Resident Evil HD REMASTER – Review

Resident Evil é uma das franquias ícone do mundo dos jogos há 19 anos. Puxa vida, 19 anos? Pois é, a série já pode beber aqui no Brasil e nem parece tão velha assim, né? Tudo começou com um jogo de terror onde você enfrentava zumbis e devia lutar para sobreviver a uma mansão cheia de perigos tendo que racionar as balas e os ataques cardíacos, afinal de contas, o jogo dava um medo desgraçado. Em 2002, a Capcom lançou um remake completo do jogo para o Game Cube que conseguia atualizar o jogo de forma magistral. Esse jogo ficou sendo um capítulo meio místico na franquia, já ele saiu apenas para o Game Cube e para o Wii. Hoje, a Capcom nos trás a versão definitiva dele e caras, que serviço ela fez há 13 anos.

Critical Hits
Receba as melhores ofertas em Games, Informática e Tecnologia no seu celular

Todo mundo conhece a história de Resident Evil 1: entre na mansão Spencer, descubra o que está acontecendo lá, tome uns sustos, enfrente zumbis, hunters, um Tyrant, atire com a bazuca nele e tente sair vivo. Pois bem, Resident Evil HD REMASTER é uma releitura de tudo isso com a maestria que só a Capcom conseguiria ter. O jogo foi muito bem reconstruído para atualizar todo o clima opressor da mansão e deixar você morrendo de medo. Sabe aquele lugar onde os cachorros quebravam a janela? Ele ainda está lá, mas de uma forma diferente a qual você se lembra, e isso é só com esse lugar. Tudo foi reimaginado e a sensação que você tem é de já ter passado por aquilo antes, mas de uma forma diferente.

PUBLICIDADE

A mansão inteira é bem diferente do que você imaginava, e o jogo também trás inimigos novos e desafios que realmente elevam a dificuldade do jogo. Como eu nunca havia me aventurado em Resident Evil Remake, essa experiência foi completamente nova pra mim e, sinceramente, é esse tipo de retorno às raízes que eu espero quando alguém (Capcom ou não) promete: dar aquela sensação de que você já jogou algo, mas sempre te deixar em xeque pra você não ficar confortável sabendo o que vem pela frente. Claro, isso feito de uma forma a não sacanear o jogador.

YouTube video

Eu já falei que esse deveria ser o exemplo de remake a ser seguido caso alguma produtora resolvesse fazer uma releitura de algum clássico seu? Bom, falei novamente agora, o jogo realmente é um exemplo do gênero. Como essa é uma remasterização do jogo, tudo foi atualizado para sair dos 480p do Game Cube e migrar para os 720p do PlayStation 3/Xbox 360 e 1080p do PlayStation 4/Xbox One/PC. Como o jogo se sai? Na verdade, a experiência é composta de altos e baixos.

Para começar, o port da versão de PC ainda precisa de otimização. O meu computador excede as configurações recomendadas para o jogo com folga e volta e meia ele apresentava quedas no framerate. É interessante que, a exemplo de Resident Evil 4 HD REMASTER, Resident Evil HD REMASTER também apresenta quedas suavizadas no framerate, ou seja, ao invés do jogo ficar travado, ele literalmente fica em câmera lenta, e isso acontece em locais que não deveriam acontecer, como quando eu estou olhando pro canto duma parede com uma lâmpada. Eu não sei como o jogo se saiu nas versões de console por ter jogado apenas a de PC, mas pode ser que o jogo receba atualizações no lançamento que consertem isso. Caso contrário, fica o registro.

Outro ponto que vale a pena ser ressaltado é que o jogo tem pouquíssimos extras em relação à versão de 2002. Há alguns uniformes novos e pouca coisa além disso. Para quem não jogou Resident Evil Remake, como eu, não há grandes problemas por causa disso, afinal de contas, é um jogo inteiramente novo por apenas 40 reais. Para quem já jogou (que provavelmente é um fã hardcore da saga) fica o alerta. Pelo menos a Capcom posicionou o jogo com um preço bem competitivo para o que ele oferece, um remaster de um remake e uma oportunidade bem interessante de quem nunca jogou Resident Evil entrar na série, ou um capítulo a mais para quem quer explorar as raízes da franquia.

resident-evil-hd-remaster-02

A jogabilidade do jogo também não sofreu alterações, você tem controles de tanque e um esquema de controles que pode ser mudado conforme o jogo avança. Os controles receberam um esquema novo e modernizado que volta e meia me fizeram andar pra trás quando a câmera mudava o ângulo do cenário. Talvez usar o esquema antigo, onde para cima significava para frente independente da direção, seja realmente o esquema definitivo para jogos com ângulos fixos de câmera.

Graficamente, Resident Evil HD REMASTER é basicamente o mesmo que era em 2002 mas com uma resolução melhorada. É impressionante como os gráficos do jogo mantiveram-se atuais mesmo tantos anos depois. Há alguns pontos em que nota-se o envelhecimento, mas de maneira geral, o jogo resiste muito bem a esse teste e é muito bonito, algo que pode-se dizer de poucos jogos com a mesma idade que ele. Vale ressaltar novamente que não é possível mexer na câmera do jogo, os ângulos são fixos por causa da falta de potência gráfica do PlayStation.

Lá em 1996, escolheu-se usar cenários pré-renderizados (imagens) para compor o cenário, com os personagens sendo poligonais. Isso parece meio estranho em 2015, mas isso é parte importante do clima que o jogo tenta criar. Aliás, com visuais escuros como são, Resident Evil HD REMASTER realmente faz um bom trabalho em criar um ambiente opressor. O jogo dá medo sem precisar se apoiar em jumpscares para isso, mesmo tendo alguns deles.

A trilha sonora do jogo também ficou muito boa, e a dublagem finalmente faz jus ao jogo. Apesar disso, eu notei alguns momentos em que o áudio e o vídeo ficam dessincronizados e os personagens falam antes das bocas deles se mexerem, então é outro detalhe que deve ser observado em updates futuros.

Review elaborado com uma cópia para PC fornecida pela Capcom antes do lançamento do jogo.

Eric Arraché
Eric Arrachéhttps://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.