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Afinal, o que as pessoas querem num jogo?

Fala, galera, tudo bom com vocês? Hoje eu decidi não fazer uma lista de nada e sim conversar com vocês um pouco mais sobre uma pergunta que todo mundo devia se fazer após Flappy Bird ter explodido e virado um viral gigantesco: o que as pessoas querem jogar? Por que eu estou fazendo essa pergunta? Porque, aparentemente, ninguém realmente sabe, e Flappy Bird está aí para provar isso.

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Pare e pense um pouco comigo, Flappy Bird é um jogo ridiculamente simples, viciante pra cacete e bem difícil. O seu criador, Dong Nguyen, deve ter gasto no máximo uma semana criando o protótipo inicial do jogo, trabalho esse que foi regiamente recompensado, ganhando uma MegaSena por mês praticamente, enquanto outros jogos que receberam muito mais cuidados e muito mais investimento continuam andando de lado no AppStore. O que os outros desenvolvedores não sacaram que Dong sacou?

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Antes de mais nada, não vamos deixar de concordar que ele foi um sortudo do caramba. É difícil demais entrar para o círculo da fama, mas depois de entrar, é mais difícil ainda sair, para o bem e para o mal e, por mais que a televisão do domingo esteja aí para nos provar o contrário, para tornar-se famoso, é preciso que as pessoas gostem de você e se identifiquem de alguma maneira com o que você fez. Pode não ser bom para você, mas é bom o suficiente para quem gostou.

Dito isso, o que diabos Flappy Bird tem de especial? Eu arrisco dizer que quase nada, exceto que o jogo é difícil. Ele combina de maneira muito bem executada dois componentes chaves para jogos de sucesso no telefone: ele é simples e ele é desafiador. Pegue meia dúzia de jogos que fazem sucesso há tempo no celular e tente separar o que eles têm em comum, geralmente são essas duas características e não gráficos bem feitos ou uma trilha sonora linda.

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Angry Birds, Doodle Jump, Candy Crush, Canabalt, Flappy Bird etc, todos esses jogos são simples de serem jogados e te desafiam a jogar mais e mais para provar para os outros, e para si mesmo, que você pode fazer mais e melhor. Por mais repetitivo que seja, e a simplicidade é algo que exige isso num certo grau, é preciso desafiar o jogador a ser cada vez melhor, mesmo que seja numa tarefa estúpida como não dar de cara num cano.

Muitos jogos complexos e com orçamentos gigantescos também têm isso. Se você parar para pensar, Call of Duty não é tão complexo assim, é andar e atirar, além de competir com outras pessoas. Por que o jogo fatura bilhões todo ano? Por isso, porque é algo que faz você voltar ao título constantemente, por mais que você praticamente esteja comprando o mesmo produto todo ano.

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A reação ao clássico instantâneo Flappy Bird foi bem diversa, indo de raiva a si mesmo por não ter pensado em algo tão idiota de simples a raiva contra o criador, afinal, o cara tá podre de rico com um jogo onde ele usou imagens de Super Mario World para criar, mas eu nem quero entrar nesse ponto, a única lição que eu quero que você tire daqui, e nem precisa ser apenas para jogos de videogame, mas para produtos em geral também, é essa: seja simples e faça as pessoas se envolverem desafiando-as a serem cada vez melhor. É isso que as pessoas querem, ainda mais num telefone, onde você até pode jogar bastante, mas em curtos intervalos.

Ah, e um pouquinho de sorte para acertar na loteria também ajuda.

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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.