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Far Cry Primal – Review

A Ubisoft é uma empresa que recebe porrada de todo mundo por sempre manter-se na sua própria zona de conforto e ousar pouco, e o resultado disso é que se você jogar um Assassin’s Creed, você sabe jogar todos, e o mesmo poderia se dizer sobre Far Cry em sua fase mais moderna, já que o quarto capítulo da franquia é praticamente uma cópia do terceiro com um vilão bem menos carismático. Sabe o que Far Cry Primal não é? Uma cópia destes dois, e isso é ótimo.

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Em Far Cry Primal, você controla Takkar, um homem das cavernas que vive em Oros, um local fictício na Europa Central, em 10 mil antes de Cristo. Takkar e sua tribo, os Wenja, dividem o vale com mais duas tribos, os Udam – canibais que estão tentando acabar com os Wenja – e os Izila – um grupo de homens das caverna mais avançados, que já praticam a agricultura e escravizam outras tribos.

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No começo do jogo, você já percebe que Far Cry Primal é uma experiência diferente do que a Ubisoft estava acostumada a entregar. Você e o seu grupo estavam caçando mamutes e a caça acaba em desastre, já que vocês são atacados por um Tigre Dentes de Sabre que espalha o caos e mata quase todo mundo. Após isso, Takkar deve e os Wenja encontram-se espalhados num vale cheio de perigos, e você deve reunir os Wenja e conquistar a supremacia no local.

A história do jogo é bastante minimalista, até porque, estamos situados numa época da humanidade onde as pessoas mal sabiam falar, quanto mais desenvolver grandes diálogos. Aqui. a língua fictícia de Oros e seus três dialetos (Wenja, Udam e Izila) brilha, assim como as interações de Takkar com os vários personagens do jogo.

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Cada personagem te dá várias missões diferentes, como coletar raízes, participar de caçadas, combater as outras tribos e assim por diante. Vale ressaltar que cada um desses personagens é bastante carismáticos, e algo muito legal nesse carisma deles é que, por tratarem-se de homens das cavernas toscos que mal sabem falar, boa parte desse carisma vem por meio de expressões faciais e movimentos corporais. Todos são muito expressivos ao falar e gesticular e felizmente nenhum processo de dublagem foi tentado aqui, você ouve a língua de Oros e lê as legendas em português, e isso é mais do que o suficiente para sentir-se imerso numa tribo do período mesolítico.

Como em qualquer Far Cry, o mapa de Far Cry Primal é completamente tomado das mais variadas atividades, como captura de bases inimigas, caçadas, resgastes e afins. Aqui, eu achei a estruturação das missões bem melhor feita do que comparado com Far Cry 4, por exemplo. Várias das missões são compostas de etapas, onde você vai até certo lugar, conversa com outros Wenja, segue para um próximo lugar e assim por diante. Cada missão tem sua própria história, e elas não são missões sem muito sentido como “vamos caçar tigres porque somos malucos e isso é a pré-história!”, e sim a própria tribo lutando pela própria sobrevivência, o que acaba dando muito mais dimensão a todo e qualquer extra que você fizer dentro do jogo, e olha que tem extra pra caramba para ser feito por aqui.

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Além de todas as missões normais dentro do jogo, Far Cry Primal ainda tem missões de caçada e de domar animais, e é aqui que o jogo realmente brilha. As missões de caçada são simples, há certos animais especiais em Oros que devem ser caçados por você, como o Tigre Dentes de Sabre que acabou com o seu grupo de caça original, ou um mamute ancião gigantesco que deve ser caçado pela sua tribo. Cada missão de caça é diferente da outra, e é composta por você espreitando a fera, preparando armadilhas e enfrentando-a de verdade.

Já a possibilidade de domar feras dá outra dimensão completamente diferente a Far Cry Primal. Apesar de ser bem simples domar feras (você atira comida, a fera começa a comer, você segura quadrado e a fera é sua), elas ajudam bastante no seu progresso no jogo. Você pode usar uma coruja para desvendar o terreno e marcar inimigos, por exemplo, e depois usar a sua pantera para matar inimigos furtivamente, sem que ninguém veja. Ou fazer como eu gosto de fazer, entrar no acampamento inimigo tocando o terror montado nas costas do meu Tigre Dentes de Sabre, já que eu não sou lá muito fã do stealth.

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Por falar em tocar o terror, o combate de Far Cry Primal é composto por armas primivdas (duh) que se adaptaram muito bem a um jogo de tiro em primeira pessoa. Você tem três armas principais, um tacape, uma lança e um arco e flecha. O arco e flecha é o mais fraco dos três, a lança é mais forte, porém mais lenta, e o tacape é a arma mais lenta, mas com um alcance extremamente limitado. Além disso, você ainda pode usar colmeias de abelhas, pedras e fundas, e eu já adianto, matar homens das cavernas com essas armas é bem divertido.

Aproveitando que eu estou falando das armas, outro detalhe importante do mundo de Far Cry Primal é como o mundo é muito mais hostil e perigoso do que em outros capítulos da franquia. Você está sozinho num mundo onde praticamente qualquer animal pode te matar, e eles vão tentar fazer isso. Você é muito mais presa do que predador no começo do jogo, e isso é sensacional. Não foi uma nem duas vezes que eu tive que sair correndo feito um maluco de ursos e leões por não ter como enfrenta-los. É verdade que depois que você torna-se um mestre das feras, enfrenta-los fica trivial, e aí o negócio é partir pra rinocerontes e mamutes, mas mesmo se você estiver bem equipado, o jogo ainda arranja maneias de tentar te matar. Outro ponto muito bom de lembrar enquanto falamos dos animais é que as malditas águias atacam bem menos em Far Cry Primal do que em Far Cry 4, quando elas voavam na sua cabeça de 2 em 2 minutos.

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Graficamente, Far Cry Primal é simplesmente lindo. O mundo de Oros é orgânico e cheio de vida, e por mais que estejamos falando de tons de verde e marrom, o jogo ainda assim apresenta um cenário muito legal, com transições de climas e tudo mais. A Ubisoft realmente mostrou que consegue criar um mundo muito bem pensado, e bonito, quando quer. A trilha sonora de Far Cry Primal também é outro destaque tanto pela língua falada em Oros, quanto pela trilha sonora em si.

Review elaborado com uma cópia para PS4 fornecida pela Ubisoft do Brasil.

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Resumo para os preguiçosos

Far Cry Primal é espetacular. O jogo coloca você num mundo hostil que simula o que os nossos antepassados passaram de forma muito precisa. Ok, o jogo toma sua liberdade criativa ao permitir que você dome leões e tigres dentes de sabre e monte nas costas deles, mas não é exatamente para isso que videogames servem? O jogo é extremamente bem feito, divertido, e cheio de conteúdo, seja na história principal (que ficou muito boa), seja nas missões opcionais.

A Ubisoft mostrou que ela consegue se reinventar quando quer, e a companhia está de parabéns por esse título. Eu não gostava da franquia Far Cry (principalmente por ter jogado apenas Far Cry 4) antes de experimentar Far Cry Primal. Felizmente, isso mudou bastante após esse título. Forte candidato a jogo do ano.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Extremamente divertido
  • Belíssimos gráficos
  • História e personagens carismáticos
  • Domar animais e caçar com eles
  • Muito conteúdo

Contras

  • Você pode se sentir completamente perdido no começo do jogo pelo excesso de atividades disponíveis (mas vá jogando elas com calma, essa é a chave)
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.