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Nova-111 – Review

O Brazilian Independent Game Festival, ou apenas BIG Festival, de 2015 foi um evento de muitas surpresas. Eram vários jogos competindo em diversas categorias, a maioria jogos desconhecidos feitos por desenvolvedoras desconhecidas até então, mas que tinham muito potencial. Estes jogos era rodeados pelo multipremiado This War of Mine, que sem dúvida foi a atração principal do evento, mas mesmo um jogo tão grande não foi capaz de apagar o brilho de jogos como Okhlos, Odallus, Apotheon e Nova-111. Dentre estes, Nova-111 foi o principal motivo que me fez voltar ao evento no segundo dia e após ser expulso do console para que outros pudessem jogar também decidi que não poderia perder a chance de fazer o review dele, e aqui estamos nós.

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Nova-111 é o primeiro título da desenvolvedora Funktronic Labs que mistura estratégia, puzzles e combate em tempo real baseado em turnos. No jogo você controla uma nave espacial e deve resgatar cientistas e restaurar o fluxo do tempo, tudo isso depois de explorar diversos mundos e combater os mais variados e cabulosos alienígenas que podem viver numa galáxia.

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O jogo tem uma mecânica bem diferente de outros títulos baseados em turnos que estamos acostumados a jogar. Talvez devido à ação em tempo real tudo parece muito mais rápido, o que faz com que muitas vezes cometamos erros estúpidos esquecendo que podemos parar e pensar. Nele também podemos encontrar coisas que não respeitam os turnos, mas que têm um certo tempo para realizar uma ação ou que têm ação sincronizada, tudo isso faz com que o elemento estratégia do jogo seja muito valioso e cada vida do jogo equivalha a uma vida quase real.

Devemos usar essa estratégia para esquivar dos diferentes alienígenas que o jogo coloca em nosso caminho. Cada um deles tem um jeito diferente de se movimentar e ataca de formas diferentes. Eles não trabalham em grupo, o que nos possibilita fazer um atacar o outro e assim abrir nosso caminho com maior rapidez. Além deles temos os obstáculos do próprio cenário como estalactites, lasers, drones de segurança, canhões, vapor e correntes de vento que podem tanto ser usadas a nosso favor como também podem transformar o jogo em uma tremenda loucura e levar nossa querida vida em questão de segundos. É bem legal ver que tudo funciona de acordo com a velocidade que o jogador leva para raciocinar e realizar uma ação e o controle que ele tem dos cenários, suas habilidades e, por que não, dos movimentos dos inimigos.

As habilidades vão sendo obtidas através de módulos e tesouros colocados estrategicamente nos cenários. As habilidades vão desde disparar raios a teletransporte, um escudo que protege a nave e até parar o tempo. Elas são usadas não só para vencer inimigos e desviar de seus ataques, mas também para avançar pelos cenários. Seu uso só é possível graças à ciência, que aqui não é só o nome de algo que deu origem às habilidades, mas também é uma força física que é representada por uma barrinha verde acima da nave, ela é o combustível das habilidades.

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Além destas habilidades temos a Polibomba, a arma mais poderosa da nave e que deve ser usada só em momentos de emergência. A Polibomba causa uma pequena explosão na área em volta da nave espacial causando atordoamento a qualquer inimigo nesta área. O combustível dela é o Polygel que é representado por bolinhas amarelas que vamos coletando ao avançar pelo jogo e podem encher até três cargas da bomba.

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Durante nossa aventura o Dr. Science, o primeiros cientista resgatado por nós, faz comentários sobre as coisas descobertas por nós e sobre o que aconteceu com ele e os outros cientistas. Estes outros, que também devem ser resgatados por nós, estão escondidos nos lugares mais improváveis das intermináveis fases que temos que atravessar e são guardados por alienígenas e puzzles, sendo que alguns ficam em áreas secretas. Para encontrar todos é necessário explorar bem todos os cenários e usar o famoso game-sense para detectar pequenas lacunas ou pedras destrutíveis escondidas nas paredes dos cenários que revelam passagens secretas.

