Voidwrought – Análise – Vale a Pena – Review

Voidwrought, desenvolvido pela Powersnake, chega com o desafio de se destacar em um gênero queridinho dos fãs: o Metroidvania. Em meio a tantos títulos consolidados, a questão é: será que Voidwrought consegue se firmar entre os grandes ou será apenas mais um jogo no meio de tantos?

Em Voidwrought, controlamos o Simulacro, uma criatura misteriosa que emerge de um casulo com o objetivo de coletar o Icor, o sangue dos deuses. A história se desenrola em um mundo sombrio, desenhado à mão, onde horrores cósmicos habitam cada canto. O Simulacro explora os subterrâneos devastados da Primeira Civilização, cheios de relíquias e artefatos esquecidos que podem desbloquear poderes antigos.

Enquanto progride, o protagonista enfrenta os habitantes da Cidade Cinza, seres deformados pela corrupção que destrói suas terras. Sua missão o leva a confrontar os Velhos Deuses, de quem precisa extrair o sagrado Icor, aproximando-se de seu verdadeiro poder. A história e a lore do jogo se desenvolvem por meio de colecionáveis espalhados pelos biomas, além de interações com NPCs.

A progressão em Voidwrought segue a estrutura clássica de um Metroidvania. Começamos com um conjunto limitado de poderes e habilidades, desbloqueando-os à medida que exploramos os diversos biomas do jogo.

Entre as habilidades disponíveis, encontramos mecânicas familiares do gênero, como o pulo duplo, o dash e o uso de um gancho. No entanto, o jogo também oferece habilidades mais exclusivas, que trazem certa variedade à fórmula tradicional. À medida que desbloqueamos esses poderes, áreas anteriormente inacessíveis se tornam exploráveis, tornando essencial o uso eficiente dos marcadores no mapa, que é bem simples e intuitivo de entender, para facilitar o backtracking.

Além das habilidades, o jogador pode equipar diversos poderes e talismãs, que compõem a sua build. A gama de opções é bastante satisfatória, permitindo diferentes estilos de jogo. Um dos meus favoritos foi a granada de fogo, que me salvou em várias situações complicadas no game.

Voidwrought oferece uma bela diversidade de biomas, cada um com suas características únicas e inimigos específicos, como os insetos que habitam o bioma da floresta. Apesar dessa variedade, a maioria dos inimigos não apresenta um grande desafio individualmente, exceto quando aparecem em grandes números. Em poucos momentos senti real dificuldade ao enfrentá-los, algo que se aplica tanto aos inimigos comuns quanto aos chefes, sobre os quais falarei mais adiante.

O combate em Voidwrought é claramente inspirado em Hollow Knight. Você passará boa parte do tempo saltando sobre inimigos e atacando-os de cima para manter combos aéreos. O sistema de combate, embora simples, é fluido e responsivo, tornando-se ainda mais divertido conforme você domina a mecânica ao longo do jogo.

Embora os inimigos não ofereçam um grande desafio, a exploração se destaca e foi o que mais me prendeu nas 12 horas que levei para concluir o jogo. O mapa está cheio de segredos e é empolgante descobrir cada um deles. Além disso, todos os cenários foram desenhados à mão, o que acrescenta um toque especial de cuidado e detalhamento ao jogo. Nunca me senti desmotivado a continuar explorando, sempre havia algo novo e interessante ao seguir por um caminho recém-desbloqueado.

Por outro lado, se você procura desafios de plataforma precisos e complexos em um Metroidvania, Voidwrought pode decepcionar. As seções que exigem movimentação precisa são poucas e, quando presentes, não são muito desafiadoras. Fica claro que o foco do estúdio Powersnake não foi esse tipo de experiência.

O jogo também apresenta um sistema de HUB, onde a maioria dos NPCs eventualmente se reúne. No início, ele é bastante simples e não oferece muitas opções, mas conforme vamos recrutando seguidores, podemos trocar Icor para desbloquear novas áreas no HUB. Cada novo espaço requer uma quantidade específica de fiéis e uma certa quantia de Icor para ser liberado. Esse sistema é bem funcional e também é necessário para a progressão na história do jogo, nossa prioridade sempre será encontrar novos fiéis para desbloquear novas salas.

Quanto aos chefes, como mencionei anteriormente, eles não oferecem grande dificuldade, mas visualmente são impressionantes, e suas lutas são bastante diversificadas. Em uma batalha, por exemplo, é necessário desviar de projéteis enquanto se ataca pontos fracos; em outra, enfrentamos um chefe em queda livre, tentando evitar seus ataques. Apesar de serem lutas divertidas e bem elaboradas, elas pecam ao não apresentar um nível de desafio maior. O chefe final, por exemplo, foi derrotado por mim na primeira tentativa, e fiquei surpreso com a ausência de uma segunda fase, considerando a facilidade da batalha.

Mas e aí, Voidwrought vale a pena?

Voidwrought é um jogo que oferece uma experiência sólida para fãs do gênero Metroidvania, mas não sem algumas ressalvas. O game acerta em cheio quando se trata da exploração e no design de mundo, que incentivam o jogador a continuar desvendando segredos e descobrindo novos locais. Os visuais desenhados à mão dão um charme especial, e o combate, embora simples, é agradável e fluido.

Por outro lado, o jogo falha em entregar desafios mais complexos, especialmente no que diz respeito aos chefes e às seções de plataforma, que são escassas e pouco exigentes. A baixa dificuldade pode afastar jogadores que buscam uma experiência mais intensa, e a falta de momentos memoráveis no combate acaba diminuindo o impacto das lutas.

Em suma, Voidwrought é uma boa opção para aqueles que apreciam o gênero e querem uma jornada divertida, mas não chega a ser um título memorável dentro do seu estilo.