Yakuza Kiwami 2 é um remake do segundo jogo da franquia Yakuza lançado globalmente em 2018 como um exclusivo de PlayStation 4, sendo posteriormente portado para o PC, Xbox One e Nintendo Switch. Até o momento, este é o último remake lançado da franquia que, agora, recebe uma nova versão para PlayStation 5. Mas será que a nova versão de Yakuza Kiwami 2 vale a pena?
Vale salientar que o foco desta análise é a versão de PlayStation 5, pois já está disponível a review completa de Yakuza Kiwami 2 para Nintendo Switch 2 aqui no site.
Continuação intrigante

Yakuza Kiwami 2 é uma sequência de Yakuza Kiwami, com seus eventos acontecendo um ano após seu antecessor.
A princípio, somos lembrados dos principais eventos de Kiwami 1, sendo o mais importante para a trama de Kiwami 2 a sucessão do clã Tojo, com Terada assumindo o cargo de quinto presidente. Ele é um homem fiel ao pai adotivo de Kiryu, Shintaro Kazama, por isso o protagonista sabia que podia depositar sua confiança nele para a presidência, apesar das controvérsias. Acontece que Terada tinha vínculos importantes com a Aliança Omi, um clã rival do Tojo que atua na região de Osaka. Naturalmente, sua ascensão repentina no Tojo causaria atritos, e o estopim acontece em frente aos olhos de Kiryu, que como ex-presidente se sente responsável por entender e consertar toda a bagunça.
O primeiro grande Yakuza da Dragon Engine

A franquia Yakuza foi feita em várias engines ao longo das gerações. Yakuza 6 foi o jogo de estreia da Dragon Engine, mas foi Kiwami 2 quem conseguiu rechear a cidade do jogo com bastante conteúdo como é o padrão esperado da franquia.
Começando com notícia boa, os minigames de Kiwami 2 finalmente saíram um pouquinho da sombra de Yakuza 0. Em parte, isso aconteceu porque ele focou em expandir muito do que estava em Yakuza 6 que era mais viável por ser da mesma engine, mas pelo menos ele não é uma versão objetivamente pior do sucesso anterior da franquia na maioria dos aspectos, o que já ajuda bastante o jogo a ter personalidade própria com essas atividades secundárias. As principais novidades são o Majima Construction, que é um modo Real Time Strategy com uma grande gama de fases, o minigame do mictório, que nunca mais voltou na franquia e alguns arcades clássicos da SEGA diferentes dos vistos em Yakuza 0. Fechando os minigames, vale mencionar que o cabaret club também está de volta em Kiwami 2.
Mas nem tudo são flores, o sistema de combate foi quem sofreu o maior downgrade no início da Dragon Engine, e Kiwami 2 infelizmente não escapou disso. O sistema em si é uma versão muito mais simples do modelo de briga de rua 3D visto nos jogos anteriores. Em síntese, esqueça golpes variados e dezenas de ataques de cólera brutais, agora Kiryu tem meia dúzia de ataques comuns e tudo que você precisa se preocupar é em fazer combos de quadrado e triângulo até encher o modo de cólera e, assim que ativar ele, finalizar com um spam de combos rápidos de quadrado e triângulo até este botão afundar, já que essa é a melhor fonte de dano no moveset.

Apesar de Kiwami 2 ter corrigidos problemas graves como a “dorzinha na mão” que Kiryu tinha que lidar no Yakuza 6 ao acertar a defesa de um inimigo, não deixa de ser uma versão pior do que foi apresentado na franquia até então, principalmente quando comparado a Yakuza 0 e Kiwami 1. Todavia, é válido destacar que ainda é um combate funcional e cumpre seu papel, então quem não se importa muito pode até preferir essa versão capada por, justamente, simplificar demais as coisas.
Ademais, Kiwami 2 também adicionou a Majima Saga, que é a pior participação do Majima em toda a franquia. Basicamente, ela é uma história extra menor que serve para encerrar um arco narrativo de Yakuza 0 que já estava encerrado. Mas antes que a redundância fosse o principal problema, na verdade ela é o menor deles. A gameplay é chata porque o Majima só tem alguns ataques e mais nada, a história é ruim e não tem nada a oferecer além de arrancar, de forma covarde, lágrimas de alguns fãs e, o pior de tudo, Majima está descaracterizado e extremamente sexualizado. A personalidade e os ângulos sugestivos constantes, infelizmente, fazem esse extra ser pior do que medíocre, ele é nojento e sem graça.
Por fim, as histórias secundárias estão de volta no mesmo padrão de qualidade que a franquia sempre teve. Elas estão em todo canto da cidade e recheadas de eventos inesperados e engraçados, garantindo um bom passatempo narrativo e cômico para quem quiser uma folga rápida da trama principal.
Desempenho no PlayStation 5

