A reta final de Chainsaw Man pode ter começado oficialmente com os eventos do capítulo 221. Yoru, a encarnação da Guerra, deu início a uma escalada de destruição inédita, utilizando estados inteiros dos Estados Unidos como armas. Com Oregon transformado em espada e Virgínia convertida em um “soco nuclear”, a personagem eliminou qualquer barreira entre combate simbólico e devastação total, elevando o conflito contra Pochita a um novo patamar.
Escalada de poder e o fim da lógica
No universo de Chainsaw Man, o desaparecimento de estados como Michigan e a conversão geográfica dos EUA em armamentos marcam uma nova fase de confronto, onde a escala tradicional da narrativa é descartada. Os ataques de Yoru não são mais individuais, mas sim globais, com efeitos que ameaçam até mesmo a estrutura do Inferno.
A explosão causada pela conversão de Virgínia, por exemplo, é retratada como algo capaz de abrir as portas do próprio mundo inferior. Fujimoto sugere que a destruição em massa vista aqui não é apenas mais um clímax, mas o ponto de ruptura final da história.
O apagamento da Morte cria um impasse
O aspecto mais sombrio deste novo arco é o fato de que a Morte foi devorada por Pochita. Isso transforma o conflito em uma “guerra segura”, onde nenhum dos lados pode morrer. A consequência é paradoxal: a ausência da morte intensifica o desespero, pois os ferimentos não matam, apenas perpetuam sofrimento.
Assim, o horror passa a ser existencial. As vítimas dos ataques nucleares não morrem, mas continuam mutiladas, presas em uma realidade sem alívio, sem fim e sem sentido.
Por que este é o início da guerra final?

A utilização de estados como munição e a ausência de limites para o poder de regeneração de Pochita são dois dos principais indícios de que Chainsaw Man está entrando em sua fase final. Se nenhum ataque é suficiente para matar, e o inimigo não pode mais ser destruído, o conceito de vitória desaparece. O campo de batalha se torna eterno.
Com os Quatro Cavaleiros e os demônios-armas já tendo enfrentado Pochita no Inferno, e com esses eventos retornando agora à superfície da Terra, tudo indica que estamos no último ciclo narrativo. O mundo está ruindo, e a própria ideia de finalidade está sendo questionada.
O que pode vir depois da devastação nuclear?
A pergunta que a obra levanta agora é: qual o sentido de uma guerra onde ninguém morre? A ausência da morte esvazia o propósito do conflito, tornando cada batalha uma repetição vazia. Ao mesmo tempo, isso coloca a narrativa em um lugar inédito dentro do gênero shonen, onde a progressão não visa mais superações, mas sim confrontar o próprio vazio.
Chainsaw Man está caminhando para uma conclusão onde o desfecho talvez não seja a vitória, mas o esgotamento. E isso, paradoxalmente, pode ser o maior impacto que a história causará.
Confira também:
Chainsaw Man é um anime e mangá que segue a história de Denji, um jovem que se torna um caçador de demônios ao se fundir com seu cachorro-demônio Pochita, tornando-se um híbrido com uma serra elétrica no lugar de um braço.
Denji é recrutado pela Agência de Segurança Pública de Caça a Demônios e se une a outros caçadores, incluindo a misteriosa e poderosa Makima, para lutar contra criaturas demoníacas e salvar a humanidade.
Você pode assistir à primeira temporada de Chainsaw Man no Crunchyroll. O mangá em que o anime é baseado está sendo publicado no Brasil pela Panini e você pode adquiri-lo aqui.

