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Enter the Gungeon – Review

Não existem muitas coisas boas oriundas de Star Wars – Episódio I: A Ameaça Fantasma, mas verdade seja dita, aquele jogo de corrida com podracers era bem maneiro.

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Lembro de dedicar muito tempo aprendendo as pistas para diminuir o meu tempo de resposta e consequentemente, o meu tempo em cada uma delas. A tarefa não era fácil, ainda mais para um pré-adolescente de 12 anos. Aliás, me lembro bem de ficar pensando “talvez quando eu for mais velho, eu consiga ser mais rápido”. Ledo engano.

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A primeira vez que joguei Enter the Gungeon me fez sentir exatamente o contrário: “talvez eu me desse melhor se tivesse jogado isso quando mais novo”. Eu não me envergonho de dizer que passo vergonha tentando avançar nas fases desse jogo, e por incrível que pareça, até gosto disso.

O rogue-like-dungeon-explorer-from-hell mais recente do mercado foi desenvolvido pela Dodgeroll e publicado pela sensacional Devolver Digital. Com gráficos bacaninhas e uma proposta interessante, ele pode não parecer grandes coisas no início, mas logo após alguns minutos, o desafio e a quantidade absurda de tiros na tela é capaz de prender qualquer fã de jogos de ação que se preze.

Enter the Gungeon conta uma história meio maluca de quatro exploradores que resolveram explorar o “Balabirinto”, uma espécie de dungeon com vários andares dominado por inimigos que de alguma maneira, tem relação com armas, munições, explosivos e etc. A mecânica também é bastante simples, o jogador deve avançar o máximo que puder com os recursos que encontrar, e se morrer, volta do início.

A princípio pode parecer fácil, mas a coisa começa a ficar um pouco mais difícil a cada nova sala que você descobre. Todos os andares são gerados proceduralmente, o que significa que você jamais vai revistar a mesma fase duas vezes. O que ajuda o jogador na sua jornada é a grande quantidade de armas disponíveis, que em alguns momentos lembra até o famigerado Borderlands 2, tamanha é a quantidade e variedade dos armamentos.

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O cenário também é muito bem construído e bastante dinâmico. O jogador deve ficar atento aos elementos espalhados pela sala e se possível, usa-los ao seu favor. Mesas e pilastras podem ser utilizados como “cover” e garantir uma vantagem maior durante a troca de tiros. Entretanto, os inimigos também sabem usa-los, então é melhor tomar cuidado.

Outro detalhe interessante é que existem algumas coisas aparentemente inúteis que podem atrapalhar em alguns momentos. Uma delas que me vem à cabeça sempre que exploro o Balabirinto são os livros espalhados pelo cenário. A princípio eles não oferecem perigo algum, mas ao passar por cima deles uma nuvem de papel é levantada e acaba dificultando a visualização do personagem e até dos tiros que estão vindo na direção do jogador. Portanto, sempre é bom ficar esperto num lugar como esse.

Claro que isso não é o maior dos problemas. Conforme vamos descendo pelos andares, novos elementos vão aparecendo e dificultando ainda mais a tarefa de vencer o desafio. Armadilhas, espinhos, fossos, jatos de fogo, granadas, piso envenenado e inimigos escondidos são só alguns exemplos do que te espera nas partes mais fundas do Balabirinto.

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Felizmente, você não depende só das armas que encontra pelo caminho para se defender. Um dos seus principais aliados durante as batalhes é o dogderoll, ou esquiva. O jogador treinado consegue utiliza-la a seu favor durante as batalhas de forma magistral, mas os iniciantes podem ter alguns problemas enquanto não se acostumam com a mecânica. Apesar do jogo conter quatro personagens diferentes, todos eles possuem a mesma eficiência na esquiva.

Por falar nos personagens, cada um deles possui um atributo e uma arma inicial diferente. O soldado por exemplo, é mais resistente a danos e pode solicitar munição enquanto a caçadora possui mais armas e um corgi de estimação. O “piloto” é capaz de usar suas habilidades para abrir determinadas portas e baús escondidos e a fugitiva tem a habilidade de se movimentar mais rapidamente e de dar mais dano caso leve um tiro. No início eu até pensei que as armas variavam de acordo com o personagem escolhido, mas logo percebi que a única diferença eram as habilidades natas de cada um.

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Como todo bom roguelike, Enter the Gungeon recompensa o jogador com uma série de baús escondidos e um sistema de melhorias que vai deixando o jogo mais interessante -e não necessariamente mais fácil- conforme se avança. A cada chefe vencido, o jogador ganha moedas específicas que podem ser trocadas por novos equipamentos, além de outros benefícios que não devem ser mencionados agora, já que podem ser encarados como spoilers por alguns.

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Entretanto, nem tudo são flores. Infelizmente o jogo não veio com o modo multiplayer online nativo desde o lançamento, e até agora, a única forma de encarar o desafio com companhia é chamando um amigo pra jogar localmente com você. Mão se sabe se o sistema de organização de partidas online vai ser implementado em breve ou não, mas tenho certeza de que essa melhoria fará a alegria de muitos quando foi anunciada.

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Resumindo, Enter the Gungeon é um jogo que parece simples mas surpreende pela qualidade. Além de ser um deleite em 8 bits para os olhos, é bastante divertido, desafiador e cativa o jogador e tentar de novo, e de novo e de novo outra vez. Eu mesmo já tenho algumas horas registradas na Steam e sequer passei do terceiro andar. Mesmo assim, não pretendo larga-lo tão cedo e recomendo o jogo tanto para jogadores mais hardcores, quanto aqueles que gostam de jogar algo de maneira mais casual.

Ah, e se você gosta de jogos de ação com tiros por todo lado e explosões contínuas, como nos antigos títulos de “navinha” para Super Nintendo e Mega Drive, Enter the Gungeon é definitivamente o jogo certo pra você.

Resumo para os preguiçosos

Enter the Gungeon é o típico jogo simples que surpreende e vicia. Sendo um roguelike, a dificuldade e o nível de desafios são altíssimos, mas a forma como o game te recompensa é bastante interessante e garante que o jogador mantenha a vontade de continuar jogando sempre lá em cima. Os gráficos são simples, mas muito bem feitos. As animações são de primeira e mesmo com uma quantidade absurdamente enorme de objetos movendo-se ao mesmo tempo na tela, o jogo é um deleite para os olhos.

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Com ação, humor e desafios de sobra, Enter the Gungeon é com certeza o tipo de jogo que se deve ter naqueles momentos em que não se tem nada pra fazer. Não importa quantas vezes você jogue ou quão bom seja em lidar com os seus inimigos, os mapas procedurais garantem que toda aventura seja inédita e que a diversão possa ser retomada sempre que quiser. Um baita jogo, com toda certeza.

Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Gráficos bonitos e animações bem feitas
  • Mecânicas perfeitas e funcionais
  • Sistema vasto de armas e itens
  • Mapas procedurais que garantem aventuras inéditas sempre

Contras

  • Não tem modo multiplayer online
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.