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Resident Evil 0 HD Remaster – Review

A Capcom está adotando uma tradição de ano-novo um tanto interessante já faz algum tempo: em todo início de ano, sempre temos um Resident Evil antigo sendo relançado em sua forma remasterizada para aproveitarmos. Foi assim com Resident Evil 4 em 2014 e assim com Resident Evil HD Remaster em 2015. Agora, temos Resident Evil 0 HD Remaster em 2016. Considerado uma espécie de capítulo perdido, e undergrund, da série, aqui conhecemos eventos que culminaram na tragédia da Mansão Spencer, e o último jogo da franquia a adotar o esquema de controles clássico da série. Será que ele resiste ao teste do tempo e ainda continua atual?

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Em Resident Evil 0 HD Remaster, você controla Rebecca Chambers e Billy Coen. Inicialmente, você controla apenas Rebecca, que foi designada, juntamente com o Bravo Team da S.T.A.R.S. para investigar uma série de assassinatos estranhos que ocorreram na Arklay Mountains. Ao chegarem ao local, Rebecca e os outros descobrem que, além disso, um criminoso extremamente perigoso (Coen) está à solta na região, tornando as coisas ainda mais perigosas do que já estavam.

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As investigações de Rebecca acabam chegando num trem abandonado que havia sofrido um acidente, ou melhor, inicialmente, a agente achou que o trem estava abandonado. Como de costume, zumbis começam a aparecer e a heroína faz aquela cara de “cuma?” antes de você poder começar a derreter o inimigo na bala com ele colado em cima de você. Assim, começa a história de Resident Evil 0, que logo cruza os destinos de Rebecca e Billy.

Inicialmente, você pode acabar achando que Billy é um personagem totalmente descartável para a história, e ele é mesmo. Ele não tem nenhuma conexão com a Umbrella e caiu de para-quedas na história, meio que como todos os outros personagens de Resident Evil. O interessante é que, como ele nunca mais aparece na franquia, ele meio que é mesmo um personagem descartável, já que, o que acaba marcando o jogo, é ser “o Resident Evil da Rebecca e daquele sistema de itens terrível (falaremos sobre ele em breve)”.

Inicialmente, Resident Evil 0 é extremamente parecido com o seu irmão mais velho de remasterização e que foi lançado no ano passado, você ganha a opção de controlar o personagem usando controles de tanque e controles mais atuais, e felizmente essa opção facilita muito a vida do jogador, já que os controles de tanque envelheceram meio mal.

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Por ser um Resident Evil “clássico”, Resident Evil 0 tem todos os sistemas que estamos acostumados, como barra de vida por status (Fine, Cauntion, Danger, etc), a clássica beretta, ervas verdes, vermelhas e tudo mais. As duas grandes novidades de Resident Evil 0 são a possibilidade de você trocar de personagem a qualquer momento, podendo executar tarefas em equipe, além de poder usar os talentos especiais de cada um dos personagens, e um sistema de inventário que permite a você deixar os itens no chão para pegá-los em outro momento, substituindo assim os baús mágicos, que transferiam itens de um local para o outro.

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O primeiro sistema, de personagens múltiplos, traz alguns puzzles interessantes, onde você deve controlar Billy para algumas tarefas (boa parte delas envolvendo força) e Rebecca para outras (como entrar em lugares mais apertados, usar itens com limite máximo de peso, e assim por diante). Além disso, Billy carrega consigo um esqueiro, enquanto Rebecca pode misturar ervas, como já estávamos acostumados a fazer com outros personagens em outros jogos da franquia. Além disso, Billy resiste a muito mais pancadas que Rebecca. Para completar, você pode carregar itens em ambos os personagens, e o inventário deles é uma porcaria, de tão pequeno que é.

Essa foi a primeira grande dificuldade que eu encontrei no jogo, cada um dos personagens tem seis slots para guardar itens, armamento e munição. Considerando que a pistola e a munição dela ocupam 2, você já sai com 4 em cada. Se você precisa carregar uma Shotgun ou uma Grenade Launcher (que ocupam 2 espaços, cada) e a munição, você já perde 5 slots, ficando com um livre em cada personagem. Isso é bem ruim, e acabou me forçando a, ou ter que carregar apenas uma arma por personagem (e mandar para ele pelo amor de deus parar de atirar nos zumbis e gastar a munição preciosa dela, caso fosse uma das armas mais fortes), ou a ter que ficar voltando toda hora pro lugar onde eu deixava os itens, porque acabava sempre faltando algum, ou faltando espaço, na hora de pegar coisas novas.

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Isso, obviamente, acaba deixando o jogo bem mais difícil, e em alguns momentos um tanto chato, já que é difícil prever o que você vai precisar carregar para as novas áreas e, com espaço limitado, você vai invariavelmente acabar esquecendo de algo e sendo obrigado a voltar uma boa parte do caminho pra pegar algum item que ficou faltando.

Outro ponto negativo do jogo é a falta do clima opressor de Resident Evil HD Remaster. Ok, o jogo foi lançado antes, e talvez a Capcom não tivesse ainda afinado com a equipe de produção como deixar os jogadores aterrorizados de medo, mas um dos pontos principais do sucessor (e também do Resident Evil original) foi o clima tenso pra caramba. Aqui não há esse clima. A quantidade de sustos ou de momentos tensos é bem baixa. Boa parte do tempo, você fica só andando de um lado pro outro, fazendo os puzzles, matando zumbis que estão ali só pra fazer você gastar munição e assim por diante. O jogo até tem os momentos de brilho dele, mas parece uma história não tão inspirada assim.

Graficamente, Resident Evil 0 HD Remaster é muito bonito, assim como o irmão. Os gráficos criados pela Capcom para a versão de Game Cube do jogo já eram excelentes e, combinados com cenários pré-renderizados em Full HD, acabam deixando tudo ainda mais bonito. É incrível como os visuais do jogo não perderam quase nada mais de 10 anos após o lançamento. A trilha sonora do game também é muito boa, e a dublagem é boa, ainda mais se levarmos em conta que ela foi feita em 2002, numa época onde as dublagens de jogos ainda não eram tão levadas a séria assim.

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Para completar, o jogo ainda ganhou uma novidade, o Wesker Mode, que está lá, provavelmente, mais pela zueira do que por qualquer outra coisa. Nele, você controla Albert Wesker ao invés de Billy, e pode usar super poderes para matar zumbis, além de planar pelo cenário. O modo é bem estranho, e provavelmente deve ter surgido por conta de alguma brincadeira dentro da Capcom. Se você não levar o modo a sério, ele diverte, caso contrário, você provavelmente não vai achar lá uma boa adição.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela Capcom.

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Resumo para os preguiçosos

Resident Evil 0 HD Remaster é um bom jogo, mas está longe de ser sensacional, como seu irmão mais velho que foi remasterizado no ano passado. O jogo tem algumas boas ideias que adicionam à jogabilidade (como o sistema de trocas de personagens) e algumas que atrapalham pra caramba (o sistema de itens do jogo é bem ruim). Somando isso a uma história interessante, e um jogo que não assusta nem deixa tenso, temos um jogo que é mais recomendado para quem tem curiosidade sobre esse capítulo da série do que para quem quer ter uma primeira experiência com a franquia e mergulhar de cabeça dentro do universo de Resident Evil.

Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Bom sistema de troca de personagens
  • Belíssimos gráficos
  • Bons puzzles envolvendo Rebecca e Billy
  • Dá pra dar boas risadas com o Wesker Mode

Contras

  • O sistema de itens é bem ruim
  • Clima de suspense e terror bem fraco
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.