A presença do Dr. Science é muito bem vinda, já que sem ele a jogatina seria bem monótona e bem mais chata. Mesmo que suas piadas sejam meio sem graça, seus trocadilhos podem muitas vezes ajudar jogadores perdidos e é bom ver que os desenvolvedores se esforçaram para deixar tudo bem divertido. Em certo ponto temos a adição do Mr. George que aparece volta e meia para soltar piadinhas que são relativamente melhores do que as do Dr. Science como ‘A tonalidade azulada do céu é devido à cor “Azul”‘. Também temos as referências que cada cientista carrega que são bem legais sendo que podemos ver nomes e trocadilhos bem conhecidos no mundo da ciência e fora dele entre eles como Schrodinger’s Cat, Seabiscuit, Baby Kong e outros como… bem, onde foi que eu vi um gato chamado Felix?

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Outro detalhe bem diferente de Nova-111 é que o jogo nunca para de trazer novidades. Ele é o típico jogo que começa simples e vai complicando as coisas enquanto adiciona elementos que se fossem introduzidos lá no começo te tornariam invencível, mas agora são só acessórios que dependem totalmente da sua velocidade para pensar, se familiarizar com eles e saber em que momento eles devem ser usados. As novidades são introduzidas de maneira tão rápida na ação frenética do jogo que mal percebemos que aquele inimigo é novo, que nunca havíamos feito esse movimento antes ou combinado essas habilidades desta forma.

A todo momento são adicionados alienígenas que são imunes a ataques ou que têm uma vida maior, puzzles que exigem certo tempo para serem resolvidos e que introduzem mais e mais inimigos enquanto tentamos resolvê-los. Não há um momento em que o jogo para de introduzir novidades e fala “agora use tudo o que você aprendeu e termine o jogo”, sempre haverá um desafio extra e um obstáculo mais difícil.

O jogo faz com que o jogador pense de uma forma diferente para conseguir avançar, e é muito bom ver como ele consegue fazer isso de forma eficaz. Os puzzles e inimigos são adicionados na tela de forma com que o jogador tenha que raciocinar bem antes de realizar qualquer ação.

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Mesmo sendo rápido e exigir uma resposta rápida dos jogadores, Nova-111 não é um jogo difícil e é recomendado até para crianças. Seu visual com grandes inspirações em Pixeljunk faz com que os inimigos e puzzles sejam bem divertidos – e mesmo assim desafiadores. Os alienígenas são uma mistura de visuais que imaginamos como extraterrestres com animais daqui da Terra que os diferencia uns dos outros e faz com que saibamos, mesmo que inconscientemente, como derrotar todos em um ou dois turnos.

Cada um dos quatro mundos tem um visual diferente do outro e introduz inimigos, puzzles e obstáculos que combinam com o tipo de cenário. O trabalho de arte se diferencia em pequenos detalhes como o cenário que vai sendo desvendado conforme avançamos por ele e os elementos escondidos, tudo é totalmente favorável à exploração que o jogo espera que o jogador tenha vontade de fazer.

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Essa belíssima arte é acompanhada por uma trilha sonora com músicas bem variadas que combinam com cada fase e fazem com que o jogo não fique cansativo. Os efeitos sonoros também são muito bem introduzidos e se comunicam bem com o jogador fazendo com que saibamos quando um inimigo vai atacar ou quando um laser vai disparar, mesmo que não os estejamos vendo. Detalhe especial para algumas máquinas que enquanto recarregam fazem o mesmo som da internet discada conectando, ótima sacada.

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Apesar de ter sempre coisas diferentes para nós, chega um momento de Nova-111 em que nos perguntamos se o jogo não caba nunca. Talvez essa seja uma soma de elementos como não morrer quase nunca e cenários longos e parecidos que tornem o jogo um pouco enjoativo, mesmo que não seja repetitivo.

