Em 2025, a indústria brasileira de cassinos online passou a ser oficialmente um dos maiores mercados do mundo. Até 2028, a projeção de GGR (Receita Bruta de Jogos após taxações) deste setor deve ser de cerca de 3,6 bilhões de dólares ou algo próximo de 20 bilhões de reais.
Esses dados revelam que a popularidade do mercado de apostas em terras brasileiras é extremamente alta e não tem previsão de parar seu crescimento. Entretanto, muitos especialistas se indagam: “há mercado para que a indústria possa continuar crescendo?”.
Neste artigo, explicamos a relação entre os cassinos de depósito baixo e como eles vêm atraindo novos jogadores e disseminando essa forma de entretenimento.
A importância do marketing
Historicamente, as ofertas de bônus de boas-vindas e o valor do depósito inicial eram as principais ferramentas de marketing utilizadas por cassinos online e casas de apostas para conquistar novos apostadores.
Isso acontecia porque a diferenciação de serviço nem sempre consegue ser demonstrada em um anúncio publicitário ou na visualização da página inicial.
A verdade é que grande parte do que se encontra em uma plataforma, principalmente em casas de apostas esportivas, está “disponível” em outras, como mercados de apostas, eventos especiais e muito mais.
Sendo assim, é importante que a barreira de entrada seja mínima, a fim de tirar a objeção dos potenciais clientes ao teste da plataforma. Uma vez que ele decide que a oferta é interessante e não causará maiores prejuízos, basta tentar fidelizá-lo à marca dentro da plataforma.
E é neste ponto que os cassinos online que aceitam depósitos iniciais baixos vêm brilhando. Ora, quem não possui alguns trocados na conta para testar uma plataforma que aceita o depósito mínimo 1 real? No pior cenário, você terá testado algo, não gostado e perdido um valor irrisório.
Sendo assim, as plataformas que aderiram a esse valor baixo de depósito, buscando cativar os clientes por seus serviços, vêm sendo bem-sucedidas na busca do mercado por expansão.
É claro que esse tipo de oferta “marketeira” tende a variar conforme o tempo. Quando ainda era liberada pelos órgãos regulamentadores, a principal forma de chamar a atenção era oferecer um bônus de boas-vindas estratosférico. Muito antes disso, a fórmula era oferecer saldo gratuitamente para que os jogadores testassem uma nova plataforma.
De certa forma, o mercado volta às origens da tecnologia, quando as empresas desenvolvedoras de software permitiam que os usuários testassem gratuitamente seus serviços, medissem o impacto no dia a dia e, somente então após esse teste inicial, decidissem se comprariam ou não. Em inglês, a indústria chama isso de “bait-and-switch”.
Em um contexto social em que grande parte da população ainda possui reservas morais contra esse tipo de serviço de entretenimento, também parece uma ótima solução: deixar que o usuário interessado acesse a plataforma e perceba que não há nada de errado com os serviços oferecidos.
Também se torna um jeito de popularizar essa forma de entretenimento. Se a barreira econômica para acessar esse tipo de entretenimento é baixa, mais pessoas de classes sociais diferentes podem aproveitar o serviço.
O boom da indústria
Com tanto sucesso na praça, é indescritível pensar que a indústria de apostas online brasileira possui menos de 10 anos ativa no mercado. Vale lembrar que foi apenas em 2016 que Michel Temer promulgou uma medida provisória que descriminalizava a atividade no país.
De lá para cá, diversas marcas chegaram ao topo do mercado e perderam forças. O reflexo disso pode ser notado na rotação de patrocínios em diversas camisetas do futebol brasileiro, nos patrocínios descontinuados entre eventos de proeminência nacional e muito mais.
Esse movimento é natural em uma indústria emergente que está tentando entender os hábitos de seus consumidores. E é nesse ponto que os cassinos com depósito baixo começam a fazer sentido.
Encontrando um caminho
Se atualmente grande parte dos cassinos online que operam no Brasil são marcas nacionais, a realidade não era essa em 2016. Quando a indústria foi permitida no país após quase 80 anos, desembarcaram por aqui inúmeras empresas internacionais, interessadas em explorar o que um mercado com mais de 200 milhões de potenciais clientes poderia oferecer.
Os apostadores de longa data devem se lembrar de que o mercado possuía milhares de marcas, com todo tipo de oferta. Esse cenário era caótico para quem buscava acesso a esse tipo de serviço, às marcas idôneas e para a estrutura social, que ainda não sabia lidar com esse novo cenário repleto de promoções agressivas e sem controle
Pensando em “organizar a casa”, o governo brasileiro optou por seguir os passos de Portugal e regulamentar completamente os cassinos online e casas de apostas, criando uma licença nacional, um corpo de leis e regulamentações que contribuíssem com a melhora do serviço oferecido e resguardassem o consumidor.
Inicialmente, o resultado foi eliminar grande parte da oferta presente no mercado nacional, deixando ativas apenas as plataformas que oferecessem um serviço de qualidade, em conformidade com as normativas técnicas da Secretaria de Prêmios e Apostas, alocada no Ministério da Fazenda.
Na sequência, as regulamentações de publicidade e oferta de bônus foram estabelecidas completamente. Se antes as marcas podiam prometer mundos e fundos sobre seus serviços, agora deveriam se restringir a ofertas responsáveis, mais próximas do entretenimento.
Em relação aos bônus, a principal mudança veio nas mecânicas de compensação que poderiam ser oferecidas, criando regras mais claras e um ambiente agora mais transparente.
