Fala, galera, tudo bom com vocês? Vamos dar sequência hoje ao Memória gamer, aquela série nova do site onde eu conto um momento que eu achei marcante durante a minha vida gamer. Espero que vocês gostem desse segundo capítulo.
Essa série obviamente vai ser lotada de spoilers, então, caso você não tenha jogado o jogo em questão, leia por conta e risco, afinal, não tem como contar uma história sem contar a história de fato, certo?
Nossa história de hoje começa lá em 2011, quando eu decidi que ia jogar Dead Space 1 pois o 2 estava para sair e eu lembrava que essa série realmente merecia a minha atenção. O problema é que na época eu só conseguia jogar de madrugada, no escuro do meu quarto, só com os fones de ouvido. Vocês já imaginam como essa história termina.
Em Dead Space, eu vivi um episódio muito marcante da vida de Isaac Clarke, um engenheiro que acaba se metendo num lugar onde ele não tinha a mínima chance de sobrevivência, mas que, de alguma maneira, ele conseguiu. Tudo começou com um chamado de emergência, de uma estação mineradora que precisava de reparos.
Ele, Isaac, ia até lá por outro motivo, por ela: Nicole, o seu amor. Isaac havia encorajado Nicole a aceitar aquele trabalho na mineradora, falando que seria muito bom pra ela. Ele não conseguia parar de pensar nela, se ela estava bem, se ela estava enfrentando problemas ou o quê.
Tudo o que ele tinha dela era uma gravação, falando sobre como ela gostaria de poder falar com ele, dizendo que não sabia o que estava acontecendo lá, pedindo desculpas por tudo… Algo estava errado.
A viagem até lá foi tranquila, exceto pela chegada, quando a nave que Isaac e seus companheiros estavam tripulando havia sido atraída por um campo magnético da estação, que os forçou a fazer um pouso de emergência e destruir completamente o veículo na chegada. Não restava opção senão entrar na estação e ver o que estava acontecendo. Pra quê?
A calma acabou logo em seguida, quando monstros alienígenas, que mais pareciam versões endiabradas de zumbis, atacaram Isaac e seus companheiros. Quem poderia imaginar que isso iria acontecer? Isaac não pensou duas vezes e correu pela vida dele, deixando os companheiros lá. Na cabeça dele, ele tinha apenas uma pessoa: Nicole. Como ela estaria agora? Como diabos ela teria sobrevivido a aquilo?
Isaac continuou com essas indagações na cabeça por muito tempo dentro da estação, mas ele tinha que sobreviver. Antes de mais nada, Isaac tinha que dar um jeito de sobreviver a tudo aquilo, por ela, para que eles voltassem a se reencontrar.
Durante esses acontecimentos, Isaac encontrou mais algumas gravações de outros sobreviventes e de pessoas que acabaram perecendo dentro da estação. Dentre elas, Isaac encontrou mensagens de Nicole, falando sobre como todo mundo estava enlouquecendo, e como ela se sentia incapaz diante daquilo tudo. Pobre Nicole, Isaac não conseguia acreditar que ela tinha passado por tudo aquilo sem ele, sem que ele pudesse fazer nada por ela, e aquilo estava o corroendo por dentro.
Isaac conseguiu sobreviver a tudo que aquela estação maldita jogou na cabeça dele, apenas para encontrar-se com Nicole de novo… Até que ele descobriu. Nicole já estava morta, desde antes dele ter chegado à estação. Ela havia se suicidado para não ser morta por um daqueles monstros, para não se tornar um deles. E Isaac sabia disso, sabia?
Nosso protagonista ficou tão abalado com a mensagem suicida de Nicole e assistiu tantas vezes a ela que acabou esquecendo dessa parte, deletando ela. Ele se esforçou para sobreviver por nada, por ninguém. No fim, tudo era culpa dele, do artefato que havia matado Nicole, e o feito acreditar que ela ainda estava viva. O choque ao descobrir aquilo e a raiva, foram tão grandes, que Isaac tirou forças de onde não tinha para continuar sobrevivendo e para tentar dar um fim a tudo aquilo, para que ninguém mais sofresse o que ele e os outros tripulantes daquela estação haviam sofrido. Pena que foi tudo em vão.
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