Fala, galera, tudo bom com vocês? 2014 começou e vamos a mais um episódio do Memória gamer, aquela série onde eu conto momentos que me marcaram durante a minha vida nos games. Esse é o nosso terceiro capítulo.
Essa série obviamente vai ser lotada de spoilers, então, caso você não tenha jogado o jogo em questão, leia por conta e risco, afinal, não tem como contar uma história sem contar a história de fato, certo?
A vida certamente não tem sido fácil nesses últimos 20 anos para Joel. Após perder sua filha e todos os amigos, e tendo que fazer coisas das quais ele preferia nem lembrar para sobreviver, tudo parecia finalmente estar mudando, e graças a um roubo.
Tudo começou alguns meses antes, quando ele e Tess foram cobrar uma dívida. O patife que estava devendo para eles obviamente não tinha o armamento combinado, ele havia os vendido para os Vagalumes, uma resistência que prometia livrar os americanos das garras do exército.
Livrar para que? Para morrer lá fora lutando contra bestas que um dia foram nossos irmãos? Ele nem sabia se isso realmente valia a pena. Na verdade, para ele tudo aquilo não importava nem um pouco, apenas a sua própria sobrevivência.
Joel e Tess foram atrás dos Vagalumes para reaver suas armas, e acabaram aceitando um trabalho que, a princípio, Joel odiou, por colocar não um dedo, mas um punho inteiro em uma ferida que nunca havia cicatrizado, no máximo parado de doer. Ela fazia ele lembrar de sua filha, Sarah, que foi morta no começo disso tudo por um soldado que não fazia nada além de cumprir ordens.
A cada instante com ela, Joel lembrava-se de sua filha. As duas não tinham a mesma idade, mas Joel projetava nela pensamentos. Como ela seria se estivesse viva? Talvez tenha sido melhor Sarah morrer, afinal, pelo menos ela foi poupada de todo esse sofrimento que a humanidade passou. Pior, talvez ela tivesse morrido de uma maneira muito mais cruel do que com simples tiros. Ela poderia estar andando por aí como uma dessas coisas.
Como a vida não poderia deixar de ser cruel, logo eles acabaram perdendo Tess, que foi mordida protegendo a ela e a essa garota daquelas criaturas. Joel estava fadado a perder tudo mesmo, mas ele estava decidido a continuar lutando. Pelo que exatamente, ele não sabia, talvez fosse apenas vontade de não morrer ainda.
Os meses foram passando, e as feridas de Joel finalmente começaram a sarar. Ele começava a se divertir com aquela garota que o irritava a cada momento, a cada besteira que ela fazia. Ele finalmente estava começando a amar aquela garota, e parecia que a vida dela também estava melhorando, quando tudo aquilo aconteceu.
A primeira frustração foi descobrir que os pesquisadores da universidade haviam fugido e abandonado a pesquisa por uma cura. Parecia que a humanidade estava condenada a enfrentar aquelas coisas até o fim dos seus dias. Pior, antes deles finalmente conseguirem fugir, Joel acaba se ferindo gravemente. Ele está quase morto e, se não fosse por ela, ele provavelmente teria morrido, mas agora ele tinha alguém por quem lutar.
A garota cuidou de Joel pelo inverno inteiro enquanto a ferida dele piorava e melhorava. Mas ela precisava de antibióticos, e para consegui-los, acabou revelando a posição dela e de Joel a irmãos e amigos do mesmo bando que eles haviam exterminado no hospital.
Quando tudo parecia que ia acabar, ela e Joel tiraram forças de onde não tinham para resistir. A garota mostrou que era mais forte do que uma centena de homens juntos, ao colocar o acampamento abaixo praticamente sozinha. A pena para isso, entretanto, era pesada, e David, líder do grupo, estava pronto para executar as consequências.
O que aconteceu dentro daquele refeitório era desconhecido por Joel até hoje. Ele só sabia que havia encontrado ela em cima dele, descarregando um facão com toda força no corpo inerte de David. O que quer que ele tenha feito, ou tentado fazer, havia a deixado dessa maneira, e colocado mais uma ferida dentro de uma jovem cheia delas.
Os dois continuaram sua jornada, meio mortos, muito feridos por dentro, e ela parecia deprimida, sem vontade de viver. Quando tudo estava por um fio, a natureza, aquela entidade que todos nós volta e meia esquecemos, deu o remédio que eles precisavam. Esperança. Em forma de girafas, com pescoços gigantes. Não foi a primeira vez que eles encontraram girafas durante a jornada. Em todas elas, uma criança estava envolvida. Crianças significam esperança, significam uma segunda chance de corrigir os erros, das feridas sararem. E foi assim que eles tiraram forças de onde até então não tinham para seguir em frente, para lutar por mais um dia.
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