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Nioh – Review

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A Team Ninja é uma empresa com uma grande tradição no mundo dos games, e o desenvolvimento de Nioh é longamente narrado como um daqueles jogos que deveriam ser lançados para o PlayStation 3 e acabaram fazendo a transição de geração para o PlayStation 4, prometendo ser uma espécie de Bloodborne com samurais. Geralmente, quando isso acontece, alguns problemas do longo ciclo de desenvolvimento acabam aparecendo, e nós sabemos como os clones de Dark Souls e Bloodborne se saíram (não tem bem assim) nos últimos anos. Será que Nioh consegue mudar essa narrativa?

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Em Nioh, você controla William, um irlandês que vai ao Japão atrás de um inimigo, na época em que o Japão estava divido em uma guerra civil, no começo da era de Tokugawa Ieasu. Essa temática de Japão feudal envolvendo monstros lembra bastante Onimusha, caso você queira ter uma ideia do que vai encontrar mais pra frente. Durante o jogo, você se encontra com diversas figuras histórias do período, que te ajudam a entender melhor a história do que está acontecendo com o Japão e como a luta pela Amrita está dilacerando o país.

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Esse detalhe inicial de Nioh já mostra como o jogo difere-se neste e em mais alguns pontos das franquias Soulsborne, o jogo conta bem mais história por livre e espontânea vontade, e esse é apenas um dos vários detalhes que mostram que, sim, Nioh é um jogo que até pega emprestado o estilo de jogo de Dark Souls, mas que tem toda uma personalidade própria.

Como eu acabei de falar, a estrutura básica da jogabilidade vai lembrar bastante o jogador de Dark Souls. Você ataca, defende-se, coleta pedrinhas para dar level up, recupera a vida e itens de cura nos templos, gasta as pedrinhas para dar Level Up, desenvolve habilidades, aumenta status e tudo mais. Todo o estilo de jogo vai lembrar e vai agradar aos fãs dos jogos da From Software, já que a Team Ninja soube beber muito bem dessa fonte e implementar com eficiência esse sistema de combate e de level up, mas Nioh tem diferenças o suficiente para mostrar que é um jogo original.

A primeira grande diferença que você vai aprender dentro do jogo é a recarga de Ki (a stamina, como é chamada no jogo). Após você atacar, é possível recarregar instantaneamente o ki apertando um botão na hora certa. Isso permite ao jogador executar longos combos sem precisar recarregar de fato a energia, e isso acaba incentivando aos melhores jogadores de Nioh a serem cada vez mais agressivos e causarem bastante dano nos inimigos. Por falar em dano, outro detalhe que podemos notar é que o jogo é bem mais punitivo ao jogador do que os jogos das franquias Soulsborne. Os inimigos batem pra caramba, e praticamente qualquer monstro vai te matar na primeira metade do jogo, caso você dê a oportunidade a ele de fazer isso.

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Para não ficar listando as milhares de mudanças que a Team Ninja fez no jogo, deixa eu resumir o que Nioh é: uma versão mais difícil de Bloodborne. Sim, eu posso dizer isso com tranquilidade, apesar do jogo parecer mais fácil no começo, ele é mais complicado de se jogar pois exige mais habilidade do jogador. Os itens de cura são bem mais escassos, o Ki acaba muito mais rápido e, se você levar um ataque sem ki, pode ter certeza que você morreu, pois o seu personagem fica paralisado um bom tempo, mais do que o suficiente pros inimigos acertarem os 2 ou 3 golpes restantes para tirarem o resto da sua energia,

Outro grande ponto de mudança de Nioh é que o jogo não tem um grande mapa contínuo, e sim, terminada a segunda missão, você entra num mapa do Japão onde deve selecionar qual missão você vai jogar. Cada missão tem o seu mapa fechado e chefe final, e as missões da história principal devem ser vencidas para chegar no fim do jogo. Além disso, o jogo ainda conta com missões extras e missões difíceis pra caramba, que são recomendadas apenas aos jogadores mais habilidosos, aumentando assim consideravelmente o conteúdo que Nioh tem a oferecer.

