O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que provavelmente vetará a proposta de retomada da cobrança de impostos sobre compras internacionais de até US$ 50. Esta decisão surge em um momento onde a discussão acalorada no governo tem como pano de fundo o Projeto de Lei Mover – Programa Mobilidade Verde e Inovação, que propunha essa taxação.
Durante uma declaração à imprensa, antes de um encontro diplomático no Palácio do Planalto, Lula expressou sua inclinação ao veto, mas reforçou a abertura para diálogo com o Congresso a fim de alcançar uma solução que contemple as diversas opiniões sobre o tema. “Minha tendência é vetar, porém estamos dispostos a negociar”, afirmou o presidente.
A controvérsia principal reside na percepção de que tal medida poderia ter um alto custo político, especialmente após o líder do governo na Câmara, José Guimarães, declarar que o presidente se opõe à taxação. A resistência também veio de setores varejistas e de segmentos da população que frequentemente fazem compras de menor valor no exterior.
Segundo Lula, é crucial encontrar um meio-termo que não favoreça indevidamente nem prejudique determinados grupos. Ele destacou o impacto diferenciado da medida, observando que “a maioria das pessoas que compra esses produtos são mulheres e jovens”, e chamou atenção para a necessidade de uma política equitativa que considere tanto quem realiza compras em viagens quanto quem adquire itens de menor valor pela internet.
A discussão se estende ao mais alto nível do governo, com figuras como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Indústria e vice-presidente, Geraldo Alckmin, apoiando a taxação como uma forma de equidade fiscal. No entanto, a busca por um consenso que equilibre interesses diversos e minimize impactos negativos para a população e o comércio ainda está em curso, reforçando a complexidade e a sensibilidade do assunto no atual contexto político e econômico brasileiro.