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Tales of Arise – Review

A franquia Tales Of é conhecida por ter jogos de alta qualidade que seguem uma mesma fórmula, com cada nova iteração trazendo novidades e pequenas mudanças à este padrão. Entretanto, o jogo mais recente da franquia, Tales of Arise, decidiu ser mais corajoso ao fazer grandes mudanças à fórmula que conquistou milhões de fãs ao redor do mundo.

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Mas apesar destas mudanças (que serão detalhadas mais abaixo), Tales of Arise continua possuindo o DNA da franquia, e qualquer veterano perceberá rapidamente que ainda está jogando um Tales Of.

Desta vez, a história se passa em um mundo hostil que foi arrasado por uma guerra há mais de 300 anos atrás. Os habitantes do planeta Rena invadiram seu planeta vizinho, Dahna e eventualmente conquistaram o planeta inteiro, transformando todos os Dahnianos sobreviventes em escravos, iniciando uma era de opressão que se mantém até o início do jogo.

O protagonista, Alphen (chamado inicialmente de Máscara de Ferro), não possui uma memória sequer de seu passado e é incapaz de sentir dor, o que faz dele um escravo muito mais resistente do que os outros. Os eventos do jogo só entram em movimento de verdade quando uma Renana chamada Shionne é libertada de um trem de carga, e ela acaba recebendo ajuda de Alphen e alguns rebeldes.

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Após alguns tutoriais e uma fuga, descobrimos que o objetivo de Shionne é derrotar todos os 5 lordes que oprimem Dahna, por algum motivo que ela não deseja revelar. O planeta de Dahna é dividido em cinco regiões diferentes, e cada uma delas possui um Lorde de Rena agindo como regente. Cada lorde trata os escravos de uma maneira diferente – alguns de forma mais opressora e violenta do que outros – e cada um deles possui um núcleo elemental que contém o elemento correspondente àquela região.

Misteriosamente, Shionne conseguiu pôr suas mãos no Núcleo de Fogo e é através da força dele que ela e Alphen começam uma jornada para destronar todos os lordes e tornar Dahna um planeta finalmente livre. A história é bem interessante, e cada personagem que se junta ao grupo possui bons motivos para querer derrubar os Lordes de Rena.

Shionne Tales of Arise

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Tales of Arise faz um ótimo trabalho em diferenciar cada uma das suas cinco grandes regiões, principalmente na forma em que o povo de Dahna é oprimido e escravizado. Sempre que uma nova área é alcançada, tanto o jogador como os personagens começam a se perguntar sobre como o Lorde da Região pode estar oprimindo o povo, o que acaba criando algumas surpresas bem interessantes.

Porém, a melhor parte de Tales of Arise não é sua história, mas sim o seu combate. Arise é um RPG de ação altamente dinâmico, onde cada membro do grupo possui mecânicas de gameplay únicas, sendo possível alternar entre os personagens de forma quase instantânea durante o combate. Criar combos enormes e variados envolvendo os diferentes personagens do grupo nunca foi tão fácil, principalmente quando todos eles são desbloqueados.

Tales of Arise

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O combate funciona com uma combinação entre ataques simples que não possuem custo e habilidades especiais chamadas Ars, que consomem pontos da Barra de Ação para serem utilizadas. Cada Ars possui um custo fixo de BA, e basta ficar alguns segundos sem atacar para que todos estes pontos sejam restituídos, o que abre outra oportunidade para grandes combos.

Selecionar habilidades que combam entre si ou com as habilidades de outros personagens é a chave de Tales of Arise. Porém, só é possível selecionar 6 habilidades usáveis para cada personagem (3 no chão e 3 aéreas), o que é extremamente limitante. A parte mais estranha desta decisão é que quando você não está controlando um personagem, ele é capaz de utilizar todo o seu arsenal de habilidades a qualquer momento, mas ao selecionar este personagem, você só tem acesso as 6 que selecionou anteriormente.

Mas apesar das limitações, é impossível negar o quão dinâmico e divertido o combate de Tales of Arise realmente é, principalmente quando mais mecânicas vão sendo introduzidas, permitindo que os personagens utilizem ataques em conjunto ou utilizem golpes ultra poderosos que podem literalmente mudar o rumo de uma batalha, por exemplo.