Um detalhe que vale ressaltar aqui é, e meio que repetir o que eu falei acima, é que o jogo é bem difícil e, apesar da missão prólogo ser trivial de fácil, o jogo fica complicado logo na sequência pelo fato dele não explicar pra você alguns detalhes que fariam a sua vida bem mais fácil, principalmente sobre os itens de cura. Para conseguir mais Elixirs, você pode matar inimigos espalhados pelo cenário ou pegar os Kodama, aqueles bichinhos verdes que ficam no santuário e que parecem o Dollynho. A cada 5 desses, você ganha um Elixir a mais garantido nos santuários e os bônus que eles te dão.

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Mais um grande ponto de mudança do jogo são as posições de luta de Nioh. William pode assumir três posturas de combate, uma baixa, uma média e uma alta, e você vai usar as três. A postura baixa é usada principalmente contra inimigos que rastejam, já as outras duas dependem do seu estilo de combate, se você quer ser mais conservador ou partir para tudo e causar o máximo de dano possível. Além disso, há vários estilos de arma para você encontrar a sua preferida e lutar da melhor fora possível com ela.

Outro ponto legal do combate são os Espíritos Guardiões, uma espécie de barra de especial que William desenvolve conforme vai matando inimigos, e que dá a ele uma versão especial da própria arma para causar o máximo de dano possível. Caso você morra, você perde o progresso dessa barra, até que encontre o seu espírito no lugar onde você morreu, além de recuperar a Amrita deixada lá caso tenha morrido. Para completar, você ainda pode desenvolver uma série de habilidades nas armas, além de técnicas e magias.

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Um dos pontos, entretanto, onde Nioh deixa a peteca cair um pouco são nos chefes. Eles não chegam a ser memoráveis como na concorrência, e eu sinceramente achei eles um pouco apelativos demais na questão do dano. Ok, a Team Ninja dá itens para combatê-los nos próprios mapas em que você navega, mas mesmo com toda a preparação do mundo, eu sinto que certos chefes eu mais venci na sorte mesmo do que na habilidade. Fora que, mesmo com tudo o que Nioh oferece para quem finalmente entendeu os pontos que o jogo não explica, você ainda vai ser obrigado a ficar farmando itens de cura e algum nível antes de enfrentar os chefes do jogo, o que acaba sendo chato e quebrando o ritmo de avanço que o jogo deveria ter.

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O modo online de Nioh é basicamente o que encontramos em outros jogos do tipo, e não há muito o que comentar aqui. Se você jogou, você sabe do que estamos falando, se você não jogou, você basicamente invoca conhecidos ou desconhecidos para lutarem com você derrotando os desafios dos mapas e chefes do jogo. Além deles, versões de jogadores mortos pelos inimigos e controlados pela IA do game podem ser invocados para você enfrentá-los. Vencê-los dá recompensas legais e você é incentivado a fazer isso.

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Graficamente, Nioh poderia ser mais bonito, mas não chega a desagradar. Os gráficos do jogo parecem ter sido a parte que a Team Ninja acabou aproveitando da época do PS3, ainda que eles não sejam feios, mas também não chegam próximos ao que a concorrência oferece, seja nos modelos de inimigos, seja nos cenários e paisagens do jogo. A trilha sonora de Nioh é interessante, ainda que eu gostaria de ver mais variações nas músicas. Vale ressaltar que a dublagem em japonês e inglês ficou muito legal, e o jogo ainda conta com legendas em português.

Review elaborado com uma cópia do jogo fornecida pela Sony do Brasil.

Resumo para os preguiçosos

A Team Ninja tinha um grande desafio: mostrar que Nioh não é uma cópia barata das franquias Soulsborne, e ela conseguiu isso com muito sucesso. O jogo aproveita o melhor que a concorrência tem a oferecer e apresenta um jogo cheio de personalidade, evoluções e inovações interessantes ao gênero, uma boa história e muito conteúdo. Dificilmente você não vai gostar de Nioh, ainda que o jogo pouco explique o que os iniciantes têm que fazer para não morrer tanto assim.

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Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Bela evolução do gênero Soulsborne
  • Bom sistema de combate
  • Bela história
  • Ótimo desafio

Contras

  • Os chefes poderiam ser mais memoráveis
  • Apesar do prólogo fácil, o jogo poderia explicar um pouco mais ao jogador como não sofrer tanto assim que essa etapa inicial termina
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.