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Watch Dogs – Review

A espera finalmente acabou e a Ubisoft lançou o tão esperado Watch Dogs. Mas e aí, como ele é? Como começar a avaliar um jogo que foi alardeado por tanto tempo e que promete dar ao jogador uma liberdade única, de próxima geração? Bom, vamos começar tirando o elefante da sala: Watch Dogs não é melhor do que GTA, é diferente, mas não é melhor.

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Em Watch Dogs, você controla Aiden Pearce, um hacker que teve sua sobrinha morta numa emboscada direcionada a ele por algum motivo desconhecido. Esse acontecimento arrasou a família de Pearce, incluindo ele. Obcecado por vingança, o hacker começa a se envolver cada vez mais com assassinos de aluguel, outros hackers e diversas personalidades do submundo de Chicago, com apenas um objetivo: encontrar os culpados pela morte da garota e fazê-los pagar por isso.

A vingança sempre é um bom motivador e é daí que parte o enredo de Watch Dogs e é onde ele basicamente se foca. Aiden é um cara que só quer saber quem foi que ordenou o atentado a ele e é só isso o que você passa o jogo todo procurando. Caso o jogo não tivesse um dos principais temas a segurança da informação e a facilidade como as coisas podem ser hackeadas e saírem do controle, não haveria nenhum problema quanto a isso, mas como em Watch Dogs, o controle de tudo e os segredos das pessoas estão a um toque de botão, eu senti que a história realmente poderia ter abordado melhor essa trama, que dá muito pano pra manga, ainda mais com os acontecimentos dos últimos anos como Edward Snowden e afins. Você é um hacker, mas está longe de fazer parte de qualquer Wikileaks da vida, e o grupo de hackers à favor da liberdade de informação até tem uma história, mas ela é pouco tocada durante o jogo.

Por falar em histórias e afins, há algo interessante em Watch Dogs: parece que todos os personagens do jogo são mais interessantes do que Aiden Pearce, até mesmo o sobrinho traumatizado dele que fica jogando Child of Light no tablet e ignorando o mundo à sua volta. Aiden é uma máquina de avançar, perseguir e interrogar pessoas, e só. É difícil pra caramba de sentir empatia dele, porque ele praticamente não tem sentimentos além da raiva e dessa obsessão. O jogo tenta fazer você se conectar ao personagem com alguns momentos que despertam lembranças em Pearce, mas tudo o que passa na cabeça do cara é vingança. E só. Ele não tem um hábito, uma mania, nada. Ele só quer vingança.

Mas como é poder hackear a cidade toda? Bom, é uma experiência bem interessante. Hackear é bem simples, você só precisa apertar um botão e foi, não como em Deus Ex que isso era um mini game que fazia você levar algum tempo e exigia prática e habilidade de você. Os puzzles de hackear são bem simples também, quando requeridos, você só precisa ligar os caminhos e liberar as “travas” do software para abrir conexões.

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A liberdade de hackear coisas dá uma camada bem interessante ao jogo. Você pode usar o seu telefone celular para diversos propósitos: abrir sinaleiras, roubar dinheiro de pessoas, pedir um carro, acessar informações pessoais, explodir inimigos, etc. A experiência certamente é única, e dá pra ver que ela tem um potencial gigantesco, mas como Watch Dogs é o primeiro jogo da franquia, esse potencial ainda tem muito a ser explorado. Digamos assim, hackear coisas é muito legal, mas ainda há muito mais que possa ser adicionado no futuro.

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Como você pode ficar hackeando coisas para ajudar no seu progresso do jogo (e em partes obrigatórias também), há a possibilidade de você fazer missões com bastante sutileza, como capturar uma torre de comando inimiga sem sujar as mãos, apenas explodindo bueiros, equipamentos de inimigos e afins. Para mim, essa foi a melhor adição de Watch Dogs, aqui, você pode mesclar a força bruta com a inteligência de uma maneira até perversa, pois o inimigo é meio burro em relação a isso. Como ninguém vai desconfiar do cara de boné e sobretudo que está na frente do seu portão mexendo num celular enquanto tudo dá errado? Fora esse “detalhe técnico”, como eu disse, mesclar a força bruta dos tiros com hackear coisas é bem divertido.

