Você já se sentiu tanta vontade de terminar um livro que não largava o dito cujo nem na hora de tomar banho? Já devorou páginas e páginas em pouquíssimo tempo só pra saber finalmente o que vai acontecer no desfexo daquela situação toda? Pois é, tem muita gente que sente coisa muito parecida quando esta jogando.
Ultimamente estamos sendo agraciados com jogos que possuem enredo bastante conciso, coerente e dignos dos melhores best-sellers do New York Times, tanto é que alguns já até ganharam edições com histórias complementares, como é o caso da série Assassin’s Creed, Battlefield e World of Warcraft.
Mas e se fizessemos o caminho inverso? Quais seriam os livros que você gostaria de ver como jogo na tela do seu console/PC? Abaixo segue as minhas sugestões:
5. Carlos Ruiz Zafón – A Sombra do Vento
Digo sem medo que este é com certeza um dos melhores livros que já li. Apesar de sentir um clima um tanto quanto depressivo no decorrer da leitura, em alguns momentos eu me pegava tão envolto na história que me sentia como se eu fosse o protagonista e como se o peso das decisões dele estivessem refletindo diretamente na minha vida, o que dava um certo alívio no momento em que eu fechava o livro.
Esse tipo de sensação é muito parecida com a que eu senti jogando Heavy Rain. Alem do clima tenso e misterioso, as duas histórias possuem similaridades com seus protagonistas que com o passar do tempo sofrem mudanças e tem de tomar decisões importantes, capazes de mudar o destino de entes queridos ou pessoas importantes.
Se a Quantic Dream um dia resolvesse se aventurar nas aventuras de Julian Carax e do menino e Daniel Sempere, eu com certeza seria um dos mais entusiasmados com a ideia mesmo que a desenvolvedora se desse ao direito de alterar os rumos da história de acordo com as decisões do jogador, afinal de contas o jogo não teria graça se possibilitasse somente que as situações já expostas no livro estivessem disponíveis. Dessa forma o jogo seria na verdade, um filme interativo ao invés de um game propriamente dito.
4. Stephen King – A Torre Negra
Talvez a saga do pistoleiro que perseguia o homem de preto seja grande de mais pra se resumir há apenas um título, mas convenhamos que material suficiente pra criação de um jogo, não falta.
Na verdade, até hoje eu me pergunto por que diabos ninguém foi capaz de transformar a epopéia de Roland em um filme digno dsa grandes produções hollywoodianas, mas ai eu lembro que o tio King é bem capaz de querer bancar o diretor novamente, e pensando bem, se for assim, melhor deixar quieto.
Mas voltando ao tema principal, a saga da Torre Negra tem de tudo: ação, mistério, viagem no tempo e entre dimensões, terror, tensão, morte, monstros estranhos, sangue e um ambiente pós apocaliptico. O livro é quase uma mistura de Fallout com The Shinning pra ser mais específico.
Particularmente, acredito que um bom jogo pra iniciar uma franquia deveria ser baseados no segundo livro da saga, “A escolha dos três”. As situações em que o pistoleiro se coloca nesse livro são tão tensas que eu simplesmente não conseguia fechar o livro pra dormir até descobrir o que diabos ia acontecer a seguir. Se não bastasse isso, quando você achava que tudo estava se encaminhando para o final, mas alguma coisa acontecia e mais reviravoltas te faziam devorar mais páginas até a exaustão.
Um jogo que te colocasse na pela de Roland, Eddie Dean ou Odetta Holmes e que apresentasse os objetivos que já foram mostrados no livro já estaria de bom tamanho, afinal de contas teria tanta coisa pra se preocupar que seria impossível de o jogo ficar monótono, alem é claro do desafio de ter completar tudo a tempo de fugir das lagostas gigantes. Sensacional.
3. Douglas Adams – O Guia do Mochileiro das Galáxias
Bastava um jogo similar a 2048, mas com o objetivo de se chegar somente a 42, e ai esta a fórmula do sucesso. Brincadeiras a parte, o Guia do Mochileiro das Galáxias é outro título que com certeza permitiria a criação de jogos incríveis!
O livro não tem o guia como protagonista, e sim Arthur Dent, um humano inglês que acaba descobrindo a existência de vida alienígena no mesmo dia em que a Terra recebe ordem de demolição. Somente ai é que começasse a falar do tal guia e do seus editores malucos capazes de dar as melhores dicas sobre sobrevivência interplanetária do universo.
A história tem uma pegada bem cômica e até satiriza a humanidade como um todo em algum momentos da narrativa, mas a minha proposta para o jogo é algo um tanto quanto mais sério. Você era um editor do Guia do Mochileiro das Galáxias enviado a um remoto planeta em uma longínqua galáxia com um único objetivo: descobrir como sobreviver àquele ambiente hostil acompanhando somente de um cantil, do guia e é claro, da sua inseparável toalha. O que me vem a cabeça seria algo próximo a experiência vista no promissor The Forrest, mas ao invés do guia do avião, acho que você já sabe o que deveria ter em mãos.
As situações de perigo podiam ficar a cargo de alienígenas canibais, ou sequestradores intergaláticos, sei lá. Mas eu realmente acho que esse seria um bom jogo, né?
2. Conn Iggulden – O Conquistador
Conn Iggulden ficou famoso após escrever livros contando a história do imperador romano Júlio César -não era o jogador do flamengo, nem o goleiro da seleção-. Após alcançar o sucesso com esse trabalho, o cara simplesmente resolveu se mudar pra mongólia e pesquisar tudo sobre o conquistador mongol Temujin, ou para os mais chegados, o sanguinário Genghis Khan.
Temujin tem uma história impressionante, mas eu particularmente o adimiro mais como general do que como pessoa, afinal de contas eu não consigo gostar muito de uma pessoa responsável por tantos estupros quanto a quantidade de estrelas no céu, mas enfim. Dito isso, por que não deixar a Creative Assembly fazer mais um game da série Total War baseado no unificador das tribos mongóis? Afinal de contas nós já tivemos outros títulos baseados em impérios romanos, nipônicos e medievais, ta na hora de algo mais sanguinário, né?
1. J.R.R Tolkien – The Lord of the Rings
Ok, eu sei, eu sei, jogo baseado em senhor dos anéis não faltam, mas convenhamos que nenhum deles trata especifícamente da proposta do livro, certo? Então estamos dentro da proposta, ainda.
Eu sempre quis poder assumir o papel de Frodo na saga do anel. O desafio de carregar o fardo do poder de Sauron por toda a terra média até a sua destruição sempre me despertou calafrios no livro, e é mais ou menos isso que eu gostaria de poder vivenciar com o jogo.
Ter o controle de Frodo e Sam durante a sua viagem, tendo de coletar recursos necessários para sobreviver a tarefa, encontrar inimigos com os quais você devesse escolher entre fugir ou armar emboscadas e ter de se “negar” das artimanhas de Gollun realmente me parece ser algo bastante promissor para um game.
Eu sei que a ideia realmente precisa de mais tempo de projeto e tudo mais, mas eu acho que já dei aqui o início para algo bem bacana. Alô desenvolvedoras, fiquem a vontade para pegar a minha ideia e desenvolver um jogo bacana, só não esqueçam de me por nos créditos, por favor!
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Que outros jogos vocês acham que poderiam ser inspirados em livros? Deixem seus comentários!
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