Doom é um dos jogos mais importantes da história dos games, seja por ter revolucionado o mundo dos jogos de tiro em primeira pessoa, praticamente fundando o gênero e influenciando a maioria dos jogos subsequentes a ele, seja por ainda hoje ser um objeto de estudo de muita gente que quer aprender a criar mods, trabalhar com inteligência artificial ou simplesmente tentar fazer o jogo rodar em hardwares exóticos, como uma torradeira.
Além de uma campanha, Doom ainda conta com um modo multiplayer, algo extremamente raro na época do seu lançamento e, agora, esse modo conta com o bot mais mortífero da história. Desenvolvido por dois estudantes da Carnegie Mellon University (Guillaume Lample e Devendra Chaplot), o bot usa a mesma rede neural que permitiu à DeepMind do Google aprender a jogar jogos de Atari sozinha.
Como você deve imaginar, programar uma inteligência artificial a aprender a jogar sozinha requer um monte de engenharia de software. Para que o bot, que recebeu o nome de Arnold, conseguisse aprender a jogar o game, os estudantes tiveram que programar tanto uma memória de curta duração quanto uma memória de longa duração. Para que a inteligência artificial não trapaceasse contra jogadores, ela só funciona, de fato, com a informação que é visível para o personagem, ou seja, ela não enxerga fora da tela nem tem acesso a dados do mapa, como as inteligências artificiais geralmente tem, para aumentar a fidelidade dela, e ela nem precisa disso no fim das contas.
Para aprender a jogar o jogo, Arnold demorou mais de 50 horas no processo de aprendizagem, e, no fim das contas, os estudantes tiveram que programar um acesso à API de Doom para quem o bot acelerasse um pouco o processo de aprendizado. Arnold ficou em segundo lugar numa competição de inteligências artificiais visuais (ou seja, que reagem apenas ao que aparece na tela), mas teve o maior número de mortes dentro do torneio.
Abaixo, vocês conferem um vídeo dele em ação, é impressionante:
Quer aprender mais sobre o processo de criação de Arnold? O artigo científico sobre a criação da inteligência artificial pode ser lido aqui.
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