A chegada da TV 3.0 no Brasil promete revolucionar a forma como assistimos televisão aberta, trazendo recursos inéditos como alta resolução 4K e 8K, som imersivo e interatividade avançada. Embora esses avanços empolguem, eles também geram dúvidas sobre a compatibilidade com as televisões atuais e sobre a necessidade de investir em novos aparelhos ou adaptadores.
Com previsão de implantação para 2026, a TV 3.0 já tem um decreto do governo em andamento, que deve regulamentar a transição para o novo padrão. Esse documento detalha como será feita a mudança e quais medidas serão tomadas para incluir todos os brasileiros nessa evolução tecnológica, sem deixar ninguém para trás. Mas afinal, será preciso trocar de televisão para aproveitar a nova tecnologia? A seguir, entenda como tudo vai funcionar.
Como será a implantação da TV 3.0 no Brasil
O decreto elaborado pelo Ministério das Comunicações define que o novo padrão seguirá o modelo americano ATSC 3.0, chamado aqui de DTV+, que combina transmissão terrestre gratuita com recursos integrados à internet. Embora já tenha sido enviado à Casa Civil no fim de 2024, a aprovação ainda depende de ajustes orçamentários e logísticos, especialmente para garantir que as famílias de baixa renda recebam adaptadores gratuitos.
A previsão do governo é iniciar as transmissões com o novo sistema em 2026, e até lá a indústria brasileira espera apoio para fabricar televisores e conversores compatíveis. Assim, mesmo quem não puder trocar de TV imediatamente poderá usar um adaptador específico para receber o sinal da TV 3.0.
Principais novidades da TV 3.0
Entre as mudanças mais aguardadas estão avanços em qualidade de imagem e som, além de recursos inéditos na TV aberta. Confira os destaques.
Resolução em 4K e 8K com HDR10+
O novo padrão permitirá transmissões em resoluções quatro vezes maiores que o Full HD, chegando ao 4K, e até mesmo 8K em algumas situações. A tecnologia HDR10+ também melhora o contraste e a profundidade de cores, resultando em uma imagem muito mais realista, com níveis próximos aos das plataformas de streaming mais avançadas.
Áudio imersivo com Dolby Atmos e DTS X
Outra grande novidade é o som tridimensional proporcionado pelas tecnologias Dolby Atmos e DTS X, que criam a sensação de áudio vindo de diferentes direções. Para usufruir desse recurso, será necessário um sistema de som compatível, já que as caixas embutidas das TVs não têm capacidade para reproduzir todo o potencial sonoro.
Interatividade e canais como aplicativos
Na TV 3.0, os canais passam a ser apresentados como aplicativos, permitindo uma navegação mais intuitiva e com menus personalizados. O espectador poderá interagir com programas, votar em enquetes, escolher câmeras alternativas em eventos e até realizar compras diretamente da tela.
Conteúdo sob demanda
A integração com a internet também permite que o usuário acesse conteúdos quando quiser, sem depender da grade linear. Será possível assistir a filmes, séries e programas gravados, com a conveniência de escolher o momento certo para consumir o conteúdo.
É necessário trocar de TV para usar a TV 3.0
Apesar dos avanços, quem já tem uma televisão digital poderá continuar assistindo à programação convencional sem problemas durante o período de transição. No entanto, para ter acesso a todos os recursos da TV 3.0, será preciso utilizar um adaptador compatível, que deve custar cerca de R$ 400 e estará à venda a partir de 2026. No futuro, novos televisores já virão com a tecnologia embutida.
