O encerramento da segunda temporada de The Last of Us pela HBO provocou reações polarizadas entre os fãs. Após uma primeira temporada amplamente aclamada, a nova leva de episódios enfrentou o desafio de adaptar um material originalmente polêmico: o segundo jogo da franquia, The Last of Us Part II. Com mudanças relevantes na narrativa e a ausência de um de seus protagonistas, o final deixou parte do público frustrado e outra parte intrigada.
A morte de Joel e o impacto na temporada
Joel, personagem interpretado por Pedro Pascal, teve sua trajetória abruptamente encerrada já no segundo episódio da nova temporada. A escolha, fiel ao jogo, foi corajosa, mas custosa. Muitos espectadores se conectaram à série por meio do carisma e da força de Joel, e sua morte precoce gerou uma queda de engajamento e dividiu opiniões. Com sua ausência, a responsabilidade narrativa recaiu quase inteiramente sobre Ellie, vivida por Bella Ramsey. Apesar da qualidade da atuação de Ramsey, a ausência de Pascal criou um vácuo difícil de preencher.
Um final em aberto que exigirá paciência
A decisão de encerrar a temporada com um gancho dramático entre Ellie e Abby reacendeu debates intensos nas redes sociais. Enquanto nos videogames é possível seguir imediatamente após um momento de tensão, no formato televisivo os fãs terão de esperar, possivelmente por dois anos, para retomar a história.
Além disso, os espectadores ainda precisarão encarar a possibilidade de que a terceira temporada seja contada majoritariamente pela perspectiva de Abby, o que pode aumentar ainda mais a frustração de quem esperava resoluções imediatas para os conflitos envolvendo Ellie.
Mudanças no roteiro em relação ao jogo incomodaram parte do público
Como ocorre em qualquer adaptação, alterações no roteiro original são esperadas. No entanto, algumas escolhas específicas da série não foram bem recebidas pelos fãs mais ligados à versão dos games.
Um grande exemplo disso ocorreu no último episódio, quando Ellie é capturada e quase morta pelos Serafitas. Para muitos, além dessa sequência “roubar” um momento muito parecido que provavelmente acontecerá com Abby, ela não acrescenta camadas significativas à trama e, pelo contrário, prejudica o ritmo do episódio e a coerência com o material original.
A origem da controvérsia: o próprio jogo já era divisivo
The Last of Us Part II sempre foi um título que dividiu opiniões. Muitos fãs se incomodaram com a narrativa ousada, a troca de protagonistas e o destino trágico de personagens queridos. Trazer essa história para a televisão, com suas próprias adaptações, era uma missão arriscada desde o início.
A adaptação da HBO não apenas manteve os elementos mais polêmicos, como também fez alterações que, em alguns casos, acentuaram o desconforto de parte da audiência. Ainda assim, para os defensores da segunda temporada, essas mudanças foram necessárias para traduzir de forma eficaz os dilemas morais e emocionais dos personagens no formato televisivo.
A ausência de Joel permanece como ponto sensível
É inevitável reconhecer que a ausência de Pedro Pascal deixou uma lacuna emocional para o público. Mesmo com o avanço narrativo centrado em Ellie e novas figuras como Abby, muitos espectadores não superaram o afastamento do personagem que foi a âncora emocional da primeira temporada. Isso se reflete nas avaliações da temporada: enquanto o final da primeira obteve nota 9/10 no IMDb, o da segunda amarga um 6.6/10. No Rotten Tomatoes, a avaliação do público também despencou para 39%.
Entre riscos narrativos e fidelidade emocional, o futuro da série está em jogo
O segundo ano de The Last of Us consolidou-se como uma temporada corajosa, porém arriscada. A decisão de se manter fiel ao jogo e ao mesmo tempo tomar liberdades criativas gerou debates acalorados e dividiu a base de fãs. Ainda que muitos reconheçam a qualidade técnica da produção, as mudanças no enredo e o final em aberto colaboraram para um encerramento que dificilmente seria consensual.
Sobre a série
Com direção de Craig Mazin e Neil Druckmann, The Last of Us adaptada o aclamado jogo desenvolvido pela Naughty Dog. Se passando 20 anos depois que uma pandemia devastou a sociedade como conhecemos, a história acompanha a jornada do sobrevivente Joel e da jovem Ellie, interpretados respectivamente por Pedro Pascal e Bella Ramsey.
The Last of Us está disponível na HBO Max.
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