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Outro ponto que ficou muito bom é o de fugir de perseguições usando a cidade como arma. Você pode fechar sinaleiras, levantar pontes, grades etc com o toque do dedo, mas é meio complicado não bater nos carros enquanto você faz alguns desses movimentos. Ainda assim, poder levantar uma ponte e dizer “ADEUS, OTÁRIOS” para os seus perseguidores é bem legal.

Por falar nisso, Watch Dogs tem uma mecânica de combate que é muito bem feita. Atirar nunca vai ser um problema e o jogo ainda te dá a possibilidade de enxergar atrás de paredes e afins para melhorar a precisão de tiros. Tudo, claro, graças à realidade aumentada que o seu celular biônico permite.

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Além de atirar e hackear, você ainda pode dirigir no jogo. Muita gente reclamou das mecânicas de direção, mas eu até que me dei bem com elas (os vídeos de gameplay do canal do Critical Hits podem provar o contrário, mas eu achei os controles de direção de Watch Dogs bons o suficiente). Aqui, vale a pena citar o tal “problema na física” onde você bate com uma moto e não voa, fica nela. Bom, vai ver Aiden Pearce tem um centro de gravidade maior do que o de outras pessoas.

Além das missões principais de Watch Dogs, ainda há bastante coisas para se fazer na cidade. Como o jogo está sempre conectado, você pode ser invadido por outros hackers ou até invadir outros hackers por aí e participar dum mini game de “esconde esconde”, onde você instala um backdoor no mundo do adversário e deve tentar esconder-se dele até roubar todos os dados desejados.

Você ainda pode jogar uma série de jogos de realidade aumentada na cidade, como caçar alienígenas ou participar de uma corrida de moedas e afins. Os jogos são divertidos, e uma boa alternativa do que fazer quando você está afim de brincar pela cidade. Outros minigames do tipo ainda são o Xadrez, o pôquer (que pode ser roubado com o uso de câmeras e o seu celular) e afins.

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Watch Dogs ainda dá uma cacetada de missões extras, como os contratos de mercenário, onde você ataca uma escolta, caça um bandido, etc. Outras missões ainda envolvem o ataque a bases inimigas, onde você deve nocautear o líder dela (para dar uma lição no criminoso, mas só nele, os capangas podem morrer, afinal quem liga para lacaios?), sendo essa uma das minhas favoritas do jogo.

Apesar dessa cacetada de coisas, parece que falta algo nos extras de Watch Dogs. A maioria das missões são “mate x, faça y, corra até z”. Há pouco envolvimento com o resto do jogo além dessa série de ordens. Não que as missões sejam chatas, mas falta algo nelas, há pouca interação e conexão entre os personagens envolvidos nessas missões.

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Graficamente, Watch Dogs ficou bem bonito no PlayStation 4 (console usado para esse review). O jogo ficou fluído pra caramba e há riqueza de detalhes no ambiente. O mesmo pode-se dizer da versão do Xbox One, apesar da queda na resolução para que os 60 frames por segundo fossem mantidos. No PS3 e no Xbox 360 o jogo sofre um pouco com a falta de recursos dos consoles, e há momentos em que a lentidão acaba atrapalhando a jogabilidade.

A trilha sonora do jogo ficou bem legal e a dublagem brasileira do jogo está muito boa. Apesar disso, há alguns personagens e sons que não foram dublados, então, há momentos em que você está andando em Chicago e simplesmente começa a ouvir NPCs falando em inglês misturado com outros falando em português. Fica meio confuso, mas nada que um patch no futuro não corrija e isso fica longe de tirar pontos da adaptação do jogo para o nosso idioma.

Resumo para os preguiçosos

Watch Dogs não é melhor que GTA, mas é um jogo com ideias excelentes e que dá uma dimensão completamente diferente à jogabilidade com as mecânicas de hackear praticamente tudo. Aiden é um personagem vazio e pouco interessante, mas a franquia tem potencial para ser sensacional em alguns anos. Ainda assim, o jogo é muito bom e recomendado.

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Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Hackear coisas é bem divertido
  • A mistura do combate com o stealth ficou muito boa
  • Belos gráficos
  • Uma porrada de coisas para fazer em Chicago

Contras

  • A inteligência artificial de alguns inimigos deixa bastante a desejar
  • Aiden não é um personagem interessante
  • As missões extras, apesar de divertidas, são muito rasas em sua maioria
  • A história mal toca em temas como a segurança de informações
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.