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Kingdom Come: Deliverance – Review

Depois de uma leva de jogos finaciados por crowndfundig darem errado, é normal que o público fique com um pé atrás com novo títulos, por mais promissores que pareçam. Kingdom Come Deliverance sempre foi considerado uma das maiores apostas dos últimos tempos, e eu estava ansioso pra ver o resultado de tanta espera.

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Você consegue lembrar rapidamente pelo menos dois jogos que se passassem na Idade Média mas que não tivesse nada de fantasia? Eles até existem, mas são bem raros se você compara-los a quantidade de jogos com mágia, criaturas fantásticas e reinos imaginários. Com Kingdom Come Deliverance a coisa é bem difente. O jogo se passa num período histórico real e o protagonista não tem absolutamente nada demais.

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O jogador assume o papel de Henry, filho de ferreiro que tem sua vida mudada após acontecimentos históricos e que a partir dai, precisa decidir o que vai fazer. Por ser filho de ferreiro, Henry não possui treinamento nenhum, nem habilidades especiais. O jogo faz questão de te lembrar a todo momento que você não é nenhum tipo de “escolhido” ou coisa parecida, somente um “peasant” qualquer, que assim como muitos outros, teve sua vida prejudicada pela decisão de um rei escroto.

O primeiro ponto que chama atenção é o visual. Tanto a aparência dos personagens, quanto o cenário do jogo refletem todo o esforço e dedicação que os desenvolvedores tiveram para acertar alguns detalhes e tornar o mapa mais realista possível. Na verdade, a proposta do jogo é justamente recriar a região da Bohemia nos mínimos detalhes, trabalho este, que ficou sensacional.

Algumas vezes, enquanto andava sem rumo, deu pra perceber alguns detalhes que me chamaram a atenção e mostravam como alguns pontos do mapa não foram simplesmentes renderizados pela CryEngine. São detalhes que podem parecer bobos e sem importancia, mas mostram o capricho do pessoal da Warhorse e de quebra, aumentam um pouco a imersão. São desde árvores específicas e bosques, até cercas que estão “mal cuidadas demais” para ter sido gerada automaticamente. De todas as coisas que eu esperava que me impressionassem nesse jogo, confesso que cercas não estava na lista.

Mas não é só de andanças que se vive no jogo. O quebra pau é uma realidade, e pra sobreviver você precisa aprender a manejar uma penca de armas diferentes, além de se defender dos golpes que a vida te dá. É ai que Kingdom Come Deliverance brilha! Porque o combate é realmente divertido.

A melhor forma de explicar como tudo funciona, é comparar com outro jogo recente, For Honor, da Ubisoft. A mecânica não é exatamente igual, mas lembra bastante principalmente na forma como o jogador deve pensar rápido antes de desferir o golpe no adversário. Ah, não posso esquecer de falar que a câmera do jogo é em primeira pessoa, o que muda muito a experiência pra quem se amarrou em For Honor. O game também oferece a possibilidade de se usar o arco, mas não espere qualquer tipo de mira ou ajuda da interface. Antes de sair soltando flecha em todo mundo, o jogador deve aprender a empunhar o arco, a corrigir o vento e até o momento certo de soltar a corda. Tudo complicado demais, mas extremamente recompensador quando se acerta.

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Já o enredo é mais complicado. Como mencionei antes, a história se passa na Idade Média, mais precisamente em 1403, quando o então Imperador do Sagrado Império Romano, Charles IV, bate as botas e deixa o cargo para seu filho mais velho, Wenceslau. O problema é que Wenceslau não era muito de trabalhar e curtia uma farra daquelas, o que fez com que muitos dos seus súditos mais nobres começassem a reclamar que o Reino tava indo pro brejo. Foi ai que o irmão dele, Sigmund, resolveu se meter e tomar o reino do irmão a força, passando a faca em todos os aliados de Lalau e tocando o terror em toda Bohemia.

O pobre Henry que não tinha nada a ver com a história, se pega no meio da confusão e fica sem nada. Como na época não tinha política assistencialista, o pobre coitado tem que se virar pra conseguir dar a volta por cima e de quebra, ajudar o Rei Wensceslau a recuperar o trono.

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Pra quem gosta de história, Kingdom Come Deliverance é um prato cheio, já que todos os fatos narrados acima realmente aconteceram – exceto a parte do Henry, esse nunca existiu. O jogo tenta o tempo todo recriar a sensação de que você esta realmente vivendo aquilo, e na maioria das vezes, consegue.

Mas, infelizmente, não é sempre. E o pior inimigo de Kingdom Come Deliverance são os bugs. Animações travadas, texturas que não carregam, NPC’s sem cabeça, som ausente durante os diálogos, crashes durante o gameplay e problemas de renderização foram só alguns dos problemas que enfrentei enquanto me aventurava. Chegou a tal ponto, que algumas vezes eu preferia ir andando até meu objetivo ao invés de usar o fast travel, só pra não correr o risco de ficar preso na tela de carregamento.

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Entretanto, a boa notícia é que o pessoal da Warhorse liberou uma patch de 23gb para corrigir os problemas e deixar o game totalmente funcional. Todavia, apesar do tamanho absurdo, a verdade é que alguns dos bugs ainda não foram resolvidos e ao que parece, teremos que esperar mais um tempinho até que o jogo esteja 100%.

Sendo assim, fica até difícil avaliar o jogo da forma como se deve. Com os bugs, Kingdom Come Deliverance fica realmente injogável. Mas, se todos eles forem efetivamente resolvidos, o game se torna uma verdadeira jóia a ser descoberta pelo jogador que procura uma aventura densa, cheia de reviravoltas e com uma trama digna de produção Hollywoodiana.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PS4 Pro enviada pela produtora.

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Resumo para os preguiçosos

Kingdom Come Deliverance é um mais um jogo que nasceu nos crowndfundings da vida, até se tornar um grande hype. Com a proposta de colocar o jogador na Idade Média sem fazer uso de ferramentas fantásticas, o game tenta aliar um cenário ricamente construído com fatos históricos a fim de despertar o interesse e tornar as aventuras o mais realsitas possíveis. Repleto de bugs, ele ainda carece de atenção por parte dos desenvolvedores, mas pelo zelo e trabalho que o pessoal da Warhorse teve, acredito que logo tudo estará solucionado.

Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Gráficos incríveis e reconstrução fiel da região da Bohemia
  • Jogabilidade interessante e realista
  • História e enredo bem escritos e interessantes

Contras

  • Bugs que atrapalham o tempo todo (mas que possivelmente sejam corrigidos em breve)
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.