Ellie, a jovem protagonista interpretada por Bella Ramsey, é o centro de uma das maiores perguntas que movimentam a trama de The Last of Us: por que ela não se transforma após ser mordida pelos infectados? A aparente imunidade da personagem à infecção pelo fungo Cordyceps a torna uma figura crucial em um mundo pós-apocalíptico devastado — e sua condição ainda levanta mais dúvidas do que certezas.
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Ellie: a garota que não sucumbiu ao fungo
Logo no primeiro episódio da série da HBO, a imunidade de Ellie é revelada de forma impactante. Após ser detida por um agente da FEDRA, o scanner acusa a presença do fungo em seu organismo. Porém, ao contrário do esperado, Ellie não apresenta os sinais de transformação comuns que ocorrem entre 24 e 48 horas após a infecção. Ela afirma ter sido mordida há mais de três semanas e, ainda assim, permanece lúcida e saudável.
Esse momento é determinante para Joel e Tess, que decidem levá-la aos Vaga-lumes. É também o ponto de partida para o mistério central da história: por que Ellie é diferente?
A infecção está lá — mas de forma diferente
Embora Ellie carregue o fungo em seu corpo, a infecção não se desenvolve da mesma maneira. Quando mostra a cicatriz da mordida, é possível ver que há marcas da infecção se espalhando sob a pele, mas sem que ela perca sua consciência ou humanidade. Isso indica que o Cordyceps está presente, mas não afeta seu cérebro como acontece com os demais infectados.
Essa condição única a torna uma esperança para o futuro da humanidade e explica por que os Vaga-lumes estão dispostos a fazer qualquer coisa para protegê-la — e, eventualmente, estudá-la.
A origem da imunidade: um nascimento incomum
A primeira temporada da série só revela a possível origem da imunidade de Ellie no episódio final. Em um flashback, vemos sua mãe, Anna, sendo atacada por um infectado no exato momento do parto. A mordida ocorre instantes antes do nascimento, o que sugere que Ellie teve contato com o fungo enquanto ainda estava no útero.
Embora não haja uma explicação científica clara, o momento indica que esse contato precoce com o Cordyceps pode ter permitido ao organismo de Ellie desenvolver uma resistência natural. É uma possibilidade que se encaixa no universo da série, onde a ciência e o acaso se misturam em meio ao colapso da civilização.
A importância de Ellie para os Vaga-lumes
Com a humanidade reduzida a pequenos núcleos em zonas de quarentena, os Vaga-lumes enxergam em Ellie a chance de virar a maré contra o fungo. Marlene, líder da facção em Boston, acredita que através dela é possível desenvolver uma cura, mesmo sabendo que isso custaria a vida da garota.
É essa convicção que leva Ellie até Salt Lake City, onde os Vaga-lumes possuem uma base equipada para realizar a cirurgia. Joel, ao descobrir que Ellie morreria durante o procedimento, toma a decisão mais controversa da série: mata os médicos e resgata a jovem antes que a operação aconteça. Nesse momento, a esperança de cura é deixada de lado em nome de um laço afetivo profundo.
Imunidade: mais símbolo do que explicação científica
A série nunca se propõe a oferecer uma resposta definitiva sobre a imunidade de Ellie. E talvez isso nem seja necessário. A condição da personagem funciona mais como um motor narrativo do que como um mistério científico a ser resolvido.
O foco está, sobretudo, no relacionamento entre Joel e Ellie, moldado ao longo da temporada por perdas, traumas e redenção. Ellie aceita o risco de morrer se isso significar salvar a humanidade, enquanto Joel, incapaz de suportar a ideia de perder mais uma filha, escolhe salvá-la — ainda que isso signifique mentir para ela sobre o que aconteceu.
Com direção de Craig Mazin e Neil Druckmann, The Last of Us adaptada o aclamado jogo desenvolvido pela Naughty Dog. Se passando 20 anos depois que uma pandemia devastou a sociedade como conhecemos, a história acompanha a jornada do sobrevivente Joel e da jovem Ellie, interpretados respectivamente por Pedro Pascal e Bella Ramsey.
The Last of Us está disponível na HBO Max.
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