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Yakuza 5 – Review

Me responda uma pergunta: qual foi o último jogo genuinamente japonês que você jogou? Essa é uma pergunta realmente difícil na maioria dos casos, já que o motor criativo do mundo dos jogos passou do oriente para o ocidente. Yakuza 5 é exatamente o contrário do que estamos acostumados em jogos “tipo GTA” (por mais que ele não seja um jogo como GTA) e é uma prova do quão necessário é o Japão para a criatividade dos jogos.

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Em Yakuza 5, você novamente controla Kazuma Kiryu, mas desta vez com uma pequena diferença, além dele, você também vivencia mais quatro histórias durante o jogo. O game se passa exatamente após os eventos de Yakuza 4, ou seja, a paz entre o clã Tojo e os Omi foi selada, mas infelizmente o líder da facção Omi está morrendo de câncer, e essa trégua entre as máfias pode acabar e o submundo do crime japonês pode voltar ao derramamento de sangue.

Antevendo isso, o líder do Tojo Clan, Daigo Dojima, decide ir a Fukuoka em busca de aliados, mas acaba sendo sequestrado. Quem havia ido para Fukuoka também foi Kiryu, em busca de uma vida nova, mas infelizmente o passado acaba encontrando-o lá.

Yakuza 5 começa de uma maneira bem diferente da qual estamos acostumados nos sandboxes tradicionais, ao invés de você ter liberdade de fazer o que quer, você realmente tem um trabalho, você é um taxista, e você deve trabalhar, levando passageiros onde eles desejam, e não na moda miguelão louco de GTA, você realmente tem que dirigir como um motorista de verdade, respeitando o trânsito, dando passagem para pedestres, esperando o sinal abrir e até conversando com o passageiro quando ele puxa assunto com você.

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Essa primeira tarefa meio que é um resumo do que você vai encontrar em Yakuza 5, um jogo cheio de minigames interessantes que não são exatamente encontrados em outros jogos. Você tem muito o que fazer em na cidade após terminar seu turno no trabalho, como ir a fliperamas jogar clássicos da SEGA e de outras companhias japonesas, fazer um bico de cozinheiro numa barraca de macarrão, tirar fotos do cenário, provar novos restaurantes e assim por diante.

O jogo não chega exatamente a ser um sandbox como estamos acostumados, apesar de ter um mapa onde você pode explorar, mas sim uma coleção de vários minigames em torno de uma história muito bem elaborada com personagens fortes, carismáticos e bem escritos.

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Obviamente, Yakuza 5 não é apenas uma coletânea de minigames, na verdade, lembra bastante um RPG, já que, ao andar pelo cenário, você pode acabar atraindo a atenção de gangues ou grupos de vagabundos que te desafiam para lutar. Como Kiryu é um perito em briga de rua, prepare-se para rachar alguns miolos por aí. O sistema de combate do jogo é divertido, apesar de ser meio estranho de se adaptar inicialmente. Se você gosta de Tekken e Virtua Fighter, você provavelmente vai se adaptar bem ao sistema, caso esse não seja o caso, pode ser que você acabe estranhando inicialmente.

Algo que é preciso notar sobre o jogo, é que Yakuza 5 tem um ritmo de narrativa bem diferente do qual estamos acostumados. O jogo é muito mais desenvolvido por meio de diálogos do que de missões. Você vai passar uma boa parte do jogo assistindo as interpretações dos personagens e o desenrolar da trama, e em alguns momentos escolher o que deve responder.

Fora isso, também há algumas sequências diferentes de gameplay durante a campanha, como quando você joga com a personagem Haruka, que quer tornar-se uma celebridade no Japão. Nessa parte, você praticamente sente que está jogando um jogo completamente diferente, já que passamos das pancadarias para conversas com fãs e minigames de dança em programas de auditório japonês.

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Eu realmente imagino que Yakuza 5 não seja um jogo para as massas, e sim para o tipo de público que sente um pouco de saudades da época dos jogos de PlayStation e PlayStation 2, onde o elemento da criatividade japonês era mais forte, e foi exatamente por isso que eu falei que GTA era uma comparação ruim pro jogo, apesar de ser a primeira que vem na cabeça. Yakuza 5 é bem diferente, mas não um diferente ruim, e sim um diferente bom, já que é o tipo de jogo perfeito para quem está procurando sair da zona de conforto dos sandboxes ocidentais tradicionais.

Vale ressaltar entretanto que Yakuza 5 é um jogo de 2012, ou seja, os gráficos do jogo não são lá tão bonitos e há alguns detalhes que são meio antiquados para os dias de hoje, como os esquemas de continue, ter que ir atrás de um restaurante pra recuperar a vida, ter que ir atrás de cabines telefônicas para salvar, etc, mas nada disso tira o charme que Yakuza realmente tem.

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Outro ponto importante a se ressaltar é o fato de Yakuza 5 ser um jogo apenas com diálogos em japonês e legendas em inglês, então se você não domina o idioma inglês (eu não espero que você domine o idioma japonês), você vai acabar perdendo parte do que o game tem a oferecer, já que a narrativa de Yakuza 5 é um dos pontos de destaque do game.

Resumo para os preguiçosos

Yakuza 5 é um jogo extremamente interessante que foge da mesmice que estamos acostumados nos sandboxes da atualidade, mesmo o jogo não sendo exatamente um sandbox. Apesar disso, talvez alguns jogadores se incomodem com o ritmo que o jogo avança e com algumas características meio diferentes, como o fato de você ter uma profissão e realmente ter que ir trabalhar nela todo dia, além do sistema de combate não ser o melhor do mundo. Ainda assim, vale a experiência.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Excelente história, com personagens carismáticos
  • Um bom contraponto aos jogos que estamos acostumados em 2015
  • Vários momentos de quebra na monotonia do gameplay

Contras

  • Os gráficos envelheceram meio mal, para um jogo de 2012
  • Sem legendas em português
  • O sistema de batalha é meio travadão
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.