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Outro ponto negativo são os checkpoints que inexistem no jogo. Por ter cenários relativamente longos e puzzles que exigem certo tempo para serem selecionados, era de se esperar que apenas uma vez por fase o jogo nos presenteasse com um checkpoint, o que não acontece. Ou seja, morreu bem na frente da saída? Problema seu, volte ao início e faça melhor. Esses pontos fazem de Nova-111 um jogo casual, o que mesmo não tendo sido a escolha da Funktronic é até melhor visto que não se trata de um jogo longo. Ele é uma boa saída para aquele momento em que você está enjoado dos jogos da sua biblioteca.

E mesmo com pontos negativos, Nova-111 não é um jogo ruim e se diferenciará de tudo o que você tem em sua biblioteca, ele exige que o jogador dê sempre o seu melhor e explore cada ponto do jogo antes de avançar. Ele passa a sensação de que a Funktronic queria que aproveitássemos cada centavo gasto no jogo e isso, na minha opinião, realmente acontece.

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Ao completar o jogo temos a opção de rejogá-lo no modo New Game + que libera alguns mimos para o jogador e inclusive resolve o problema dos checkpoints. Este modo também possibilita aos jogadores fanáticos por platina conseguir algumas conquistas mais difíceis como terminar o jogo sem levar dano e resgatar todos os 111 cientistas.

Falando de performance, Nova-111 é roda sem problemas seja no PC ou console. No PC não é possível mudar qualquer configuração gráfica que não seja a resolução da tela, o que mantém intacto o visual impecável do jogo. Tem traduções para várias línguas, incluindo português e é um jogo bem leve que promete rodar até nas mais antigas torradeiras.

Resumindo, Nova-111 é um jogo que garante diversão para qualquer tipo de jogador, é um jogo de estratégia, puzzles e ação em tempo real que se baseia em turnos. Tem um visual bem legal e uma comédia pastelona que fará você esboçar ao menos um sorriso durante a jogatina, seja com as piadas sem graça do Dr. Science e do Mr. George ou com as referências dos cientistas.

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O jogo tem um estilo de diferente de tudo o que você já jogou que introduz novidades a todo momento exigindo que o jogador pense rápido e saiba lidar com todos os obstáculos, além de usar toda a capacidade das ferramentas que proporciona. É um jogo desenvolvido de maneira inteligente que não é muito difícil mas também não é fácil, pune da maneira correta e, sem dúvida alguma, vale cada centavo gasto.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela Funktronic Labs.

Resumo para os preguiçosos

Nova-111 é um jogo com um estilo inovador que mistura puzzles, exploração, estratégia e ação em tempo real baseando-se em turnos que exige que os jogadores tenham o máximo de atenção, pensem e ajam rápido. Ele apresenta novidades constantemente e aumenta também a dificuldade esperando que consigamos nos adaptar a capa elemento novo utilizando tudo o que nos proporciona. Tem um visual simples, porém lindo feito de forma inteligente e uma trilha sonora que o torna menos cansativo. Suas fases são meio longas, mas a diversão entre elas é garantida. Nova-111 é um jogo recomendado não só para fãs de puzzles, mas para qualquer tipo de jogador, de qualquer idade.

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Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Jogabilidade única
  • Mistura de elementos inteligente
  • Movimentação rápida para um jogo em turnos
  • Variedade de inimigos, puzzles e obstáculos
  • Adição constante de novidades
  • Visual bem pensado e impecável
  • Performance perfeita

Contras

  • Fases relativamente longas
  • Checkpoints inexistentes que fazem o jogo parecer injusto muitas vezes
  • Autosaves distantes uns dos outros
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Rafael Oliveira
Rafael Oliveirahttp://criticalhits.com.br
Rafael Oliveira faz análise de jogos, filmes e séries regularmente para o Critical Hits, além de postar notícias e artigos esporadicamente. Acha que Shadow of the Colossus é o melhor jogo já feito, é fanboy de Steins;Gate e tem um lugar especial no coração para Platformers, RPGs e Metroidvanias.