Com o fim de Dragon Ball Daima, chegou o momento de avaliar se essa nova adição ao universo da franquia realmente fez jus ao seu legado. O anime chegou como parte das comemorações dos 40 anos do mangá de Akira Toriyama, levando Goku e o Supremo Kai para uma jornada inédita no Reino dos Demônios. Mais do que uma simples nova história, Daima acabou servindo como uma despedida para o lendário criador da saga, após seu falecimento no ano passado.
Apesar de inicialmente especulado como um projeto comemorativo, os bastidores revelaram que o anime não foi planejado como parte da celebração do aniversário da série. Ainda assim, ele trouxe uma sensação nostálgica misturada a ideias frescas, encaixando-se organicamente na linha do tempo da franquia. Mas, afinal, Dragon Ball Daima foi um bom anime? A resposta pode variar de acordo com o que cada fã espera de Dragon Ball, mas há um ponto inegável: sua existência por si só já o torna especial.
Um Início Promissor, Mas Um Ritmo Lento
A estreia de Daima foi grandiosa, com um episódio de longa duração que serviu como ponte entre os eventos de Dragon Ball Z e essa nova jornada. A série começou provocando curiosidade, mas logo apresentou um elemento que dividiu opiniões: a transformação de Goku e os outros personagens em crianças. Desde o anúncio do anime, essa mudança foi recebida com receio por parte dos fãs, mas o primeiro episódio conseguiu apresentar isso de forma bem estruturada, equilibrando nostalgia e novidade.
Entretanto, após essa abertura empolgante, o ritmo desacelerou bastante. Conforme Goku e seus aliados se aprofundavam no Reino dos Demônios, a narrativa assumiu um formato mais episódico, o que pode ter frustrado aqueles que esperavam por uma progressão mais ágil. Muitos fãs estavam acostumados com o estilo de Dragon Ball Super e, por isso, demoraram a se adaptar ao tom mais leve e aventureiro, que lembrava os primeiros anos de Dragon Ball e até elementos de GT – uma escolha claramente intencional da equipe criativa.
Em uma série de apenas 20 episódios, Daima demorou um tempo considerável para realmente engrenar. No entanto, quando a ação começava, as batalhas eram impactantes. O dilema estava justamente no equilíbrio entre essas duas abordagens: por um lado, os episódios mais leves tornavam os combates ainda mais grandiosos; por outro, a falta de lutas mais frequentes poderia ter deixado espaço para confrontos ainda mais memoráveis. O impacto de Daima dependia muito do que cada espectador buscava na franquia, mas é inegável que a série foi um verdadeiro “slow burn”, demorando a atingir seu ápice.
Mudanças na Linha do Tempo: Boas e Ruins
O grande destaque de Dragon Ball Daima não foram as lutas em si, mas as revelações que mudaram completamente o entendimento da franquia. A série se passa em um período pouco explorado na linha do tempo oficial, entre a derrota de Majin Buu e a chegada de Beerus e Whis. Isso significava que, enquanto grandes reviravoltas no enredo eram improváveis, havia bastante espaço para aprofundar o lore do universo.
E foi exatamente isso que aconteceu. Daima expandiu a mitologia do Reino dos Demônios e trouxe revelações surpreendentes: foi confirmado que os Namekuseijins são, na verdade, demônios (assim como qualquer ser com orelhas pontudas), o Reino dos Demônios foi responsável pela criação do multiverso e os Supremos Kais foram enviados para cada universo para supervisioná-lo. Além disso, descobriu-se que Majin Buu não foi criado por Bibidi, o que abriu a possibilidade de existirem outros Majins no futuro.
No entanto, esse desenvolvimento cuidadoso do lore foi jogado para o alto no terço final da série. De repente, Daima acelerou sua narrativa drasticamente, introduzindo revelações bombásticas sem a mesma construção que os primeiros episódios tiveram. Nesse ritmo acelerado, Goku desbloqueou oficialmente o Super Saiyajin 4, Vegeta revelou sua própria versão do Super Saiyajin 3, e tudo isso foi tratado como se já fosse parte da linha do tempo sem maiores explicações. Para um anime que se esforçou tanto para manter a coerência com os eventos de Dragon Ball Super, essa parte da história pareceu apressada e um pouco descuidada.
Um Final Que Não Convenceu Totalmente
Embora Dragon Ball Daima tenha trazido muitas ideias interessantes, seu final não teve o mesmo impacto que o começo. O ritmo inconsistente prejudicou a experiência, já que o anime investiu muito tempo em suas partes introdutórias e depois acelerou demais nos momentos decisivos. Se a narrativa tivesse sido mais equilibrada, com uma progressão mais fluida entre suas fases, a recepção poderia ter sido mais positiva.
Ainda assim, há algo que torna Daima especial: essa pode ter sido a última história nova escrita por Akira Toriyama. Mesmo com suas falhas, o anime representa um legado de quatro décadas de Dragon Ball, trazendo uma mistura de nostalgia, inovação e despedida. No final das contas, o simples fato de termos um novo capítulo na franquia já faz com que essa série valha a pena.
Sobre o anime
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Dragon Ball DAIMA é uma nova série de anime original produzida pela Toei Animation em comemoração ao 40º aniversário do mangá original de Akira Toriyama, Dragon Ball, que cresceu e se tornou a franquia popular mundial que conhecemos hoje.
Goku e seus amigos estavam vivendo tranquilamente, até que de repente ficaram pequenos devido a uma conspiração! Quando eles descobrem que a razão para isso pode estar em um mundo conhecido como “Reino Demoníaco”, um misterioso jovem Majin chamado Glorio aparece diante deles.
No post de hoje, comentamos sobre como Dragon Ball Daima faz outra correção na história de Dragon Ball Super.