The Last of Us – Por que Isaac traiu a FEDRA?

Isaac Dixon, personagem interpretado por Jeffrey Wright, é uma das figuras mais enigmáticas da segunda temporada de The Last of Us. No episódio 4, a série da HBO finalmente revela as origens de seu líder implacável, aprofundando a história de um personagem que, até então, havia sido apenas mencionado em fragmentos do jogo original. A sequência de abertura fria do episódio mostra o momento decisivo em que Isaac abandona suas raízes como soldado da FEDRA e se junta ao que viria a se tornar a W.L.F.

Isaac rompe com a FEDRA ao presenciar o abuso de poder

No início do episódio, Isaac aparece vestindo o uniforme da FEDRA, dentro de um caminhão blindado junto a outros soldados. Durante a viagem, os colegas de farda zombam da população civil, usando o termo “eleitores” como uma forma pejorativa de se referir aos cidadãos que perderam seus direitos democráticos. Isaac, silencioso, demonstra incômodo. O comentário o revela como alguém que, diferente dos demais, passou a questionar os abusos cometidos pela instituição que representa.

A tensão atinge o ápice quando o grupo é bloqueado por um ônibus escolar colocado por civis no meio da rua. Isaac se oferece para conversar com os manifestantes, mas o que se segue é uma traição violenta. Ao confirmar que os civis são liderados por uma mulher chamada Hanrahan, com quem já mantinha contato, ele lança granadas dentro do caminhão, trancando seus companheiros lá dentro e matando todos em uma explosão brutal. A cena evidencia sua ruptura definitiva com a FEDRA e seu compromisso com a insurgência.

A fundação do W.L.F. e a ascensão de Isaac ao poder

Os civis liderados por Hanrahan representavam o embrião da futura W.L.F. Ao assassinar os soldados da FEDRA, Isaac provou sua lealdade ao movimento. Nos anos seguintes, ele ascendeu rapidamente dentro da organização, até se tornar seu líder máximo. No presente da narrativa, Isaac comanda os Lobos em uma guerra sangrenta contra os Serafitas, mantendo uma postura tão rígida quanto à da federação que combateu.

A ironia se impõe de forma trágica: Isaac destruiu a FEDRA para criar um sistema menos opressor, mas a liderança que estabelece reflete o mesmo autoritarismo que ele tanto condenava. O ciclo de violência, tema central da segunda temporada, se repete com novos rostos e bandeiras.

Um soldado poupado mostra a falência do ideal

Antes de executar o ataque contra os colegas de farda, Isaac convida um jovem soldado a descer com ele do caminhão. Esse recruta, ainda ingênuo e sem o cinismo dos veteranos, desconhecia até mesmo o significado do termo “eleitores”. Isaac enxerga nele a chance de moldar um novo tipo de combatente, livre da corrupção da FEDRA. O gesto, à primeira vista nobre, revela-se ilusório conforme o episódio avança.

Durante uma cena de tortura de um Serafita, o mesmo soldado observa os gritos com prazer, sorrindo quando Isaac executa o prisioneiro. A promessa de regeneração se transforma em repetição da barbárie. O jovem não escapou da corrupção, apenas foi seduzido por uma nova forma dela.

O ciclo da opressão e a crítica à natureza do poder

A história de Isaac em The Last of Us é um espelho da própria série. Ao mostrar como um idealista se transforma em tirano, a série reforça sua mensagem sobre a natureza cíclica da violência e da opressão. Isaac traiu a FEDRA para libertar o povo, mas acabou reproduzindo os mesmos métodos de controle e brutalidade.

Sobre a série

Com direção de Craig Mazin e Neil Druckmann, The Last of Us adaptada o aclamado jogo desenvolvido pela Naughty Dog. Se passando 20 anos depois que uma pandemia devastou a sociedade como conhecemos, a história acompanha a jornada do sobrevivente Joel e da jovem Ellie, interpretados respectivamente por Pedro Pascal e Bella Ramsey.

The Last of Us está disponível na HBO Max.

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