Por que Red Blue é tão revolucionário entre os mangás shonen?

Red Blue está aos poucos conquistando seu espaço entre os fãs de mangás. Com novos capítulos sendo lançados regularmente, a obra vem ganhando destaque em plataformas como YouTube e TikTok, com diversos vídeos comentando seus temas e personagens. Mas o que torna esse hype tão especial é o foco central da história: lutas de MMA — algo raro dentro do universo shonen.

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Embora o gênero esteja repleto de títulos sobre lutas, como Hajime no Ippo, Baki e Kengan Ashura, Red Blue se diferencia ao subverter completamente as expectativas de um mangá shonen. E tudo começa pelo seu protagonista.

Aviso: Este artigo contém spoilers e se baseia em análises interpretativas da obra.

O que torna Red Blue tão único no cenário dos mangás shonen?

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Ao contrário de outras obras que transformam seus protagonistas em símbolos de esperança ou justiça, Red Blue quebra esse padrão de forma radical. O mangá apresenta Aoba Suzuki, um personagem que estaria mais próximo de um vilão em qualquer outra história shonen. Ele é frio, rancoroso e não tem nenhuma motivação nobre — seu único objetivo é derrotar Kenshin Akazawa.

A inversão entre herói e vilão

Kenshin Akazawa, por sua vez, seria o típico protagonista em qualquer outro título shonen. Ele tem talento natural, é otimista, esforçado e quer o bem de todos — características comuns a figuras como Naruto, Luffy e Ichigo. No entanto, em Red Blue, Kenshin é o rival. A história é contada sob a perspectiva de Aoba, o que cria uma inversão narrativa ousada e desconcertante.

Essa escolha muda completamente a maneira como o leitor interpreta os conflitos. Kenshin, apesar de positivo, é retratado como alguém que impõe sua visão de mundo aos outros, muitas vezes sem empatia. Sua bondade, normalmente vista como uma virtude, aqui é apresentada como um defeito que mascara traços narcisistas.

Aoba Suzuki: o “anti-protagonista” dos mangás de luta

Por que Red Blue é tão revolucionário entre os mangás shonen?

Enquanto a maioria dos protagonistas de mangás de luta são carismáticos, determinados e fisicamente excepcionais, Aoba é o oposto. Ele é introspectivo, não é atlético, e luta mais por rancor do que por superação pessoal.

Lutas realistas e dolorosas

Outro diferencial de Aoba é seu estilo de luta. Em vez dos famosos “strikers” que dominam o gênero — como Ippo em Hajime no Ippo ou Baki em Baki the Grappler — Aoba é um lutador de grappling. Suas batalhas são demoradas, desgastantes e nada espetaculares. Ele não tem força bruta, não causa grandes impactos, e cada vitória é conquistada com muita estratégia e esforço físico.

Essa abordagem mais realista não só torna o mangá mais pé no chão, mas também quebra o glamour do combate, tão presente em outras obras do gênero. Em vez de superações épicas, o leitor acompanha a dor, o desgaste e a mentalidade amarga de um protagonista que não quer salvar o mundo — ele só quer vencer seu rival.

Red Blue questiona os pilares do shonen clássico

Com sua abordagem subversiva, Red Blue levanta reflexões profundas sobre o próprio gênero shonen. Ele não só inverte os arquétipos clássicos como também questiona a eficácia de protagonistas excessivamente positivos, apontando suas falhas emocionais e falta de empatia.

Além disso, ao colocar um “anti-herói” no centro da trama, o mangá oferece uma nova experiência para leitores que procuram algo além da jornada tradicional do herói.

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Valteci Junior
Valteci Junior
Me chamo Valteci Junior, sou Editor-chefe do Critical Hits, formado em Jogos Digitais e escrevo sobre jogos e animes desde 2020. Desde pequeno sou apaixonado por jogos, tendo uma grande paixão por Hack and slash, Souls-Like e mais recentemente comecei a amar jogos de turno e JRPG de forma geral. Acompanho anime desde criancinha e é um sonho realizado trabalhar com duas das maiores paixões da minha vida.