos). Ele tem um belo balanço entre ação e narrativa, dá a opção de escolha de diálogos com decisões importantes que importam no jogo e traz novidades ao gameplay, além de mesclar com perfeição o estilo da Telltale com o universo de Borderlands nos entregando um jogo para se jogar antes de morrer.

Resumo para os preguiçosos

Tales from the Borderlands consegue com louvor unir todo o universo de Borderlands construído pela Gearbox Software com o estilo de jogabilidade e gráfico dos adventures da Telltale acabando sendo o melhor jogo de ambas as produtoras. A história se desenvolve muito bem durante os cinco episódios com um fechamento mais do que perfeito; os novos personagens são carismáticos e divertidos e há diversas outras caras conhecidas pelos fãs de Borderlands. As escolhas aqui realmente importam e fazem diferença a longo prazo no jogo que conta com um gameplay com novidades de acordo com o estilo de cada protagonista.

Nota final

95
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Boa mescla de ação e diálogos
  • Personagens distintos e memoráveis
  • Escolhas realmente importam
  • Novidades no gameplay
  • Ótima história

Contras

  • Forma que alguns botões são empregados no gameplay incomoda
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Rafael Oliveira
Rafael Oliveirahttp://criticalhits.com.br
Rafael Oliveira faz análise de jogos, filmes e séries regularmente para o Critical Hits, além de postar notícias e artigos esporadicamente. Acha que Shadow of the Colossus é o melhor jogo já feito, é fanboy de Steins;Gate e tem um lugar especial no coração para Platformers, RPGs e Metroidvanias.