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Contrast – Review

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Os indies já dominaram o mundo, e isso é um fato. Com o Steam Greenlight, muita coisa boa tem aparecido de desenvolvedores pequenos por aí. Contrast é mais um desses sucessos do Greenlight que veio parar na Steam “de verdade” com status de gente grande logo de cara. Contrast é um jogo de plataforma/puzzle que mistura o 2D e o 3D num mesmo jogo, através de um sistema de sombras que irei explicar mais adiante.

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O jogo conta com dois destaques: a troca entre dimensões e a história comovente. Cheguei ao final dele esperando diversas respostas, porém fiquei com várias dúvidas ainda na minha cabeça. Apesar de parecer meio simples apenas ajudar uma criança a fugir de casa, o jogo faz referências a cientistas como Einstein e tenta te mostrar toda uma filosofia por trás das dimensões. É muito mais do que simplesmente andar pelas sombras, mas vou tentar não dar spoilers.

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Você contra Dawn, e até o fim do jogo eu não entendi 100% O QUE É Dawn. No final do jogo uma reviravolta acontece e não entendi mais nada, porém um item coletável que peguei mostra um cartaz de um show e MEIO QUE explicou o que é Dawn. Porém vou dizer pra vocês apenas que ela é a amiga imaginária de Didi. Didi é filha de Kat, uma estrela em ascensão, uma ruiva cantora de cabarés, que pra mim lembra muito a Jessica Rabbit. Kat tem de trabalhar à noite e deixa Didi em casa.

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Dawn precisa ajudar Didi a sair e ir atrás da mãe para saber porque Johnny, o seu pai, não volta mais para casa. Encontrando Johnny, Didi descobre que ele está tentando impressionar Kat novamente para poder voltar pra casa, mas pra isso está com problemas com agiotas para conseguir contratar o grande mágico Vincenzo, então cabe a Didi e Dawn ajudarem Johnny com seus problemas.

Toda a história se passa num ambiente noir dos anos 1920, provavelmente em Paris, a cidade luz. O jogo em 3D lembra bastante Alice Madness Returns: uma protagonista com olhões e roupas coloridas pulando e resolvendo puzzles através de um mundo totalmente estranho (em alguns lugares a rua está quebrada e existe um vácuo infinito com partículas flutuando em volta, entre outras coisas muito bizarras), porém sem os combates de Alice. Em 2D o jogo lembra bastante LIMBO, um sidescroller preto no branco (nesse caso um amarelo em tom âmbar, para dar o clima de noir) onde as sombras te dão o caminho.

Aliás, em determinado momento da história Dawn tem que fazer o papel da princesa no show do circo de Johnny. Essa parte é um destaque do jogo, sendo uma história narrada por Johnny sobre uma princesa que era prometida em casamento a um bravo guerreiro que sempre se dá mal e ela tem de ir atrás dele para salvá-lo. Esse foi o momento mais engraçado do jogo: temos que pular em jacarés, fazendo referência a Pitfall, usamos um guarda-chuva para flutuar, como a Marry Poppins, além de em um determinado momento termos que salvar o guerreiro de uma aranha gigante, e neste momento o jogo fica exatamente igual a LIMBO.

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A mecânica do jogo é simples: temos de pular por aí até encontrarmos um lugar onde trancamos, não dá pra acessar. Daí precisamos usar as sombras para alcançar. Porém nem sempre tem uma sombra disponível, e aí temos de fazê-la. Para isso temos que mover objetos e luzes, criando o caminho exato para podermos alcançar o lugar onde devemos ir e voltar para a parte 3D do jogo. Depois de um tempo isso fica mais complexo, precisando de caixas e bolas para serem levados de um lugar à outra para abrir portas, alternando os objetos entre o mundo 3D e o 2D.

No começo é legal, mas chega uma hora que abrir portas usando caixas em cima de botões se torna repetitivo, e cansa ter que ficar pensando em como que determinado objeto tem que ser posicionado pra criar uma sombra na parede, o que às vezes se torna um desafio, com os eventuais bugs. Em alguns pedaços precisamos de luminárias para acendermos faróis ou outros equipamentos, e essas luminárias estão espalhadas pela cidade. Em diversas vezes precisamos passar por uma espécie de holograma de algum objeto (uma bengala, uma pistola, um rolo de filme, etc.) que representa uma cena já vista da história.

O tal holograma vai projetar uma luz e a cena vai ser passada novamente na parede, e então devemos escalar nas sombras das pessoas até alcançar a luminária. O grande problema é que o jogo não tem um mapa e a cidade tem as ruas muito escuros, tornando a tarefa de voltar ao ponto principal da história um pouco chata. Tudo isso para ajudar Didi a ajudar seu pai.

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Enquanto a história é contada nós só conseguimos enxergar Dawn e Didi. Os outros personagens só vemos as suas silhuetas nas sombras. Acredito que isso se deva pelo fato de que Dawn é uma amiga imaginária de Didi, logo apenas Didi pode vê-la. E o contrário também: Dawn só pode ver Didi. No final do jogo Vincenzo explica algo sobre isso de forma indireta, mas eu demorei pra entender, e não tenho certeza se entendi 100%. Dawn não tem falas no jogo, então jogamos com Dawn mas vemos a história toda pelos olhos de Didi, o que acaba quase que fundindo as duas personagens. Didi depende de Dawn e vice-versa.

O jogo tem média de 5 horas, porém eu terminei ele em 3,7 horas, e isso que morri bastante na parte da princesa com os jacarés, além de ter que reiniciar toda a fase de novo por ter entrado numa sombra e ser “cuspido” pra fora, de volta ao mundo 3D, em algum lugar onde o jogo não foi programado para a personagem estar, o que a deixava literalmente travada. Parece pouco tempo, mas na verdade é o tempo perfeito pra um jogo do tipo: mais do que isso iria enjoar fácil, como Alice Madness Returns, que depois de 6 horas fazendo os mesmos puzzles se torna repetitivo, maçante, chato. Porém pagar 25 reais por um jogo de 3~4 horas é algo pra ser bem pensado.

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Muito mais do que um jogo que transita entre dimensões, Contrast é uma história adulta vista pelos olhos de uma criança, além de uma filosofia sobre o multiverso, a teoria de que existem vários mundos dentro de um mesmo, todos vivendo ao mesmo tempo. Um jogo bonito, emocionante e que te faz pensar.

Resumo para os preguiçosos

Contrast é um puzzle/plataforma relativamente curto que mistura o 3D e o 2D enquanto conta uma história bem elaborada.

Nota final

70
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Jogabilidade inovadora (troca entre 3D e 2D)
  • História comovente
  • Puzzles desafiadores
  • Personagens carismáticos
  • Duração exata pra um jogo do gênero
  • Ambientação e fotografia muito bonitos
  • Trilha sonora excelente (jazz dos anos 1920)
  • Referências engraçadas (procurem nas conquistas do jogo)
  • Tradução perfeita para português brasileiro

Contras

  • Muito curto para o preço que está sendo vendido
  • Em determinadas partes repetitivo demais
  • Diversos bugs que atrapalham a fluência do jogo
  • Falta de um mapa da cidade
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