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South Park: The Fractured But Whole – Review

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Com a quantidade de fãs malucos de Rick and Morty espalhados por ai, dizer que South Park é um dos desenhos mais geniais de todos os tempos chega a ser até perigoso. Obviamente que cada um é bem diferente do outro na forma como tenta fazer o espectador rir, mas acredito que South Park conseguiu manter uma certa constância nesses últimos 21 anos. Um feito enorme e que não é pra qualquer um, diga-se de passagem.

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Quando eu fiquei sabendo do lançamento de Stick of Truth em 2014, logo me questionei sobre a qualidade que o jogo teria. Quem iria querer jogar algo relacionado à South Park nos dias hoje? Afinal de contas, o visual da série cai muito bem em um desenho, mas será que iria agradar em um jogo de vídeo game?

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Minhas dúvidas foram respondidas quando uma quantidade imensa de reviews positivos colocou Stick of Truth como um dos melhores jogos de 2014. Não demorou muito, a Ubisoft resolveu aproveitar o embalo e anunciar The Fractured But Whole. E depois de alguns percalços, o game finalmente deu as caras na terceira semana de outubro de 2017.

Aqui a gente pode economizar na enrolação e ser bem direto bem direto: se você espera que Fractured But Whole seja melhor do que Stick of Truth, provavelmente vai se decepcionar. Mas, ainda assim, ele é um grande jogo. E eu explico por que.

O Grande ponto positivo de ambos os jogos é conseguir transferir o clima da série para o jogo, sem deixar que a transição fique muito estranha. A adição de um novo personagem controlado pelo jogador à turma de South Park acontece de forma natural, o que te dá mais animação para descobrir o que vai se desenrolar durante o jogo.

Dessa vez, a brincadeira do momento é ser super herói. Chega de magos, guerreiros e paladinos errantes. Agora, Cartman e sua turma se aproveitam da onda meta-humana dos cinemas e criam suas próprias identidades secretas com um único objetivo: tentar salvar o mundo lançar sua própria série de filmes.

O jogo até começa fazendo piada com isso, e é ai que o jogador entra como um novo membro da turma. Por ser novo, nada mais justo que ser chamado de “novato” – e de bundão, algumas vezes. Deixando o velhor apelido de “Douchebag” no passado. Entretanto, um resquício do jogo anterior permanece em Fractured But Whole: o poder do ânus. Sim, você assume o papel de um garoto que tem uma força devastadoramente incrível entre as nádegas, sendo portanto, o único personagem com “poderes” de verdade.

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No começo, você faz parte do “Guaxinim e amigos”, um grupo de heróis liderado por Cartm…não, digo… pelo Guaxinim que também deu as caras no jogo passado. Seus principais inimigos são os membros do “Amigos da Liberdade”, super grupo rival que vai tentar de tudo para te vencer em uma das Guerra Civis do jogo. O objetivo também é bastante simples: descobrir o paradeiro de um gato perdido e levar 100 mangos de recompensa pra casa. Mas o que acontece do começo até este objetivo ser alcançado é completamente fora dos padrões.

Como já mencionei antes, o jogo consegue trazer o clima da série para os vídeo games, e sendo assim, você sente como se fosse criança novamente e entrasse no faz de conta absurdo proposto pelos personagens. Durante a sua jornada, você mais uma vez vai reencontrar figuras conhecidas da série, além de outras personalidades e referências. Mas se até agora tudo parece tão legal quanto no jogo anterior, o que diabos Fractured But Whole fica devendo em relação ao seu antecessor?

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A primeira grande modificação é o sistema de batalha. Em Stick of truth, o jogador se via num perfeito RPG por turnos, onde era necessário escolher entre uma vasta quantidade de movimentos diferentes para vencer seus inimigos. Desta vez, os movimentos resumem-se a 4, dependendo basicamente do tipo de herói selecionado pelo jogador. Essa modificação deixa o jogo um tanto quanto monótono, já que no anterior, se tinha a impressão de poder escolher entre uma maior gama de alternativas durante a batalha.

Outra diferença crucial no combate é o grid de movimentação. Sim, agora você não permanece somente no mesmo lugar e deve se movimentar a fim de posicionar-se nos locais adequados para conseguir efetuar seus movimentos, bem como, conseguir evitar os movimentos inimigos. Um sistema bem parecido com o saudoso Heroes of Might and Magic, também da Ubisoft.

