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Weird West – Review

Apenas três coisas são certas: a estupidez humana, a vastidão do universo e o fato de que infelizmente não temos tantos jogos baseados no Velho Oeste como gostaríamos. Weird West, desenvolvido pela WolfEyeGames e publicado pela Devolver, tenta justamente aproveitar esse vácuo e oferecer uma experiência diferente de tudo que você já viu, misturando estilos, narrativas e contextos de uma forma esquisita, mas muito divertida.

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A premissa de Weird West é simples: você encarna o papel de uma caçadora de recompensas aposentada que vê a propriedade da sua família ser assaltada por um bando nada amigável. Após perceber que seu filho foi assassinado e que seu marido foi capturado por motivos obscuros, nossa protagonista resolve desenterrar seu passo – literalmente, e voltar a caçar bandidos e quem quer que seja o responsável pela queda de sua família.

O enredo é bem típico daqueles antigos filmes de bangue bangue que passavam nas tarde de sábado da Record. Coisa fina, típico de um western spaghetti dirigido por Sergio Leone. Mas Weird West não carrega “Weird” no nome a toa.

Weird West - Review
Reprodução: Weird West

Logo de cara você descobre que seu marido foi capturado por um bando de canibais, e por mais estranhos que alguns filmes de Western possam parecer, eu não me lembro de ter visto algo parecido. A verdade é que não se trata de uma tribo desconhecida ou de somente um bando de degenerados, mas sim de um bando de degenerados liderados por uma criatura mítica que come carne humana por diversão!

Apesar de inusitado, a mistura funciona muito bem a o que vem a seguir só melhora. Durante suas aventuras em Weird West, o jogador encontrará bruxas, lobisomens, sereis, homens peixeis e toda sorte de criaturas Cthulhulianas que você possa imaginar.

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Weird West - Review
Reprodução: Weird West

A mistura funciona bem principalmente no momento em que você percebe que investigar uma antiga fazenda que foi assolada por forças misteriosas provavelmente vai te colocar de frente com alguma coisa diferente de tudo que você já experimentou em qualquer jogo do gênero. E o melhor de tudo é que apesar de estranheza, as histórias, narrativas e confusões que você vai se meter fazem muito sentido!

É como quando você começa a jogar um daqueles sistemas de RPG de mesa que apesar de esquisito, é mestrado por um narrador muito habilidoso. Com a narrativa certa, qualquer coisa pode ser tornar interessante o suficiente para que você decida entrar de cabeça na estória.

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Weird West - Review
Reprodução: Weird West

Pensando bem, Weird West me mostrou que eu tinha uma demanda por um tipo muito específico de jogo que nem eu mesmo sabia. Sabe quando você começa a explorar o pântano de Red Dead Redemption 2 e acaba se empolgando com todo o clima sobrenatural do lugar? Quando começa a ver fantasmas na noite, cobras gigantes e uma tribo esquisita que tenta te pegar desprevenido? Weird West pega tudo isso, dá sentido e te possibilita experimentar essa confusão toda com uma mecânica no mínimo, interessante.

Em termos de jogabilidade, Weird West altera toda a perspectiva para algo que lembra um ARPG – como Diablo, por exemplo, ao mesmo tempo em que oferece uma jogabilidade mais robusta e interessante. Senti como se estivesse jogando algo que fosse a fusão entre estilos de Diablo e Skyrim, uma vez que você controla o personagem como no primeiro jogo, mas possui uma gama de possibilidades tal como no segundo.

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Reprodução: Weird West

Cabe ao jogador decidir como vai encarar cada desafio. Se você acha que tem munição e habilidade suficiente, pode entrar atirando e descendo chumbo na bandidagem, tal qual Clint Eastwood em “Por um Punhado de Dólares”. Se se por acaso perceber que vai gastar mais balas do que pode pagar – ou só procura por um desafio maior mesmo, pode tentar resolver tudo de uma maneira mais furtiva. Nunca pensei que diria isso, mas a furtividade combina demais com o Velho Oeste.

