Nós, que crescemos com controles na mão e pilhas de quadrinhos na cabeceira, muitas vezes buscamos no cinema a mesma explosão de adrenalina de um chefe final ou a maravilha de um universo fantástico. Mas, assim como em jogos com narrativas inesquecíveis como The Last of Us ou Red Dead Redemption 2, há momentos em que o que mais impacta é o peso de uma boa história. É aí que entram os filmes de drama, um gênero que, quando bem executado, pode ser tão ou mais emocionante que qualquer batalha épica. O desafio é saber escolher.
Para te ajudar a fugir das produções lentas e encontrar aquelas que realmente valem o seu tempo, montamos um guia rápido com o que observar. E a melhor parte: usamos como exemplos filmes aclamados que estão disponíveis gratuitamente no Mercado Play, a nova plataforma de streaming do Mercado Livre.
O que define um grande drama? Os pilares da escolha certa
Para não errar na hora de dar o play, o segredo é focar em três elementos que raramente falham: um roteiro inteligente, atuações memoráveis e uma direção com propósito.
O roteiro: Uma história que te prende
Um bom drama não precisa ser parado. Pelo contrário, os melhores são aqueles com roteiros que constroem a tensão de forma magistral, mesmo sem uma única explosão. Um exemplo perfeito disso é Prenda-me se For Capaz. Dirigido por Steven Spielberg, o filme narra a história real de um dos maiores falsificadores da história (Leonardo DiCaprio) e o agente do FBI (Tom Hanks) que o persegue. A trama é uma caçada de gato e rato tão envolvente e cheia de reviravoltas que é impossível desviar o olhar. A inteligência do roteiro está em transformar uma história de crime em um estudo sobre solidão e busca por identidade.
Outro pilar de um grande roteiro é a força de sua mensagem. Em Sociedade dos Poetas Mortos, a chegada de um professor de literatura nada ortodoxo (Robin Williams) inspira um grupo de jovens a “sugar o tutano da vida”. O filme é uma poderosa reflexão sobre conformismo, arte e a importância de seguir a própria voz. É o tipo de história que fica com você por muito tempo.
A atuação: O poder de carregar um filme
Muitas vezes, um filme de drama se sustenta quase que inteiramente na força de seus atores. São aquelas performances que nos fazem esquecer que estamos vendo uma ficção e nos conectam diretamente com as emoções dos personagens.
Quer um exemplo extremo? Assista a Náufrago. Tom Hanks carrega o filme praticamente sozinho por mais de duas horas, contracenando com uma bola de vôlei. Sua transformação física e emocional é tão convincente que sentimos na pele seu desespero, sua solidão e sua resiliência. É uma verdadeira aula de atuação.
Da mesma forma, Gênio Indomável é um clássico que brilha pela química de seu elenco. A dinâmica entre o jovem gênio problemático (Matt Damon) e seu terapeuta (Robin Williams, em uma atuação que lhe rendeu o Oscar) é o coração do filme. As sessões de terapia entre os dois são diálogos tão bem escritos e interpretados que se tornam mais tensos e emocionantes que muitas cenas de ação.
A direção: A visão que amarra tudo
O diretor é o maestro que garante que todos os elementos — roteiro, atuação, fotografia, trilha sonora — trabalhem em harmonia para criar o impacto desejado.
Pense em Coração Valente. A direção de Mel Gibson transforma uma história de vingança pessoal na Escócia medieval em um épico grandioso sobre liberdade. As cenas de batalha são brutais e viscerais, mas são os momentos mais íntimos e dramáticos que dão peso à luta de William Wallace. A escala do filme, controlada com maestria, é o que o torna inesquecível.
Outro grande exemplo é Forrest Gump – O Contador de Histórias, de Robert Zemeckis. O diretor nos guia pela segunda metade do século XX através dos olhos de um homem simples, misturando comédia, romance e momentos de profunda melancolia. A direção criativa, que insere o personagem em eventos históricos reais, transforma o que poderia ser uma simples biografia em uma jornada mágica e comovente.