Entre os jogos de PlayStation 4 da franquia Yakuza, Kiwami 2 era certamente um dos que mais precisava de melhorias no PlayStation 5. O framerate era visivelmente baixo na versão de PS4, fazendo o combate já problemático ser ainda mais incômodo para o jogador, pois ele perdia responsividade nos controles e, até acostumar com a dinâmica nova, a sensação era de que estava jogando em câmera lenta. Na versão de PlayStation 5 esse problema não existe mais, o jogo roda de forma fluída e em linha com o que se espera de uma versão para a geração atual.
Todavia, a versão não está perfeita em todos os aspectos, pois ao utilizar alguns ataques de cólera, é possível que ocorram pequenos engasgos, isto é, o jogo trava por poucos segundos e volta a funcionar normalmente depois. Durante toda a experiência esse problema não apareceu muitas vezes, mas também está longe de ser um caso esporádico, então é bom se precaver fazendo salvamentos frequentes a fim de evitar perda de progresso.
Em termos de resolução, não há diferença expressiva entre a versão de PlayStation 4 e PlayStation 5 ao jogar no PlayStation 5. Isto é, talvez até haja alguma singela melhoria de resolução na versão nova, mas para quem joga normalmente, a olho nu, seria muito difícil distinguir as versões.

Para a alegria dos brasileiros, a versão nova também trouxe novas legendas, inclusive em português, cuja qualidade é boa e bastante similar à vista em Yakuza Kiwami 1 para PlayStation 5. Isto é, o texto é condizente com a proposta do jogo, tem traduções adequadas, mas há um erro ou inconsistência em alguns detalhes do jogo, nada que comprometa a experiência.
Por fim, a respeito de aquecimento, uma problemática consistente quando se fala de jogos feitos na dragon engine desde o PlayStation 4, a versão de PS5 de Yakuza Kiwami 2 não apresentou problemas durante toda a campanha principal. É válido destacar esse aspecto porque jogos recentes na versão de PlayStation 5 como Judgment, Like a Dragon Gaiden e Like a Dragon Pirate Yakuza in Hawaii apresentaram problemas de aquecimento em alguns contextos. Felizmente, Kiwami 2 não sofreu com isso.
Yakuza Kiwami 2 no PlayStation 5 Vale a Pena?

Yakuza Kiwami 2 para PlayStation 5 é a escolha ideal para quem nunca jogou. Apesar de não ter nenhuma novidade de conteúdo em relação a versão de PlayStation 4, as melhorias de qualidade de vida, especialmente o framerate mais alto e as legendas em português, são muito boas e contribuem para a experiência ser mais consistente e condizente com os demais jogos da franquia. Quem só sabe o português finalmente pode jogar Yakuza Kiwami 2. É importante destacar que não houve problemas técnicos graves como já vistos em outros jogos feitos na dragon engine para PlayStation 5.
O upgrade para a versão digital de PlayStation 5 é grátis para quem já tem a versão digital de PlayStation 4, então quem não jogou Kiwami 2 pode e deve jogar pela versão nova.
Análise feita com uma chave para PS5 cedida pela Publisher.
Resumo para Preguiçosos
Yakuza Kiwami 2 para PlayStation 5 é a versão definitiva do jogo nos consoles PlayStation, trazendo um framerate muito melhor que a versão de PlayStation 4. Também foram adicionadas boas legendas em português , apesar de existirem pequenas inconsistências. Há pequenos stutters em alguns ataques de cólera. Ademais, não há nenhuma novidade relevante. O upgrade é grátis para quem tem a versão digital de PlayStation 4.
Prós
- História intrigante
- Melhor framerate
- Boas legendas em português
- Upgrade grátis para donos da licença digital de PlayStation 4
Contras
- Nenhuma novidade de conteúdo
- Sistema de combate simples e repetitivo

