O universo dos animes tem historicamente lidado mal com conteúdos relacionados à comunidade LGBTQ+, e Dragon Ball não é uma exceção. Apesar de raramente abordar o tema, a série original contém piadas que hoje podem ser vistas como homofóbicas, reflexo de seu contexto nos anos 1980. Porém, Dragon Ball Daima está trabalhando para mudar isso, e o episódio #6 introduziu uma nova abordagem, utilizando a mitologia dos Glinds, a raça demoníaca de Shin e os Kaioshins, para trazer uma representação positiva.
Essa inclusão é significativa, especialmente considerando o histórico problemático da franquia nesse assunto. Embora breve, é um passo importante para a representatividade LGBTQ+ em uma das maiores séries de anime do mundo.
Os Kaioshins como personagens LGBTQ+ em Dragon Ball Daima
No episódio #6, Shin detalha as origens dos Glinds. Durante uma conversa, Panzy pergunta a Shin sobre seus irmãos Degesu e Arinsu. Ele confirma o parentesco, mas menciona que, embora chame Arinsu de “irmã”, os Glinds tecnicamente não possuem gêneros definidos. Isso implica que os Kaioshins estão em algum ponto do espectro LGBTQ+, sugerindo que possam ser assexuais, fluidos de gênero ou não binários.
Essa não é a primeira vez que Dragon Ball aborda questões relacionadas à identidade de gênero. No arco Namekusei de Dragon Ball Z, os Namekuseijins foram estabelecidos como seres assexuados com aparência masculina. No entanto, essa revelação foi tratada de forma cômica, ao contrário dos comentários de Shin, que são apresentados de maneira mais séria em Dragon Ball Daima. Isso faz desta a primeira tentativa significativa da franquia em incluir conteúdo LGBTQ+ de forma respeitosa.
Redenção de Dragon Ball após representações negativas
A inclusão de representação LGBTQ+ em Dragon Ball Daima é uma reviravolta importante em relação às representações negativas do passado da franquia. Na saga da Red Ribbon Army, por exemplo, Bulma e Kuririn zombaram do General Blue por ser gay. Da mesma forma, no epílogo de Dragon Ball Z, Trunks enfrentou um oponente gay estereotipado no Torneio de Artes Marciais. Esses momentos, embora raros e fruto de sua época, permanecem como pontos de crítica à franquia.
A introdução de uma representação positiva com os Kaioshins em Dragon Ball Daima pode ser vista como um esforço para compensar esses erros do passado, intencionalmente ou não. É um sinal de que a franquia está evoluindo e tentando adaptar-se a um público mais diversificado e consciente.
A importância da representação LGBTQ+ em Dragon Ball
A inclusão de personagens LGBTQ+ em Dragon Ball Daima é significativa não apenas para a série, mas também para o impacto que pode ter no mundo dos animes. Dragon Ball é uma das maiores franquias de anime de todos os tempos, com um alcance global que toca milhões de pessoas. Ver uma obra desse porte incluir representação LGBTQ+ é um marco que pode influenciar outras produções a fazer o mesmo.
Embora a inclusão de personagens LGBTQ+ em animes ainda seja lenta, especialmente fora de gêneros específicos como yaoi e yuri, Dragon Ball Daima mostra que passos podem ser dados mesmo em franquias consagradas. Mesmo sendo um pequeno avanço, essa representação é um ponto positivo para a inclusão no universo dos animes e reforça a relevância de Dragon Ball Daima como uma série especial e inovadora dentro da franquia.
Sobre o anime
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Dragon Ball DAIMA é uma nova série de anime original produzida pela Toei Animation em comemoração ao 40º aniversário do mangá original de Akira Toriyama, Dragon Ball, que cresceu e se tornou a franquia popular mundial que conhecemos hoje.
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