Yakuza Kiwami 2 é um dos remakes mais ambiciosos que a Sega já produziu para a franquia e agora ele finalmente mostra as caras no Switch 2, mas será que vale a pena jogar no portátil? É o que vamos descobrir na análise de hoje.
A trama se passa um ano depois dos eventos de Yakuza Kiwami. Kiryu Kazuma tenta viver longe do submundo, mas basta um acontecimento marcante para tudo mudar novamente. O presidente do Clã Tojo é assassinado, a organização entra em colapso e as tensões com a Aliança Omi chegam ao ponto de ebulição. Kiryu acaba sendo puxado de volta para tentar colocar ordem na casa e precisa enfrentar o temido Ryuji Goda, conhecido como o Dragão de Kansai. A rivalidade entre os dois é um dos grandes destaques do jogo e ela vai crescendo bastante conforme a história avança
O grande diferencial de Kiwami 2 em relação ao remake anterior está no uso da Dragon Engine, a mesma tecnologia apresentada desde o Yakuza 6 e é a estreia dela no Nintendo Switch. Com ela, tanto Kamurocho quanto Sotenbori ganham vida com um nível de detalhe impressionante. As ruas iluminadas à noite ficam especialmente deslumbrantes. Os reflexos, as luzes, os letreiros e até o movimento natural das multidões reforçam a atmosfera caótica e vibrante desses distritos.
Sotenbori é o grande destaque quando se fala de ambientação. A recriação dessa versão fictícia de Dotonbori é tão fiel que dá vontade de simplesmente caminhar pela cidade sem rumo, observando vitrines, luzes e os NPCs que compõem o cenário. A sensação de ter a cidade na palma da mão é ainda mais forte devido à forma como o jogo integra exploração e combate.
Aqui, não existem mais transições bruscas. Os confrontos começam imediatamente assim que um grupo de valentões decide provocar Kiryu, e a luta acontece no mesmo ambiente onde você está. Se isso significa voar por cima de uma barreira ou arremessar um inimigo dentro de uma loja de conveniência, melhor ainda.
A história principal continua sendo um dos pontos mais fortes da série. Mesmo que alguns elementos do roteiro expressem claramente sua idade, especialmente em certos tratamentos narrativos de alguns personagens, a essência permanece extremamente envolvente. Kaoru Sayama é um bom exemplo disso. Ela surge como uma personagem forte e determinada, mas em alguns momentos a trama acaba limitando seu potencial. Ainda assim, a dinâmica entre ela e Kiryu funciona bem e cria momentos memoráveis, mesmo quando alguns clichês do gênero são inevitáveis.
O conteúdo secundário, marca registrada da franquia, também continua firme e forte. As substories misturam absurdos hilários com momentos inesperadamente sensíveis e reflexivos. Resolver problemas inusitados de completos desconhecidos pode render melhorias no combate e desbloquear novas ações especiais. Existe sempre algo curioso acontecendo nas ruas e isso mantém o jogo vivo e imprevisível.
Os minigames também fazem sua parte para prolongar a diversão. O Cabaret Grand Prix retorna com tudo, trazendo um sistema viciante de gerenciar hostesses e aumentar a fama do clube. É fácil perder horas ajustando, conversando e evoluindo cada garota para atrair mais clientes. Já o modo de defesa do Majima Construction é mais simples e pode não agradar todo mundo, mas adiciona variedade ao pacote.
Os clássicos também estão aqui. Golfe, mahjong, shogi, cassino e até karaokê, com direito à participação especial de Majima. Esses extras reforçam que a vida de Kiryu nunca é apenas sobre brigas e drama. Tem sempre um espaço para cantar, relaxar ou se distrair com atividades completamente fora do tom, mas totalmente encantadoras.
As Especificidades do jogo no Switch 2
Depois desse apanhado geral sobre o que é o jogo, agora temos que falar sobre a experiência de jogar no portátil, que no geral é bem positiva e explorar as ruas de Kamurocho e Sentonbori no Nintendo Switch 2 é bem legal, principalmente no modo portátil.
O jogo ganha pela primeira vez localização para português brasileiro, e diferente de algumas inconsistências e erros esquisitos que o Kiwami 1 tinha, curiosamente a localização do Kiwami 2 está excelente e particularmente não notei nenhuma inconsistência ou erro grave.
O principal problema do jogo na plataforma da Nintendo é a performance. Enquanto Kiwami 1 rodava bem redondo a 60 FPS, o Kiwami 2 sofre muito para segurar os 30 e faz a estreia da Dragon Engine ser péssima na plataforma.
Tanto no modo dock quanto portátil o jogo sofre muito nas áreas abertas, o frame pacing oscila a todo momento e atrapalha bastante na experiencia. Não é algo que torna Kiwami 2 injogável, mas é bom deixar o aviso de que o jogo não está tão bom quanto poderia estar, principalmente vendo jogos bem mais pesados rodando bem no Switch 2.
Mas e aí Yakuza Kiwami 2 vale a pena?
No fim das contas, Yakuza Kiwami 2 é uma obra que mistura respeito ao original com modernização inteligente. As melhorias gráficas, a fluidez do combate e a adição de novos conteúdos tornam a experiência mais completa e acessível, sem comprometer a alma que fez Yakuza 2 ser tão querido. Para quem jogou o original, o remake é um reencontro repleto de detalhes inéditos. Para quem começa agora, é uma ótima porta de entrada para uma das histórias mais marcantes da franquia.
Resumo para os preguiçosos
Yakuza Kiwami 2 é um remake poderoso que entrega uma história envolvente, personagens marcantes e cidades vibrantes graças à Dragon Engine, mas apesar do conteúdo rico e da excelente localização em português, sua estreia no Switch 2 sofre com quedas de desempenho que tiram um pouco do brilho da experiência, mesmo assim continua sendo um jogo memorável para quem busca ação, drama e muita personalidade.
Prós
- História
- Combate
- Direção de arte
Contras
- Alguns tropeços com personagens
- Ritmo do jogo
- Performance
