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Runner3 – Review

Runner3 é, como o nome indica, o terceiro título de uma série de jogos estrelada por um personagem que só sabe correr. CommanderVideo estrela mais uma aventura cômica, cheia de ritmo e desafios através da mais simples jogabilidade de plataforma que irá agradar fãs da franquia e também aqueles que estão acabando de conhecer este icônico multiverso.

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A desenvolvedora Choice Provisions aproveitou-se da fórmula já consagrada dos dois games anteriores em Runner3, adicionando alguns novos elementos na jogabilidade, trazendo gráficos compatíveis com a geração atual de consoles e aumentando consideravelmente a dificuldade. Algumas ideias foram boas e trazem coisas novas com sensação de similaridade, outras devem acabar saindo pela culatra.

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Runner3

O ponto forte da série sempre foi a música, e Runner3 segue o legado de seus antecessores trazendo trilha sonora divertida e bem trabalhada, sincronizada com os movimentos dos personagens e conquista de itens. Todo item e ação que acontece na tela complementa de alguma forma a música que está sendo tocada e é fácil deixar-se envolver pelo ritmo do game, tão fácil que morrer por causa disso será o acontecimento mais memorável de toda a campanha.

As trilhas são bem animadas e muito bem pensadas, trazem referências a games como Pac-Man e Crash Bandicoot, ficam na cabeça mesmo após largarmos o console e nos fazem querer voltar ao jogo. Toda essa imersão, no entanto, é facilmente quebrada por um glitch nada incomum que dessincroniza o som dos itens com a música. Isso tem gerado críticas por parte dos fãs da série, mas como trata-se claramente de um problema a ser resolvido, não creio que devamos queimar a trilha sonora por isso.

runner3-kick

Aliada a toda essa música temos a jogabilidade simplista e desafiadora. Runner3 é um endless run, o que significa que o protagonista CommanderVideo corre para a frente o tempo todo (salvas algumas exceções) e fica por conta do jogador apenas pular, abaixar e livrar-se de obstáculos. Pode parecer simples, mas não é tarefa fácil, uma vez que o jogo tem controle total sobre os movimentos feitos por serem todos sincronizados com a música de fundo. Um movimento fora do tempo e você está de volta ao início da fase, é quase como aprender a tocar uma música.

O jogo introduz bem cada nova mecânica ao longo do primeiro mundo, te ensinando a deslizar, chutar obstáculos e dar pulos duplos. Depois, ele mescla tudo em intervalos de tempo bem curtos para testar a sua maestria. Não é preciso dizer que há zero espaços para distrações, certo? Runner3 exige atenção total pelo menos até o checkpoint ser alcançado e embora seja muitas vezes frustrante, ele não é injusto.

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Em nenhum momento senti que o game foi desleal e causou a minha morte propositalmente. Aliás, em alguns momentos ele tenta pegar o jogador de surpresa (e consegue, caso você esteja imerso demais no ritmo), mas mesmo nestes casos podemos perceber o que vai acontecer na tela antes que aconteça (como um tentáculo quebrar uma plataforma ou robôs fecharem o seu caminho).

Runner3 é um jogo que recompensa bem o jogador que persevera até o fim e dá uma sensação boa ao final de cada fase, mesmo que o contador de mortes esteja em 50. O game é bem repetitivo, inclusive na trilha sonora, o que pode ser um elemento bom e ruim dependendo do jogador — para mim, o sentimento recompensador ao terminar cada fase faz valer a repetição ao longo do caminho.

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Os gráficos de Runner3 são algo que me deixou em cima do muro. Todos os cenários são extremamente vivos, animados com árvores que se mexem, gigantes que se levantam, queijos cozinhando ao sol, panquecas gordas, fogos explodindo e uma lua com cara de sono. Embora tudo isso torne o jogo ainda mais animado, nada enche realmente os olhos.

Talvez por não haver diferença entre as texturas do plano principal onde o personagem corre e o plano de fundo, os cenários mais tiram a atenção do que qualquer outra coisa. Não há dúvidas de que essa foi a intenção dos desenvolvedores, mas me pergunto se foi uma boa ideia. Fato é que as fases acabam sendo memoráveis pelos elementos vivos no fundo.

Outro ponto de destaque em se tratando de gráficos são os personagens secundários que podem ser liberados ao longo da campanha. Não, eles não são fofos nem nada disso, são extremamente feios e você terá vontade de jogar com eles por causa disso. E se você é um antigo fã da série e está em dúvida, saiba que Charles Matinet, icônico narrador do jogo, é um personagem jogável!

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Runner3 é um jogo com muitos pontos positivos que agradarão a muitos, e pontos negativos que desagradarão a poucos. Imagino que a recepção ao jogo seja pior no PC do que no Nintendo Switch, mas isso é natural — o game é claramente feito para ser jogado on-the-go, ou em curtos intervalos de tempo, o que se encaixa muito mais com um videogame portátil.

Review elaborado com uma cópia do jogo para Nintendo Switch fornecida pela publisher.

Resumo para os preguiçosos

Runner3 é um jogo divertido e animado que sincroniza todos os movimentos do jogador com a música de fundo. Embora seja simples, o controle sobre o ritmo da jogabilidade o torna bem desafiador, fazendo dele um prato cheio para fãs de jogos de plataforma que querem ver seus nervos sendo testados. Os gráficos podem ser um pró e um contra do game, assim como a repetitividade que está lá, mas recompensa aqueles que aguentam até o fim.

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Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Trilha sonora fica na cabeça
  • Jogabilidade divertida e ritmada
  • Desafiador
  • Personagens extras e narração se destacam

Contras

  • Repetitividade pode afastar certos jogadores
  • Glitch dessincroniza música de fundo e sons de itens
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Rafael Oliveira
Rafael Oliveirahttp://criticalhits.com.br
Rafael Oliveira faz análise de jogos, filmes e séries regularmente para o Critical Hits, além de postar notícias e artigos esporadicamente. Acha que Shadow of the Colossus é o melhor jogo já feito, é fanboy de Steins;Gate e tem um lugar especial no coração para Platformers, RPGs e Metroidvanias.