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Backbone – Review

Quando falamos de computadores, backbone é o termo usado para ligar sistemas de redes distantes. Quando falamos do corpo humano, backbone é, literalmente, a palavra em inglês para “espinha dorsal”. Já no RPG de aventura pós-noir desenvolvida pela EggNut, Backbone é a exemplificação de um mundo antropomórfico distópico, onde você controla um guaxinim e detetive particular chamado Howard Lotor. A última afirmação, certamente, é a mais interessante, não é?

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O game começa com uma premissa bastante interessante. No Prólogo, Howard é contratado para descobrir se o marido de uma senhora está pulando a cerca. Ao seguir as pistas, no entanto, o protagonista se depara com um esquema horripilante dentro da boate The Bite – aparentemente, estão matando animais e servindo suas carnes para os VIPS do estabelecimento. Isso faz com que Howard acabe formando uma parceria com Renee, uma raposa e jornalista investigativa, para descobrir exatamente o que está acontecendo naquele local.

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Os primeiros capítulos do jogo, por trazerem esse tom de mistério, empolgam bastante. Três coisas chamam bastante a atenção neste ponto: os diálogos, super bem construídos em uma mistura de melancolia, autodepreciação e humor, os gráficos e ilustrações, que são de tirar o fôlego mesmo em arte pixelizada, e o próprio estilo RPG, já que existe uma narrativa descritiva muito bem feita que aproxima o jogador desse estilo de jogo.

Entretanto, as mecânicas do jogo não evoluem conforme a história segue. Apesar de apresentar uma dinâmica furtiva, onde Howard precisa passar despercebido em alguns momentos, isso quase não é utilizado durante a trama. Além disso, por conter pouquíssima ação, é mais fácil perceber, por meio dos diálogos, que você não tem escolha; o game quer que você acredite que pode escolher um caminho específico para seguir, quando na verdade, os resultados sempre serão os mesmos.

A trilha sonora de Backbone, por outro lado, precisa ser exaltada. O título da EggNut é embalado por um jazz pertinente, que dá o caráter certo à trama. Porém, se você é daquelas pessoas que gosta de explorar as possibilidades e se envolver nos diálogos que o jogo proporciona, terá que encarar bons minutos de silêncio absoluto, já que a música termina dependendo da extensão das suas conversas.

Quanto mais Howard fica perto de descobrir a verdade, mais decepcionante o jogo fica. As relações entre Howard e os outros personagens não são exploradas profundamente, a nuance investigativa se torna cansativa e o plot principal não é lá essas coisas. Além disso, é mais como se você estivesse assistindo a um filme do que de fato jogando – e não de maneira positiva. Os quebra-cabeças acabam, os momentos de ação e furtividade parece que nunca existiram e é bem provável que você se sinta um pouco entediado nos atos finais.

Mas e aí, Backbone vale a pena?

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Depende. Se você gosta de RPG, jogos interativos, muitos diálogos e mistério, o jogo pode te agradar. Ele tem tudo para isso: os gráficos, a trilha sonora, a distopia, o cult. Mas muito disso acaba se perdendo nos últimos capítulos, o que dá aquela desanimada.

Resumo para os preguiçosos

Backbone apresenta um mundo totalmente interessante. O game se passa em uma Vancouver distópica e antropomórfica, ou seja, os animais vivem em sociedade e agem como humanos. Você refletirá bastante com algumas questões trazidas pelo jogo, como depressão, racismo e corrupção, enquanto é embalado por uma trilha sonora adequada e gráficos deslumbrantes, mesmo pixelizados. O teor investigativo e mecânica furtiva do título são empolgantes no começo, mas infelizmente o game decai nos últimos atos, se tornando um pouco entediante.

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Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Nota final

50
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Diálogos interessantes e reflexivos
  • Cenas bem construídas
  • Lindos gráficos e ilustrações
  • Trilha sonora impecável
  • Boa narrativa descritiva de RPG

Contras

  • As suas escolhas de conversação não possuem influência nenhuma na história; você só vai acabar tendo diálogos maiores e um tanto chatos
  • A trilha sonora não é consistente, ou seja, pode ser que você jogue sem a assistência de nenhuma música, no mudo
  • Por ter diálogos tão grandes que não acompanham a trilha sonora, o fato do game não ter dublagem o torna tedioso
  • As dinâmicas de investigação e furtividade se perdem nos capítulos finais
  • O plot não é empolgante e pode não fazer muito sentido
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Carolina Rocha
Carolina Rocha
jornalista, geminiana. gosto de joguinhos, séries, música, tudo do mundo do entretenimento.