Fala moçada, beleza? Demorei pra escrever mais um texto da série Tirando o Mofo por que tava cheio de trabalho e ainda por cima, perdi um rascunho inteiro de bobeira. Enfim, dessa vez to de volta pra falar sobre um jogo que me marcou demais pelo fato de ter trazido uma série de inovações e uma proposta de jogabilidade que até então, eu nunca tinha visto.
A primeira vez que vi alguma coisa sobre Fable foi em um artigo do gamespot que anunciava um jogo inovador para Xbox. O que mais me chamou a atenção foi a promessa de que todas as decisões que você tomasse durante o jogo, te afetariam diretamente durante mudando inclusive, a aparência do personagem e algumas atitudes que ele poderia tomar durante o gameplay. A desenvolvedora do jogo tinha um nome esquisito que eu nunca tinha ouvido falar, exceto quando tinha visto um artigo falando sobre outro jogo onde você podia escolher entre ser bom ou mal, e alem disso, controlar um macaco gigante. Mal sabia eu, que anos mais tarde admiraria tanto o trabalho da Lionhead, justamente por seus títulos épicos que davam ao jogador, a possibilidade de escolher o próprio destino.
Na época eu não tinha um acesso muito constante a internet e ficava sabendo das coisas quando ia na casa de alguma amigo que tinha ADSL, o que na época era uma baita tecnologia avançada do caramba. Pior que isso, só o tempo que levou pra que eu finalmente botasse as minhas mãos no jogo, pois o Fable original saiu em 2004 pra Xbox enquanto a versão “The Lost Chapters”, um pouco mais completa e que rodaria também nos PC’s saiu só um ano mais tarde. Mesmo assim, eu só consegui me aventurar no game na metade de 2007, quando finalmente consegui juntar dinheiro pra comprar uma placa de vídeo boa o suficiente pra rodar alguma coisa.
Entre trancos e barracos, Fable me deixou de boca aberta. Lembro-me como fiquei pensando do por que mais jogos não se baseavam no mesmo estilo, por que as histórias dos outros jogos não te permitiam fazer escolhas da mesma forma e por que diabos não era possível personalizar o seu personagem nos outros jogos, como você fazia em Fable. Claro, hoje tudo isso já pode até ser considerado meio “batido”, mas pra um jogo que saiu numa época em que ainda existiam muitos títulos de RPG onde a armadura aparecia vestida no personagem, isso era uma grande coisa.
Na realidade, o jogo te da um personagem “semi-pronto”, pois você começa com uma criança, um legado e um graveto. Depois disso meu amigo, você é quem vai decidir todos os passo dos personagem. Se ele vai ser fortão ou extremamente rápido, se vai dominar a arte da magia ou descer a machadada, se vai usar barba longa ou roupa de mulher, tudo isso é decisão sua e te afeta de alguma forma durante o gameplay.
Tem também o desenrolar da história que é simplesmente épico. Eu me sentia no meio de algum filme ou coisa parecida, pois a história me fazia querer jogar cada vez mais pra descobrir o que aconteceria, e qual seria o desfecho da fábula do protagonista. Mesmo quando eu não estava fazendo alguma quest pertencente a história principal, acabava me envolvendo com alguma outra aventura tão legal quanto. Uma das que mais me marcaram no jogo foi com certeza aquela onde você tem que desvendar um mistério envolvendo pessoas desaparecidas, sangue e bizarrices. No final, descobre-se tratava-se de um lobisomem e uma batalha épica acontece em meio as florestas.
Eu queria me aprofundar mais na história do jogo, falar mais das decisões que tomei e contar sobre todas as coisas que vi e achei bacana, mas não poderia fazer isso sem dar algum spoiler desnecessário, portanto, só vou aconselhar aos que ainda não tiveram a oportunidade de jogar esse excelente título da Lionhead a comprar o remake do jogo para Xbox 360 – que saiu na semana passada, inclusive -, ou ainda tentar adquirir a versão original pra PC mesmo, que vale a pena.
Só mais uma coisa que acho importante dizer: os títulos mais recentes da franquia não são tão bons assim! Por mais que eu tenha gostado de Fable 2 -e confesso que resolvi dar uma chance a Fable 3 somente essa semana -, muitos sites especializados e fãs inveterados da franquia alegam que nenhum deles conseguiu manter a qualidade do primeiro jogo. O jeito portanto, é aguardar que um dia a Lionhead decida lançar Fable 4, e que este sim traga de volta as raízes que impressionaram tanto, ainda lá na geração passada.
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