Yooka-Replaylee – Análise – Review – Vale a Pena

Yooka-Replaylee é a versão remasterizada da aventura dos amigos Yooka e Laylee, lançada originalmente em 2017. Considerado por muitos o sucessor espiritual de Banjo-Kazooie, o game retorna com gráficos aprimorados e melhorias gerais. Mas será que, oito anos após o lançamento original, a aventura ainda vale a pena?

A trama de Yooka-Replaylee começa quando os protagonistas libertam acidentalmente um livro mágico capaz de tornar realidade tudo o que é escrito nele. No entanto, antes que possam usar esse poder, os vilões Capital B e Dr. Quack roubam o livro com uma máquina capaz de sugar todos os livros existentes do mundo. Para impedir que seja capturado novamente, o próprio livro decide rasgar suas páginas e espalhá-las por diferentes lugares. Agora, cabe a Yooka e Laylee recuperar todas as páginas perdidas — os Folhins — para restaurar o livro mágico e derrotar os vilões.

Yooka-Replaylee segue o estilo clássico de plataforma 3D collectathon, em que o principal objetivo é coletar o máximo de Folhins e outros itens escondidos em cada fase. O sistema lembra a coleta das Luas em Mario Odyssey ou das Bananas em Donkey Kong, exigindo exploração e curiosidade.

O jogo possui um Hub Central, uma área de conexão entre os mundos, que também esconde Folhins e NPCs. Para desbloquear novas áreas — como o Mundo 2, por exemplo — é necessário atingir um número mínimo de páginas coletadas. No hub, o jogador também encontra personagens que vendem itens e melhorias em troca de moedas.

Cada mundo de Yooka-Replaylee apresenta uma identidade visual e temática própria, variando de florestas e montanhas geladas até cassinos e cenários espaciais. Cada ambiente oferece desafios únicos, inimigos específicos e puzzles criativos, como plataformas escorregadias em regiões nevadas ou mecanismos ocultos que exigem o uso de habilidades especiais.

A maioria dos Folhins é obtida ao completar puzzles e minigames espalhados pelo mapa. Entre os desafios, estão corridas, batalhas contra chefes, missões com dicas de NPCs e provas de tempo para coletar moedas especiais. O jogo incentiva a experimentação e recompensa a exploração, embora ofereça ajuda através do NPC Marco, que revela a localização de páginas por uma taxa de 50 moedas.

O jogo apresenta dois tipos de moeda: a moeda padrão, usada para comprar tônicos e cosméticos, e a moeda exclusiva de cada mundo, que serve para adquirir melhorias permanentes, como aumento de vida ou resistência. Esse sistema lembra o de Mario Odyssey, incentivando o jogador a revisitar mundos anteriores para completar compras e evoluções pendentes.

A dupla Yooka e Laylee conta com uma variedade de movimentos para explorar os cenários: pular, correr rolando, planar, nadar, mergulhar e girar para atacar inimigos, em estilo semelhante a Crash Bandicoot. Além das ações básicas, o jogo oferece habilidades especiais como invisibilidade, usada para atravessar sensores; sonar, que revela plataformas ocultas; bolha de ar, que permite andar debaixo d’água; e transformações temporárias obtidas ao comer frutas especiais — fogo, gelo ou peso — que alteram as interações do personagem com o ambiente. Essas mecânicas são aplicadas de forma criativa nos puzzles, estimulando o uso estratégico das habilidades.

Os Tônicos permitem ajustar a dificuldade do jogo. Eles podem facilitar (aumentando corações ou reduzindo o HP dos inimigos) ou dificultar (limitando a vida do jogador ou fortalecendo adversários). Os slots de Tônicos são limitados, mas podem ser expandidos conforme a progressão.

O combate do jogo é simples e direto, geralmente resolvido com poucos golpes. Inimigos derrotados deixam borboletas, que restauram a vida do personagem. Caso o jogador seja derrotado, retorna ao último checkpoint, perdendo uma pequena quantidade de moedas.

Visualmente, Yooka-Replaylee é encantador. Cada mundo tem estilo próprio, com cores vivas e modelos carismáticos. Os protagonistas têm design marcante, e alguns NPCs, como a cobra Trowser, se destacam pela personalidade. Contudo, há repetição de personagens secundários entre os mundos, o que reduz a sensação de descoberta.

A trilha sonora acompanha bem a ambientação — há momentos em que brilha, e outros em que passa despercebida, mas no geral cumpre bem seu papel. Durante a gameplay, o desempenho do game é irregular. Há quedas de frame perceptíveis, especialmente em áreas com muitos efeitos de partículas, como quando o jogador usa a fruta de fogo. Essas quedas ocorrem com frequência suficiente para afetar a fluidez da experiência, o que pode frustrar quem espera uma performance estável em todas as plataformas.

O jogo conta com legendas e menus totalmente em português, e o trabalho de tradução é de qualidade, mantendo o humor e o tom leve da obra original.

Mas e aí, Yooka-Replaylee vale a pena?

Yooka-Replaylee é uma carta de amor aos clássicos de plataforma 3D, com mundos criativos, jogabilidade divertida e personagens cativantes. Apesar das quedas de desempenho e da repetição de NPCs, o jogo ainda oferece uma experiência encantadora para quem sente falta dos tempos de Banjo-Kazooie.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher.