O consumo de jogos no Brasil nunca foi tão grande, e a forma de pagar acompanha essa virada. A Pesquisa Game Brasil 2025 aponta que 82,8% dos brasileiros consomem jogos digitais, o maior índice já registrado pelo estudo.
O avanço é bem maior entre os mais jovens. Esse público pressiona as lojas a simplificar o checkout e a abraçar métodos instantâneos, algo que o Pix e as carteiras digitais vêm resolvendo com apenas um clique.
O normal de pagamento para a Gen Z gamer
Na rotina gamer dos brasileiros, Pix virou sinônimo de velocidade. Comprar com o ganho de créditos, assinaturas e gift cards acontece em segundos, e sem depender de cartão de crédito.
Em 16 de junho, o Banco Central colocou no ar o Pix Automático, tendo em mente as cobranças recorrentes, como streaming, passes de temporada e mensalidades, o que aproxima ainda mais os serviços de assinatura do dia a dia desse público. Um estudo citado pela Reuters projeta que só esse recurso pode destravar 30 bilhões de dólares em transações de e-commerce nos dois primeiros anos.
Ao mesmo tempo, quem convive com cripto nos jogos, adquirindo skins, itens digitais, fazendo compras em plataformas internacionais ou em comunidades Web3, costuma checar a volatilidade antes de converter saldo.
Ao acompanhar o gráfico de preço do Bitcoin hoje, o investidor que também é jogador e consumidor, recebe auxílio para decidir o melhor momento de trocar BTC por real ou por stablecoin. Reduzindo assim o risco de pagar caro por um item de jogo, no exato minuto de um pico de oscilação.
Os dados públicos mostram que o Pix já se estabeleceu como hábito nacional. Batendo 276,7 milhões de transações em um único dia em junho de 2025, um novo recorde. E já há estimativas de que o Pix ultrapasse os cartões no e-commerce ainda em 2025. Deixando claro que para a Gen Z, quanto menor a demora na tela, menor o abandono do carrinho de compra.
Por que cripto entrou no radar da geração gamer e quando a usam
Para os brasileiros, a leitura do Banco Central é clara, cerca de 90% do fluxo cripto no país está ligado a stablecoins, usadas sobretudo como meio de pagamento, com apelo de previsibilidade de preço. Isso explica por que, mesmo com a alta do Bitcoin no mundo, a América Latina segue estável nas stablecoins.
Com USDT acima de 40% do volume regional e o BTC por volta de 24%, segundo a Kaiko. Para quem vive compras internacionais ou participa de ambientes de jogos e marketplaces integrados ao on-chain, faz sentido transacionar do crédito para os ativos que incorporam o dólar.
No recorte geracional, um relatório com 4.599 usuários mostra que jogos estão no topo das categorias em que as pessoas querem pagar com cripto, 36%, seguidos por compras do dia a dia com 35% e viagens com 35%. A Gen Z tende a usar cripto em experiências rápidas e sociais.
Já a Geração X surge mais presente em gastos de maior valor, como viagens e produtos digitais. Para as lojas que vendem jogos, assinaturas e upgrades, isso significa oferecer checkout fluido em QR code e aceitar carteiras e cartões cripto quando fizer sentido.
QR code, carteiras e consoles: Jornada sem atrito
A experiência de abrir a câmera, pagar e jogar, virou padrão. QR code no celular, integração com carteiras digitais e confirmação por biometria reduzem etapas e trazem a sensação de que a compra não interrompe a partida. Pensando nisso, bancos e fintechs ampliaram a oferta cripto.
O Nubank, por exemplo, em março desse ano adicionou novos tokens ao app, acompanhando o interesse de quem alterna entre Pix e cripto conforme o preço e a conveniência. Além do Automático, o Pix ganhou níveis na estatística.
Em 2024, 63% dos brasileiros usavam o Pix ao menos uma vez por mês, com média de 32 transações mensais por usuário. Para a Gen Z gamer, isso significa, uma dependência menor de cartão na hora de assinar um serviço ou recarregar a carteira do jogo.
Mas o avanço também é comportamental, já que pesquisas de consumo indicam que 3 em cada 4 consumidores já preferem o Pix no dia a dia, especialmente para compras na internet e pagamento de contas.
Onde o jogador já vê essa transformação
O Brasil discute regras específicas para stablecoins e tokenização desde 2024, sob a ótica do uso cada vez maior para pagamentos. Buscando não só a praticidade, mas a segurança de seus usuários. Publishers e varejistas digitais adotaram Pix como primeira opção, e assinaturas migram gradativamente para o Pix Automático, reduzindo a queda de renovação.
Quanto menos barreiras para quem não tem cartão, maior taxa de conversão de cliente e confirmação imediata da compra. Isso tudo se tornou um padrão natural para a Gen Z gamer, que alterna entre celular e console e exige que a compra seja tão rápida quanto a troca de uma ferramenta no jogo.