Talvez o ponto mais alto de Weird West seja a forma como compele o jogador a continuar investigando. Todo RPG possui aquela linha de missões insuportáveis que você não vê a hora que acabe. Mas enquanto jogava Weird West me sentia cada vez mais excitado e propenso a resolver os mistérios do jogo e de aceitar todas as quests secundárias possíveis.

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Reprodução: Weird West

Analisando o Weird West pela perspectiva da mecânica de gameplay, posso dizer que ela é bem repetitiva. Tudo consiste em pegar um contrato qualquer – seja de buscar um bandido no seu esconderijo ou salvar uma família de um bando de homens-peixes; lutar contra os inimigos, coletar itens… vende-los, comprar novos itens e aceitar missões mais complexas. Mas o ponto alto é como Weird West apresenta um enredo tão interessante a ponto de te manter preso e interessado, mesmo com tanta repetitividade.

Outro detalhe que dá uma sensação de liberdade é a forma como Weird West apresenta o mapa do jogo. Após aceitar uma quest qualquer, o jogador recebe uma indicação visual de onde precisar ir no mapa para resolver o problema. Ao iniciar o deslocamento, o tempo passa rapidamente até que se chegue no destino final, mas seus planos podem ir por água abaixo caso alguma eventualidade aconteça no meio do caminho.

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Esse fator de aleatoriedade adiciona um nível de tensão no deslocamento que torna o processo de retorno para receber a recompensa, um desafio. Nada garante que o bando de um bandido que você recém capturou ou matou não vá tentar te interceptar enquanto retorna, ou que por acaso um grupo de criaturas bizarras não vão cruzar seu caminho por puro acidente.

O visual de Weird West parece ter se baseado fortemente nas HQ’s de Hellboy, que apesar de não se passar totalmente no Velho Oeste, teve um dos momentos de maior sucesso em um dos arcos baseados no México. Às vezes as até para sentir que Weird West, Hellboy e Blaster Knucle fazem parte do mesmo universo de situações bizarras, o que demonstra a consistência da narrativa de Weird West.

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Reprodução: Weird West

Apesar de ser um jogo muito divertido, senti alguns picos de irritação enquanto experimentava o game para review. A build à que tive acesso no PS5 insistia em bugar toda vez que tentava organizar meus itens no inventário, me obrigando a reiniciar o game inumeras vezes até que o problema sumisse. Também tive uma certa dificultade em mirar com o controle, porém não saberia dizer se este aspecto faz parte do jogo ou se é um bug como no primeiro caso.

Apesar disso, experimentar Weird West foi um verdadeiro deleite. Uma experiência ousada oferecida de maneira direta e simples, com alta capacidade de manter o nível com o passar do tempo e prender o jogador ao seu enredo e missão principal.

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Como disse no começo, nem eu sabia ter tanta necessidade de um jogo como Weird West. Não sabia que uma premissa tão ousada poderia acabar me oference uma das experiências mais desafiadoras e divertidas dos últimos anos de forma tão simples e cativante. Tudo que me resta agora é torcer para que o pessoal da WolfEyeGames produza mais jogos do tipo em breve.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PS4 rodando no PS5 e fornecida pela publisher.

Resumo para os preguiçosos

Weird West é o típico jogo indie que surpreende positivamente. Ambientando em um Velho Oeste repleto de monstros, coisas esquisitas e paranormais, Weird West coloca o jogador no controle da sua própria aventura de forma que você sente que quase tudo no jogo acontece por influência sua.

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Prepara-se para uma experiência repleta de esquisitices, reviravoltas, desafios e ação neste que considero ser o melhor jogo old west desde Red Dead Redemption 2.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Enredo, ambientação, clima e tensão digna dos melhores filmes de wester spaghetti
  • Visual diferente e marcante
  • Sistema de jogabilidade amplo e que permite abordagens diferentes para cada situação
  • Dificuldade equilibrada

 

Contras

  • Alguns bugs menores que podem ser resolvidos logo após o lançamento.
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.