Games são hoje, uma mídia em evidência. As vezes, pra aproveitar o sucesso obtido por alguns títulos, algumas desenvolvedoras acabam aproveitando a oportunidade para estender o universo encontrado nos jogos para livros, hq’s e em alguns casos, até mesmo filmes. Dito isso, vamos analisar aqui o primeiro Comic Book relacionado a Dead Island, publicado pela editora Dark Horse.
- Roteiro: Anne Toole, Alex de Campi
- Arte: Mike Hawthorne
- Cores: Michael Atiyeh
- Cover Artist: Stephanie Hans
- Publisher: Dark Horse Comics
- Data de lançamento:11/05/2014
O universo apresentado no primeiro jogo da franquia realmente permite que se criem várias história paralelas. Mas, uma coisa que eu já gostaria de começar citando é o fato de até agora, eu não saber se a história se passa na mesma ilha onde fica situado o resort do primeiro jogo, ou em outra cidade qualquer.
A história começa nos apresentando os dois principais protagonistas: Richard e Marco. Richard é um cara magrelo e que da aquele impressão de que vai ser o primeiro a encontrar a morte nas mandíbulas de um zumbi, enquanto Marco é o bombadão não muito inteligente, que no fim das contas acaba dando a mesma impressão. Apesar de tudo começar de uma forma bem séria, com o virar de páginas, percebemos que infelizmente tudo é tratado de uma forma muito galhofa e repleto de piadinhas forçadas.
Isso acaba sendo uma faca de dois gumes dentro do enredo. O lado bom, é que temos a oportunidade de ver Dead Island com um toque de descontração, o que não é algo ao qual estamos acostumados a ver dentro do jogo. O lado ruim, é que quem começou a ler a HQ esperando algo parecido com The Walking Dead, perde a vontade de continuar a série antes do final da primeira edição.
A forma como Richard e Marco descobrem que um outbreak zumbi está acontecendo é no mínimo, curiosa e um tanto casual. Filmes como Zombieland fizeram com que esse primeiro contato casual ficasse realmente interessante, mas o que eu vi em Dead Island #1 fica bem longe disso. Há quatro pontos que me chamaram atenção nessa parte:
1) Richard está jogando Dead Island em um console muito estranho que possuiu um controle bem parecido com o de um Mega Drive,
2) O primeiro zumbi encontrado por Richard quando sai de casa para levar o lixo já se encontra em avançado estado de decomposição, o que me faz pensar em quanto tempo o outbreak já havia começado antes de ser percebido por ele.
3) Marco já sabia que os zumbis estavam a solta por ai devorando gente, mas simplesmente esqueceu de contar.
4) Ambos sabem que se tratam de zumbis, algo difícil de ser ver em qualquer outro lugar.
Depois dessa parte, a narrativa deslancha para uma corrida em busca de armas e abrigo, que de alguma forma conseguiu me passar a impressão de que eu estava lendo uma daquelas antigas histórias em quadrinhos dos trapalhões.
Resumindo, eu não goste muito do que vi. Acho louvável a tentativa de levar a franquia para uma nova mídia, mas na minha opinião isso foi feito de uma forma errada, dando margem para que a série que já é tratada como piada quando o assunto é jogos, fosse tratada da mesma forma nas HQ’s. Fica a dica para quem quiser ler algo novo e sem compromisso, ou para quem curte o estilo mais despojado de narrativas, mas pra quem procurava uma história com mais sériedade e com uma abordagem mais profunda do que realmente aconteceu em Dead Island, fica a vontade e a esperança de que talvez isso seja abordado de uma forma diferente nas edições que se seguem.
Só sei que a minha leitura para por aqui.