Resident Evil: Revelations – Review

Resident Evil é uma daquelas séries que eu adoro falar mal. Não porque eu odeie, mas porque eu odeio o rumo que a série tomou. Eu passava tardes jogando Resident Evil 1 e 2 quando eles foram lançados na época do PlayStation. Tive meus problemas com Resident Evil 3 e nunca terminei o jogo, mas ele era igualmente bom. Após o quarto jogo da série, eu até me aventurei no quinto e sexto capítulos, além do Operation Raccoon City, mas os jogos eram tão ruins que me fizeram pegar verdadeiro nojo pela franquia. Até jogar Revelations no Nintendo 3DS.

Resident Evil: Reveltaions é um daqueles jogos que explicam perguntas que ninguém se prestou a fazer. O jogo se passa entre o quarto e o quinto capítulo da franquia, e volta a dar a possibilidade de você controlar tanto Chris Redfield quanto Jill Valentine, protagonistas originais do primeiro jogo lançado pela Capcom já em 1996. Aqui, você começa controlando Jill Valentine e Parker Luciani, no mesmo esquema de jogo de dois personagens simultâneos que a Capcom começou a experimentar em Resident Evil 5. A dupla está dentro de um navio procurando por Chris e acaba caindo numa emboscada.

Logo nos primeiros instantes do jogo, você percebe que esse é um Resident Evil de raiz, ou seja, o jogo realmente é feito com as premissas iniciais da série: um ambiente opressor e a sensação de que você é mais uma presa do que um caçador, pois a munição é escassa e você acaba sendo obrigado a usar a inteligência na hora de enfrentar inimigos e descarregar o pente de balas neles ou correr pela própria vida. Além disso, também há a boa e velha volta dos sustos. Isso mesmo, Resident Evil: Revelations tem alguns momentos assustadores. Nada que vá deixar você se borrando de medo como no caso de Resident Evil para o Game Cube (aquele jogo é verdadeiramente assustador), mas é bom ver que a Capcom ainda sabe quais são as raízes da franquia.

O esquema de jogo segue um híbrido dessas raízes e o que foi apresentado pela série à seguir, com você controlando um personagem e recebendo a ajuda (ou sendo atrapalhado) pela inteligência artificial, que controla outro personagem. Vale aqui lembrar que o Circle Pad para o Nintendo 3DS é extremamente recomendado no jogo, já que a vida fica muito mais fácil com a possibilidade de mirar e atirar como num jogo tradicional de videogame. Apesar disso, a mira não funciona tão bem assim, e é bem difícil de acertar tiros na cabeça dos inimigos, que costumam ser a forma mais efetiva de colocá-los para dormir.

Resident Evil: Revelations é um jogo que apresenta um enredo bem construído, que gira em torno do navio onde você é mandado para resgatar Chris e a cidade de Terragrigia, uma cidade que acabou sendo erradicada do mapa um ano antes dos eventos do jogo por causa de um incidente envolvendo o T-Virus Abiss, agente causador de toda a desgraça do jogo.

O jogo é dividido numa série de capítulos onde você ganha notas para desbloquear conteúdo após o fim de cada um deles. Nessa avaliação, é contada a precisão de tiros, quantidade de mortes que você teve e quanto tempo você levou para terminar o capítulo. Ao todo, há 12 capítulos para serem jogados, totalizando algo em torno de 9 horas para se concluir a campanha principal do game.

Além da história principal, ainda há alguns extras incluídos pela Capcom, como o modo Raid, onde você e mais gente enfrentam ondas de inimigos. Esse modo extra é sensacional, e poderia muito bem ter sido lançado como um jogo em separado pela Capcom caso eles quisessem. É uma ótima adição a um jogo já muito bem construído.

Graficamente, Resident Evil: Revelations é o jogo mais bonito já lançado para o Nintendo 3DS no até hoje. Os gráficos ficaram bonitos pra caramba tanto nos personagens quanto nos monstros e nos cenários. Os efeitos 3D do jogo também ficaram muito bons e as animações são suaves e bonitas de se ver. É até estranho ver o jogo em movimento, pois é fácil de esquecer que o 3DS tem potência para trazer visuais tão bonitos. Nos consoles, após o jogo ter sido remasterizado em HD, o jogo também ficou bonito, apesar de o impacto visual não ser tão grande assim quanto o gerado pela versão de 3DS.

A trilha sonora do jogo também é muito bem feita e ele ainda vem com um voice acting muito bom. É muito legal ver que a Capcom não economizou esforços para esse jogo e conseguiu produzir o melhor Resident Evil desde Resident Evil 4. Você vai se impressionar com a qualidade que esse jogo de bolso traz no departamento sonoro. Pena que não há a opção de legendas em português para o jogo.

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