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Arise também possui um sistema de fraquezas e resistências elementais que torna todo o combate ainda mais complexo. Saber qual é a fraqueza de um inimigo e trocar para o personagem que possui habilidades daquele elemento equipadas é sempre uma grande satisfação, e é uma das partes mais divertidas do jogo inteiro na minha opinião.

Além de tudo isto, Tales of Arise também trouxe uma mecânica bem interessante para o seu combate, chamada de Pontos de Cura. Agora, não é possível utilizar Ars de cura ou de suporte infinitamente, como era o caso em jogos anteriores da franquia. Em Arise, existe uma quantidade limitada de PC que só é recuperada ao descansar em um acampamento/pousada, usar itens específicos ou comer certas refeições.

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Por causa desta limitação, é necessário um pouco mais de estratégia e cuidado, já que tomar danos demais em combate pode fazer com que seus personagens usem PC demais para curar ou reviver você ou outros membros do grupo, o que por sua vez dificultará batalhas futuras. Não só isso como os PC também podem ser utilizados fora de combate enquanto exploramos os mapas do jogo.

Cada personagem possui uma habilidade de mapa única, que geralmente envolve se livrar de um obstáculo no caminho para chegar até itens raros. Alphen, por exemplo, é capaz de absorver chamas ou derreter muralhas de gelo, enquanto Law consegue quebrar rochas enormes para abrir caminho. Ter que balancear o gasto de PC entre combate e exploração torna a experiência de Tales of Arise relativamente mais difícil, principalmente em dificuldades mais altas.

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Por sorte, o jogo permite que você crie estratégias para os seus aliados quando você não os está controlando. A mecânica é muito similar ao sistema de Gambits de Final Fantasy XII, onde é possível ditar o que um personagem deverá fazer caso uma condição seja batida. Coisas como usar uma Ars de cura caso um aliado esteja com menos de 50% de vida, ou ficar longe do combate caso a sua vida esteja menor que 25% são apenas exemplos de ações que podem ser criadas no menu de estratégia.

Apesar deste sistema não ser tão aberto e completo quanto os Gambits de Final Fantasy XII, ainda é possível criar inúmeras táticas. Caso você tenha interesse o suficiente, é possível customizar a inteligência de seus aliados para se encaixar exatamente ao seu estilo de jogo.

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Para finalizar, Tales of Arise possui gráficos muito bonitos, com um estilo de arte colorido e cheio de efeitos visuais que realçam ainda mais cada um dos elementos do jogo. A trilha sonora é boa, com destaque para o tema de combate, porém nenhuma das músicas grudará na sua cabeça por muito tempo. O jogo também possui uma ótima dublagem em inglês, mas a sincronização labial está longe de ser das melhores, o que acaba criando algumas cenas bem esquisitas.

Tales of Arise é um passo na direção certa para a franquia Tales. O jogo mantém vários dos elementos que tornaram a franquia Tales tão icônica enquanto expande o sistema de combate, tornando-o mais dinâmico, complexo e divertido. A história e os personagens também são muito interessantes, apesar de não serem a melhor parte do jogo. Os vários sistemas de Tales of Arise se complementam de forma impressionante, resultando em um dos melhores RPGs de 2021.

Review elaborado com uma cópia do jogo cedida pela desenvolvedora.

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Resumo para os preguiçosos

Tales of Arise trouxe uma grande evolução para a franquia Tales Of através de várias mudanças feitas em seu sistema de combate, tornando-o mais complexo, dinâmico e divertido, mas ao custo da remoção do modo cooperativo. A história e os personagens são muito interessantes e bem trabalhos, e a dinâmica do grupo como um todo é ótima. Apesar de possuir algumas limitações e problemas pequenos, a soma das partes de Tales of Arise o torna um dos melhores RPGs de 2021 com facilidade.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Combate profundo, dinâmico e divertido
  • Seis personagens com estilos de jogo completamente diferentes
  • História interessante, onde todos os membros do grupo são carismáticos

Contras

  • O modo cooperativo foi completamente removido
  • A quantidade de habilidades que podem ser equipadas é muito baixa
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David Brito
David Britohttp://criticalhits.com.br
Fã de Roguelikes e J-RPGs, David passa a maior parte do seu tempo livre testando novos jogos e lembrando a todos o quanto ele ama a franquia Persona.