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Só isso já parece dar uma impressão de que o jogo foi “capado” e oferece uma experiência mais simplificada que o anterior. Só que outra novidade que muda completamente a experiência são os “equipamentos”, que agora não servem para absolutamente nada, a não ser dar um visual mais estiloso para o seu personagem. Sua força agora, é totalmente dependente do seu nível e dos seus artefatos equipados, que são mais ou menos como “itens mágicos” que melhoram algumas das suas habilidades.

Apesar de ser extremamente divertido personalizar o seu herói e se aventurar no mapa em busca de novas fantasias, é meio frustrante ver que elas não influenciam em absolutamente mais nada. Tudo bem, heróis talvez não dependam tanto do seu traje, mas mesmo assim fica a impressão de que falta alguma coisa nesse novo sistema.

Ademais, é possível contar com a ajuda das invocações: quatro personagens da série que executam movimentos devastadores durante os combates. Além disso, cada personagem também possui um movimento especial, que necessita de condições especiais antes de ser utilizado.

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Com o desenrolar da história, você descobre que deve preencher a sua ficha de personagem, tendo que escolher portanto o seu sexo, gênero, opção sexual, cor, etnia e até mesmo religião. Apesar de interessante, a novidade também não tem lá muito relevância, servindo somente para criar missões secundárias e histórias paralelas aos acontecimentos principais. Algumas escolhas podem influenciar no diálogo dos personagens ou em outros pequenos detalhes, mas nada que seja muito grandioso.

Percebeu qual é o problema? Fractured But Whole parece tentar oferecer mais do que o seu antecessor, mas falha em alguns casos e faz com que o jogador sinta um vazio, como se a proposta oferecida pelo jogo não fosse totalmente cumprida. Não dá pra negar que a história é tão bacana que você se sente compelido a continuar esperando que algo a mais aconteça. Mas conforme se aproxima do final do jogo, vai vendo que algumas coisas não são mais que aquilo que aparentam.

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É difícil não comparar os dois jogos da série, mas o melhor sentimento que consigo pensar para exemplificar o que quero dizer, é aquele que sentimos ao ver um temporada bem mais ou menos da nossa série favorita, ser lançada logo após o término de um arco sensacional e memorável. É mais ou menos como comparar Dragon Ball Z e GT, entende o que eu quero dizer?

Outra coisa que me deixou desgraçado da cabeça é o desleixo da Ubisoft com a dublagem nacional. A adaptação brasileira do desenho é uma das poucas que não comprometem a qualidade da produção original, contando com dubladores competentens e que já desempenham seus papéis há um bom tempo. O problema é que em alguns momentos a voz de determinado personagem muda do nada! É como se tivessem terminado o jogo e decidido adicionar linhas extras de diálogo, mas sem se preocupar em chamar todo mundo pra grava-las novamente. Eu percebi isso acontecendo várias vezes com Stan Marsh, e me incomodei tanto, que resolvi colocar no áudio original só pra parar de passar raiva.

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Mesmo com a história bacana, Fractured But Whole não consegue superar Stick of Truth. Em alguns momentos, eu cheguei a cansar de ficar fazendo sempre a mesma coisa e a experiência começou a ficar um tanto quanto enfadonha. A única coisa que me manteve firme, foi querer saber como a trama terminava. Acreditem ou não, ela apresenta tantas ou mais reviravoltas do que mas melhores sagas de super heróis da Marvel ou da DC.

No fim, ficou aquele sentimento de que o jogo podia ter sido mais. Entretanto, com a quantidade de atrasos e revisões que o game recebeu, dá até pra entender que ele passou por alguns problemas durante a sua produção. De qualquer forma, Fractured But Whole oferece uma experiência bem interessante que se potencializa ainda mais conforme o seu nível de paixão pela série original. Talvez o jogo não seja pra todo mundo, mas com certeza é obrigatório para qualquer fã de South Park que se preze.

Resumo para os preguiçosos

South Park: The Fractured Butwhole é um jogo bacana que infelizmente não conseguiu superar seu antecessor. Com uma temática nova e diferente, o game apresenta sistemas e mecânicas interessantes, mas que poderiam ter sido melhor exploradas e utilizadas para dar mais solidez à aventura. De qualquer, a trama é muito bem escrita e com certeza agradará os fãs de South Park.

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Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Nova aventura em South Park, com o melhor que a série tem a oferecer.
  • Jogo fiel ao estilo da série de TV, respeitando totalmente o estilo de arte e comportamento dos personagens.

Contras

  • Sistemas novos que poderiam ser melhor utilizados
  • Mecânicas de combate rasas, se comparadas ao jogo anterior.
  • Sérios gaps na dublagem nacional, com vozes de alguns personagens mudando durante o jogo.
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.